Fotos de instrução normal de infantaria, no C.I.O.E. anos 60, cedidas pelo RANGER Henriques.
O curso de Operações Especiais/RANGERS, inclui a instrução normal de infantaria e o curso propriamente dito.
Vários candidatos a RANGERS, costumam perguntar-nos, amiudemente, em que consta a instrução das Operações Especiais/RANGERS.
Querem com certeza saber pormenores do curso.
Houve em tempos um ex-Furriel Miliciano RANGER, que me disse em amena conversa sobre a matéria que, divulgar aspectos por mínimos que sejam, da instrução do curso e, especialmente das Operações Especiais, devia ser considerado alta traição à Pátria.
- Porquê, perguntei eu?
- Porque tal deve constituir tabu. Imagina o que é divulgar a estratégia de instrução e a mesma ser lida, e praticada na prática por grupos inimigos. Gostavas de combatê-los de igual para igual?
Se isto me fosse dito por alguém estranho ou "suspeito", poderia considerar-se um qualquer devaneio ou eventual paranóia!
Mas não, obriga-nos a pensar!
Ser RANGER, como dizem alguns, é um modo de estar na vida, ou é uma qualidade/virtude complementar de educação e treino, que se adquire para o resto das nossas vidas, e que, instintivamente, aplicamos e praticamos no dia a dia, mesmo depois, na vida civil, para o bem e para o mal.
Dadas as elevadas exigências de equilíbrio psíquico e preparação física, não é RANGER qualquer um.
Só o é quem quer e muito mais... quem pode!
Além disso, o candidato tem que ter Vontade e Valor que baste, aliados a um grande espírito de sacrifício pessoal.
Outro velho RANGER, disse-me um dia:
- Imagina o pessoal de um curso nosso facilitado/abandalhado, ser chamado a cumprir uma missão de alto risco onde quer que seja, com inimigos daqueles a sério que atiram a matar. O pessoal mal treinado vai e é todo chacinado, sem provocar danos significativos entre as hostes inimigas. Como é depois?
Por isso, pesando todos os factores em jogo na actual conjuntura mundial, quando me perguntam o que eu penso, não estando felizmente o nosso país em guerra, e Deus o permita nunca mais o esteja, digo:
- O amanhã ninguém sabe o que será. Assim, tal como se exigia "ontem" em tempo de guerra, dadas as eventuais probabilidades de, a qualquer momento, Portugal ou a Europa a que pertencemos, entrar em conflito, devem os responsáveis máximos da Nação, manter o implacável e rigoroso treino, constante e devidamente modernizado.