quarta-feira, 11 de julho de 2012

M498 - Museu do CTOE - Brasões e Distintivos 2. de Tropas Especiais de todo o mundo


Na mensagem M494, publicamos algumas peças do Museu do CTOE, que designamos por sugestão do nosso Amigo e Camarada de armas Carlos Coutinho: Brasões e Distintivos 1, de Tropas Especiais de todo o mundo.

Nesta mensagem apresentamos mais algumas peças da mesma colecção. 

CTOE (Centro de Tropas de Operações Especiais)










terça-feira, 10 de julho de 2012

M497 - Toques militares

FIRME! SENTIDO! DESCANSAR! APRESENTAR ARMA! etc.

M496 - RANGER Lino Ribeiro do 2º Curso de 1971 - Angola - 5 - Actividade Operacional


Continuação das mensagens M462, M464, M465 e M485.


RANGER Lino Ribeiro
2º Curso de 1971
Angola 1971/74 - 5

Actividade operacional 

O RANGER Lino cumpriu a sua comissão militar em Angola, 1971 a 1974, integrado na CART 3454 / BART 3861 (Companhia de Artilharia 364 / Batalhão de Artilharia 361), nas zonas de Zala e Quinguengue. 



Na Guerra do Ultramar, como em todas as guerras, os momentos mais temidos por todos os operacionais eram, sem dúvida nenhuma, o estar de baixo de fogo inimigo.

Um simples deslocação entre dois pontos, em que a dúvida permanente da eventualidade da existência das traiçoeiras e mortíferas, era já, por si só, para muitos combatentes um dos mais graves e compreensivos geradores da doença que se convencionou baptizar como stress pós-traumático de guerra. 

Mas também outras situações ajudavam a agravar os sintomas, tal como as saídas para o mato, as patrulhas de rotina e as batidas a zonas suspeitas, a montagem de emboscadas e a participação activa em operações de limpeza de maior ou menor duração, os golpes-de-mão relâmpagos e cirúrgicos a acampamentos e instalações inimigas e os ataques apoiados aos nossos aquartelamentos.

Dizem aqueles Homens mais operacionais que os momentos mais traumáticos, iniciavam-se nas horas, minutos e segundos antes de entrar em acção, devido sobretudo à tensão psíquica - preparação psíquica para o pior (a morte física) -, e tinham continuidade no desconhecimento dos cenários que teriam que enfrentar, combater e eliminar, complementando-se com o perigo e o risco de estar debaixo de fogo inimigo. 

Assim, não admira que muitos dos que estiveram na guerra e que na altura saíram aparentemente ilesos das diversas hostilidades, têm vindo a acusar, ao longo dos últimos anos, mazelas que ficaram então "escondidas" no sub-consciente e despertando para essas terríveis, desgastantes e torturantes marcas. 

A abertura de novas estradas eram sempre pontos de perigo, pois a estratégia inimiga era atacar os construtores, quer para atrasar o mais possível as obras, quer para destruir o que já estava feito. 
  
Como em todas as obras, no Verão era o pó um grande amigo do nosso inimigo e no Inverno era a lama. À falta de máscaras para proteger do pó recorria-se aos lenços do bolso.

As amizades entre tropas portuguesas (metropolitanas e locais) eram consolidadas no dia a dia e muitas delas tornaram-se eternas

A deslocação em Unimogs (burrinhos do mato), principalmente nas picadas de piso irregular era muito problemática e perigosa, devido à evidente falta de segurança, que muitas vezes apenas dependia do pessoal seguir agarrado uns aos outros. A retirada de todos os apêndices das viaturas (tampais e pára-brisas) era estudado, para evitar o aumento de estilhaços em caso de explosão de uma mina e para permitir a saída mais rápida e menos perigosa das viaturas em caso de emboscada. É de adivinhar que no inverno com a formação de longas manchas e poças de lama nas picadas, a movimentação das viaturas e do pessoal era muito retardada e imensamente penosa

Muitas vezes as colunas paravam ao serem detectados movimentos ou pontos suspeitos no mato e nas picadas 

O avanço a corta-mato era muitas vezes a única solução, embora na selva densa se tornasse mais lenta e perigosa, quer pelos perigos apresentados pela natureza (cobras, abelhas, mosquitos, etc.), quer pela maior oferta de máscaras e camuflagem para o inimigo se acoitar

Em muitas das operações era apreendido ao inimigo grandes quantidades de equipamento diverso, evidenciando-se o informativo (mapas, instruções de guerra, cartas, etc.) e outro mais ou menos bélico


Mausers, Simonovs, Kalashnikovs AK-47, canhangulos, facas, catanas, etc. tudo servia para o combate
Mas havia sempre uns momentos para a foto e a boa disposição. Viver a vida com 22/23 anos, num bom ambiente de camaradagem, era mais importante que... passar todo o tempo em preocupação... e SOBREVIVER!


Mini-guião da colecção Carlos Coutinho (2012) © Direitos reservados.
Fotos de Lino Ribeiro (2012) © Direitos reservados.

domingo, 8 de julho de 2012

M495 - 35ª Confraternização Anual da AOE - 29, 30 de Junho e 1 de Julho

35ª Confraternização Anual da Associação de Operações Especiais 

29, 30 de Junho e 1 de Julho


Mais um ano se passou e voltamos a ter mais um convívio alegre e concorrido.

Foram muitos os RANGERS, seus familiares e Amigos, que este ano passaram por Lamego ao longo dos dias 29 e 30 de Junho, e domingo 1 de Julho.

Apesar da "pseudo-crise" nacional e da vida não estar para grandes festas, pois os euros são-nos cada vez mais ROUBADOS por ladrões nacionais e estrangeiros (europeus), a confraternização foi bastante frequentada.

Como vem sendo habitual em anos anteriores, do programa da festa constava dois bons meios de não tornar mais pesado o custo de quem se desloca ao evento, por um lado efectuar refeições volantes (cada um leva um farnel) e, por outro lado, o CTOE autorizou, a quem quis, pernoitar nas instalações do quartel de Penude. 

Assim, no sábado - dia 30 -, graças aos RANGERS da região de Fafe, foi assado um porco e oferecido um caseiro e apetitoso arroz de feijão vermelho a que se juntou as diversas refeições que cada um levou e que permitiram um excelente e bem aceite, entre todos os presentes, um sociável e agradável intercâmbio de acepipes e petiscos regionais.

As dormidas que puderam ser feitas em tendas, num espaço reservado para acampamento, ou nas casernas dos militares, foi para muitos uma oportunidade de recordarem velhos tempos de instrução. 


Mais informação sobre este evento seguir-se-á em próximas mensagens.

 O almoço volante do dia 30, que é muito bem aceite, em ambinete de boa disposição e alegria por todos os convivas, decorreu, como vem sendo habitual nos últimos anos, no airoso ringue desportivo do quartel de Penude. Tem a vantagem de ser fresco e arejado nos dias quentes e proteger a malta nos dia de chuva. Nos dias frios, os RANGERS já estão porogramados para tal, e os nosso familiares e amigos só têm que enfiar mais um casaco.

 Outra perspectriva do almoço
  Vista geral do almoço


Na noite do dia 30, após o animado jantar em Santa Cruz, conviveu-se numa fresca esplanada de Lamego
Cada um dedicou-se ao seu discurso ou ao seu material 

3 grandes Senhoras: Fátima, Lina e Fernanda


RANGER/GE Guilherme Pereira em pose para a foto com uma G3 

 Um alegre reencontro entre dois Camaradas do mesmo turno, ao fim de 39 anos, o Cadete Mirandez e o Instruendo MR - 4º curso de 1973
  
As duas lindas netas do GEP Vitor Lobo: A Erica faz a continência

sábado, 7 de julho de 2012

M494 - Museu do CTOE - Brasões e Distintivos 1. de Tropas Especiais de todo o mundo



CTOE (Centro de Tropas de Operações Especiais) 














MUSEU DA UNIDADE

Brasões e Distintivos 1

sexta-feira, 6 de julho de 2012

M493 - AOE (Associação de Operações Especiais) – Espaço de TODOS os RANGERS - 20º Jantar/Encontro/Convívio - 7 de Julho de 2012


AOE (Associação de Operações Especiais)


Espaço de TODOS os RANGERS

20º Jantar/Encontro/Convívio
7 de JULHO de 2012 - 19h30




ESTA VIDA SÃO DOIS DIAS E UM JÁ PASSOU... VIVAM A VIDA… CONVIVAM… RIAM… DIVIRTAM-SE… E JUNTEM-SE A NÓS... NO ESPAÇO DE TODOS OS RANGERS
APAREÇAM!
Reservas para: RANGER Lopes - 220 931 820 / 964 168 857 ou RANGER Ribeiro - 228 314 589 ou 965 059 516 



quarta-feira, 4 de julho de 2012

M492 - Adopte um terrorista!



M491 - HOMENAGEM AOS ALF MIL VIRIATO BAPTISTA, FUR MIL DOMINGOS CORREIA e FUR MIL JOSÉ FERREIRA CARNEIRO, MORTOS EM MOÇAMBIQUE -COMBATE -, DA CCAÇ 3355 DO BCAÇ 3843. Pelo RANGER Orlando Cardoso



HOMENAGEM PESSOAL AO ALF MIL VIRIATO BAPTISTA, FUR MIL DOMINGOS CORREIA E FUR MIL JOSÉ FERREIRA CARNEIRO, DA CCAÇ 3355 DO BCAÇ 3843, MORTOS EM COMBATE


Já aqui foi dito ma mensagem M109, que o RANGER Orlando Cardoso do 3º Curso de 1970, cumpriu a sua comissão militar em Moçambique, na Companhia de Caçadores 3355 (CCAÇ 3355) do Batalhão de Caçadores 3843 (BCAÇ 3843), como Furriel Miliciano, entre os anos de 1971 a 1973, em Estima/Tete e Molumbo/Vila Junqueiro/Zambézia. 

Nesta mensagem o RANGER Cardoso, quer prestar a sua singela e justa homenagem àqueles que nós RANGERS jamais esqueceremos, TODOS os portugueses mortos em combate Por Portugal, na Guerra do Ultramar. 

Há vários mortos que o RANGER Orlando Cardoso, tem sempre presente na sua memória, mas 3 deles de modo mais vivo pois possui fotos com eles ainda vivos, à chegada à Beira em meados de de Maio de 1971: o Alf Mil Viriato Baptista, Fur Mil Domingos Correia e Fur Mil José Ferreira Carneiro, da sua CCAÇ 3355, e que relembra nas duas fotos seguintes:

foto 1 - da esquerda para a direita – Fur Mil José Maria Ministro Santos, Fur Mil Victor Santos, Fur Mil Domingos Correia (falecido em 26-01-1972, devido a explosão de uma mina anti-carro), Eu, Alf Mil Dias (evacuado), Fur Mil Corado, Fur Mil Belmiro Rodrigues, Fur Mil Jorge Soares, Fur Mil Olímpio Godinho e Fur Mil José Ferreira Carneiro (morto em combate, em 10-10-1972) 


foto 2 - da esquerda para a direita/de cima para baixo – Fur Mil Belmiro Rodrigues, Fur Mil José Ferreira Carneiro (morto em combate, em 10-10-1972), Fur Mil Olímpio Godinho, Eu, Alf Mil Viriato Baptista (morto em combate, em 18-09-1972), Fur Mil Jorge Soares, Fur Mil Corado, Alf Mil Pinto (evacuado), Fur Mil Domingos Correia (morto em 26-01-1972, devido a mina anti-carro)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

M490 - DEBATES SOBRE AS ÚLTIMAS CAMPANHAS ULTRAMARINAS. “O desenrascanço” português não é mais do que a arte da improvisação elevada a ciência”.


DEBATES SOBRE AS ÚLTIMAS CAMPANHAS ULTRAMARINAS
                                                                                                                                20/6/12

“O desenrascanço” português não é mais do que a arte da improvisação elevada a ciência”.
                                                                                                      
Sob a forma de colóquios, seminários, painéis, etc., têm-se multiplicado, nos últimos 15-20 anos, as sessões públicas onde se procura debater as derradeiras campanhas ultramarinas (1954-1974), em que todo o povo português participou, com especial empenho das FAs. 

É sobretudo sobre a acção destas que têm versado a maioria das iniciativas realizadas, cabendo à Instituição Militar ou a órgãos relacionados com a Defesa e Segurança, a parte de leão na sua organização e execução. 

O objectivo tem sido, em termos gerais, o de deixar testemunhos que permitam a futura elaboração da História daqueles conflitos e a passagem de testemunho às novas gerações. É um objectivo louvável, a todos os títulos. 

Estas iniciativas surgiram tardiamente. Digamos que, com 20 anos de atraso. 

As razões são sobretudo políticas e ideológicas. 

De uma situação anterior a 1974, em que era muito difícil, fora dos órgãos competentes do Estado, discutir a situação vivida pela Nação, passou-se para outra, dois anos depois, em que se impôs uma ditadura de pensamento que abominava tudo o que tinha ocorrido no passado recente e, até, muitas das coisas do passado remoto. 

Os combatentes foram, então, relegados para a prateleira da ignomínia e do esquecimento e a resposta à guerra que nos impuseram, foi carimbada como injusta e iníqua. E tiveram a infâmia de escrever isto mesmo, nos livros de História! 

A lavagem ao cérebro, o condicionamento psicológico e a cobardia moral foi de tal ordem, que só há poucos anos se começaram a levantar as barreira à auto – censura e a haver direito ao contraditório. 

O caminho que já se fez ainda está muito aquém, porém, daquele que falta fazer. 

O que se passou a fazer nos últimos 15/20 anos, não obedeceu a nenhum plano – salvo raras excepções de que se realça o trabalho da Comissão para o Estudo das Campanhas de África – surgiu de iniciativas singulares que ficam ao arbítrio das personalidades que lideram, no momento, diferentes órgãos/instituições. [1] 

Daí que, até hoje, os resultados sejam apenas parcelares, repetitivos, aleatórios e descoordenados. Não estou a dizer que sejam medíocres, sem valor ou mal-intencionados; tudo o que foi feito é importante e tem merecimento. Estou apenas a tentar chamar a atenção para a falta de eficiência, dispersão de esforços e falta de sistematização, que coarta a existência de obras de referência e a elaboração de sínteses de conhecimento que permitam o estabelecimento de doutrina e consolidem ensinamentos. 

Vamos tentar ilustrar o ponto com o ocorrido no último seminário ocorrido no Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM), em 20 de Junho, sobre a “Força Aérea em África, 1959-1975”. Este seminário foi antecedido por um outro, em Abril, referente à acção das FAs, em termos gerais, no citado conflito, a que se seguirão mais duas sessões dedicadas, respectivamente, à Marinha e à FA. 

Aquele seminário durou um dia e tratou de operações aéreas, construção de aeródromos, acção dos paraquedistas, transporte aéreo, etc., e algumas conclusões. Ora um dia não dá para tratar sequer, um dos sub - temas, quanto mais a actuação de toda a FA num período de 16 anos! 

As conclusões serão assim, e inevitavelmente, parcelares e pontuais e, se colocarmos a questão do que se vai fazer com elas creio que ninguém, em boa verdade, saberá responder. 

Havendo algum dinheiro e vontade, ficarão registadas em publicação própria e arquivadas à espera que outras se lhes juntem, fruto de iniciativas futuras. Do mesmo modo que as de agora se vão justapor às anteriores, sem nunca se confrontarem… 

Depois nota-se uma coisa assaz interessante: para além de haver uns “habitués”que circulam por estas iniciativas, a assistência tende a dividir-se pelos eventos que menos lhes deveriam interessar. Explicitando, cerca de 95% dos ouvintes do seminário em apreço, eram da FA, ou seja é uma assistência que, à partida, está por dentro (ou devia estar), dos assuntos que vão ouvir. Supostamente teriam pouco a aprender. 

Quem poderia ter algo a aprender seriam os militares da Armada e do Exército e, naturalmente, os civis (nomeadamente os ligados à Defesa), mas estes primaram pela ausência. 

Isto tem sido recorrente. 

Ora o desconhecimento que os Ramos têm da acção, uns dos outros é de grande infelicidade pois está na origem de muitos problemas chamados “corporativos”, desentendimentos e preconceitos. Ninguém, aliás, pode amar o que desconhece… 

Do mesmo modo, quando a maioria dos oradores são conotados com uma determinada visão da guerra, logo tal afasta os que não se revêm nessa visão e vice-versa. 

Ou seja existem, neste âmbito como noutros, um conjunto de “trincheiras” que devem ser desmontadas. 

Noutra perspectiva, ao lado de temas que têm sido muito debatidos – caso das operações, por ex. – outros existem que quase nunca foram aflorados, como é o caso do serviço de informações, a assistência sanitária e o serviço postal militar. 

E estamos apenas a falar do âmbito militar, já que tudo aquilo que envolveu e condicionou as operações militares, raramente tem sido objecto de estudo e debate mesmo no campo das universidades e instituições civis). 

Ora tendo a ofensiva contra a Nação Portuguesa sido global e global a sua resposta, os demais âmbitos têm que ser todos estudados e integrados, sob pena de jamais percebermos o que verdadeiramente se passou e de se poder ter uma visão de conjunto do maior conflito que afectou Portugal em todo o século XX. 

E estes âmbitos são, basicamente, o Político/Estratégico; o Diplomático; o Económico/Financeiro; Social e Psicológico, além do óbvio âmbito militar. 

Entre todos adquire especial importância o “psicológico” – que foi o que deitou tudo a perder – dado que percorre transversalmente todos os outros, sendo que, no caso em apreço, assume extraordinária relevância a questão da “Justiça da Guerra” e do Direito na, e em fazer a guerra. 

Esta questão representa o Alfa e o Ómega de tudo e sem as contas estarem feitas neste particular, nada estará devidamente aferido e concluído. 

Desta questão, todavia, não há quem não fuja dela como o diabo da Cruz. 

E não há “desenrascanço” que nos salve.
  
João J. Brandão Ferreira
TCor.Pil.Av. (Ref.)

[1] Estranhamente (ou talvez não), nunca se constituiu nenhuma comissão para analisar e documentar o conflito que levou à perda do Estado da Índia, apesar de este ser anterior às campanhas de África…