terça-feira, 7 de agosto de 2012

M528 - PATRIOTISMO - Não se vê, nem se apalpa... sente-se!


"QUE OS VIVOS MEREÇAM OS NOSSOS MORTOS" 


Um dos blogues com maior impacto junto da malta cibernética, é sem dúvida nenhuma o blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné, que atingirá em breve 4 milhões de visitas.

Numa das últimas mensagens ali publicadas, no dia 6 de Agosto, com a referência P10231: Álbum fotográfico de Abel Santos (1): Viagem de ida, Bissau, Nova Lamego e Cheche, da autoria de Abel Santos, que foi Soldado Atirador da Companhia de Artilharia Nº 1742 (CART 1742), cumprindo o seu serviço militar na guerra do Ultramar, na Guiné - Nova LamegoBuruntuma -, 1967/69), tem uma foto do memorial que tem inscrito: "QUE OS VIVOS MEREÇAM OS NOSSOS MORTOS".

Aqui fica esta curta e singela homenagem aos mortos da CART 1742 e a todos os que tombaram em combate no citado conflito.

PARA QUE NUNCA OS ESQUEÇAMOS! JAMAIS!





Mensagem completa em:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2012/08/guine-6374-p10231-album-fotografico-de.html

Guiné 63/74 - P10231: Álbum fotográfico de Abel Santos (1): Viagem de ida, Bissau, Nova Lamego e Cheche 


M527 - MISSÉIS, EUROS E “MERCADOS” pelo TcorPilAv Brandão ferreira


MISSÉIS, EUROS E “MERCADOS”

27/07/12 

    O espaço europeu, onde nos inserimos, está no meio de vários confrontos estratégicos, actuais, que estão longe de serem minimamente claros e entendidos pela opinião pública portuguesa.
    O mesmo se passa com a classe política, que se tem revelado perfeitamente impreparada – e nem sequer vocacionada – para entender o que se passa no mundo e de como Portugal pode ser afectado e defendido, no meio de tão complexa trama.
     Creio apenas existirem umas largas centenas de pessoas conhecedoras, capazes de perspectivarem a situação Geopolítica e Geoestratégica de Portugal e com acesso a informação relevante; umas dezenas de milhares de cidadãos espalhados pelo país, que intuem e se preocupam com a gravidade da situação, e umas poucas dezenas de políticos/”gestores”, que são ponta de lança/controleiros dos poderes semi - ocultos que puxam os cordelinhos no xadrez internacional.
     Os primeiros estão, por norma, fora do poder e pouco o influenciam; os segundos estão atomizados e dispersos, e sem liderança que os congregue; os derradeiros estão hipotecados a interesses, para os quais Portugal e a Nação dos portugueses, nada valem e nada interessam.
    O Poder Nacional Português ficou catastroficamente reduzido no fim do “PREC” (25/11/1975) e o nosso país deixou de contar na cena internacional. Nem o futebol o salva…
    O sistema político entretanto instituído tem-se revelado muito incapaz e incompetente para liderar a população. A sobrevivência de Portugal está verdadeiramente em causa, e não são declarações “solenes” a dizerem que temos 900 anos de História e que já ultrapassámos muitas crises, que são garantia de coisa alguma!
    E tais tiradas não revelaram, até agora, qualquer virtualidade, a não ser uma falsa sensação de tranquilidade em espíritos mais impressionáveis.
    Com este pano de fundo, a que se deve acrescentar o facto de nos termos colocado em pré- bancarrota, que originou a vinda da “Tróica” e termos ficado com a soberania limitada; importando cerca de 70% do que comemos e com demografia negativa, tudo o que se passa à nossa volta está a anos - luz de ser tranquilizador. E nós estamos sem “Poder”.
     Sem Poder não há opções políticas nem estratégica.
     A Europa está a ficar um vulcão cheio de fumarolas.
     A Nato (leia-se, os americanos) tenta empurrar os misseis cada vez mais para cima da fronteira da Rússia; a luta pelas fontes de energias, seu acesso e seu transporte, é feroz e subterrânea; a tentativa de controlo de locais chave, para o comércio, minerais estratégicos e de interesse militar, é global e cada vez mais intensa entre as grandes potências; o terrorismo está longe de estar controlado (parece até, estar a renascer na Irlanda do Norte); as velhas nações arriscam fragmentarem-se em “autonomias” e tentativas de independência; a “Primavera Árabe”, cujos contornos ainda não se conseguem perceber com nitidez, veio trazer imensos factores de imprevisibilidade e instabilidade; o Médio Oriente continua um barril de pólvora; o Afeganistão e Paquistão aparentam serem incontroláveis e estáveis e o ataque militar contra o Irão foi, aparentemente, adiado, sem se saber exactamente porquê. E não deixa de ser curioso, que a última reunião do Grupo de Bildelberg, prevista para Haifa (Israel), tenha sido transferida para Chantilly, Virgínia (USA) (31/5-3/6).
    O quadro está longe de estar completo, mas não é esse o ponto. O ponto é chegar à crise financeira actual e tentar perceber o ataque ao euro (ao qual jamais Portugal devia ter aderido), o que corre paredes meias com uma aparente tentativa de hegemonia dentro da UE, por parte da Alemanha. Esta arrasta consigo os seus tradicionais aliados e leva a reboque a França que, desde Napoleão tem pânico dela. Como é tradição secular nestes casos, a Inglaterra (que funciona como “cavalo de troia” americano, na Europa), já manobra para sabotar o esquema.
    É neste âmbito que ocorre o ataque ao euro. A guerra contra o euro parece não ter cara, mas ela existe e está do outro lado do Atlântico.
    O que se consegue perceber de tudo isto – a informação relevante é difícil de obter, está camuflada e chega tarde – parece poder levar a concluir o seguinte:
    As poucas dezenas de famílias/empórios, alguns já centenários, que dominam os EUA (muitas delas de matriz judaica/sionista), que constituem a plutocracia dominante (no mundo), não podem nem lhes convém, lançar misseis de cruzeiro sobre alvos europeus. Porquê?
    Porque a maioria das teorias de Geoestratégia e Geopolítica fazem escola ao considerarem a união das margens do Atlântico Norte como um objectivo primordial de segurança.
    Deste modo os EUA (e o Canadá) necessitam do Continente Europeu, sobretudo da sua parte ocidental e central, para uma defesa comum. Estas teses são o que justificam, primordialmente, a NATO.[1]
     Todavia, sendo as margens do Atlântico complementares em termos de segurança são, outrossim, concorrenciais em termos económicos.
   Os EUA precisam ter na Europa um mercado forte para os seus produtos (daí o Plano Marshall estar longe de ser apenas uma ajuda filantrópica), ao passo que nunca deixaram de proteger a sua produção com taxas alfandegárias (o aço é, disso, um bom exemplo).
    Enquanto durou a “Guerra – Fria” este esquema funcionou na quase perfeição: Os europeus colaboravam com os americanos do norte nas despesas da defesa, cabendo a maior fatia aos americanos; devido ao guarda - chuva nuclear americano os países da CEE e a EFTA (enquanto durou), desenvolveram-se extraordinariamente e dedicaram-se ao comércio, o que era bom para todas as partes. A Alemanha estava ocupada militarmente (como ainda está agora, embora já não pareça), e pagava uma nota preta tanto para a NATO como para a CEE. E mantinha “um low profile”. O Dólar era rei.
    A queda do muro de Berlim (9/11/ 1989); o alargamento da Organização Mundial do Comércio[2] a outros países, principalmente, à China (9/11/2001); a subida de patamar na perigosidade do terrorismo com o ataque World Trade Center (11/9/2001), em Nova Iorque (caso ainda para se perceber verdadeiramente), a evolução dos países muçulmanos e a emergência de novas potências (Brasil, India, Rússia, etc.), veio baralhar tudo.
     A economia lá foi andando, havendo problemas cada vez mais acentuados, de âmbito social, nos países europeus (e também nos EUA), por causa da deslocalização das empresas e da concorrência de mão - de - obra barata/escrava.
    Porém, o “sangue” de todo o sistema continua a ser o (maldito) dinheiro, isto é a moeda em que a maioria das transações é feita e a que se constitui como reserva mundial. Essa moeda tem sido o dólar.
     Ora tem sido este fluxo ininterrupto de dólares (nomeadamente de “petrodólares”) que permite ao Federal Reserve, em Washington (FED, para os amigos), emitir as notas que quer; manter o nível de vida americano alto (e o preço do combustível baixo), imprescindível para não haver revoltas nos Estados da União e ir financiando o já hiperbólico “deficit” americano.
    Eis senão quando o núcleo duro da UE decide avançar com o euro (entrada em vigor, a 1/1/2002).
    O euro começou a fazer concorrência ao dólar e aqui é que a porca torceu o rabo…
   Saddam ameaçou negociar o petróleo noutras moedas, até podia ser em euros, resultado, o Iraque foi bombardeado e ocupado. Saddam enforcado. Na altura houve uma crise transatlântica e surgiu a “nova Europa” versus a “velha Europa”, lembram-se?
    Kadhafi fez a mesma ameaça (até tentou criar uma moeda única entre todos os países africanos produtores de hidrocarbonetos, para comercializar os mesmos), e passou imediatamente de bestial a besta. Também já cá não está para contar como foi…
    Outros casos se deram e o Irão está a aguardar a sua vez. Aparentemente foi necessário tratar da Síria primeiro (e a realidade não tem nada a ver com o que é veiculado nas televisões).
    Ora não sendo possível atacar a França e, sobretudo, a Alemanha – que, insiste-se, continua a ser um país ocupado militarmente e com uma constituição imposta pelos vencedores da IIGM – teve que se inventar um novo método.
    No meio da ganancia dos principais agentes financeiros mundiais, concentrados do outro lado do Atlântico (e também na “city” de Londres – onde a Rainha só entra depois de pedir autorização ao “mayor” da cidade), ligados em rede pelas bolsas, a mais importante das quais fica na Wall Street (nome originado numa paliçada para proteger os primeiros colonos dos ataques dos índios),eis que apareceram essas figuras enigmáticas chamadas de “mercados”. Estes “mercados” movem-se, então, através dessas outras não menos enigmáticas figuras, apelidadas de “agências de rating”, obviamente americanas.
    Primeiro, através da inflação do crédito barato fizeram disparar as dívidas de governos e indivíduos; apostaram na especulação; inventaram “produtos tóxicos” (fantasmas) e geraram biliões em dinheiro virtual que não tinha qualquer correspondência com a economia real.
    Compraram políticos, comentadores e peritos para fazerem acreditar que tudo estava indo no bom caminho; desregularam o sistema financeiro internacional, sobretudo o Ocidental, depois de terem destruído os mecanismos de regulação, incluindo o do próprio governo americano. O sistema cretino- democrático da caça ao voto, fez o resto.
     Muitos países endividaram-se a um nível impossível de poderem pagar as dívidas. Portugal foi um deles e não foi o pior.
     A Alemanha resistiu, aguentou a indústria e não deslocalizou empresas, mantém uma agricultura muito desenvolvida, óptimos níveis de serviços e muitas mais – valias tecnológicas. Gerou “superavit” e os seus bancos emprestam dinheiro (sem embargo de estarem enredados na trama geral). Com cerca de 80 milhões de habitantes conseguem ter um PIB idêntico à China com 1.3 biliões de pessoas…
    Resumindo, os países do euro estão a ser atacados um a um através dos seus elos mais fracos (a Espanha vai rapidamente ficar pior do que nós, seguindo-se a Itália e a Bélgica), mantendo o euro e a economia europeia numa instabilidade e derrapagem permanente. Tal criou clivagens entre os 27, paralisou o processo de tomada de decisão que passou de Bruxelas para Berlim e fez patinar a fuga para a frente do “federalismo europeu”, em que a Sr.ª Merkel pretenderia orientar o caminho, único que permitiria à Alemanha (que está longe de estar unificada) manter a supremacia na União.
     A Grã – Bretanha já iniciou, até, a criação de um cordão sanitário – uma espécie de EFTA actualizada – para lhe fazer gorar os planos.
    O pseudo governo instalado em Lisboa, se fosse português, percebesse alguma coisa do que se passa e não estivesse minado por conivências várias, faria os impossíveis por nos tirar deste atoleiro.
    Convinha que o resto da população ajudasse.

João J. Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador 
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[1] Cabe aqui recordar a célebre trilogia, que sempre correu na NATO, como piada, mas que representava a mais pura das realidades: “A Nato serve para manter os americanos in, os russos out e os alemães under”… 

[2] Criada em 15/4/1994

sábado, 4 de agosto de 2012

M526 - Noções sobre Minas e Armadilhas - Parte 1, por Carlos Nabeiro


Noções sobre Minas e Armadilhas - Parte 1

por Carlos Nabeiro 

1º Cabo da CCAÇ 2357 do BCAÇ 2842 

Vila Gamito - Moçambique - 1967/70 

Da autoria do nosso Amigo Carlos Nabeiro, aqui apresentado na mensagem M504, 1º Cabo da CCAÇ 2357 do BCAÇ 2842, Vila Gamito, Moçambique, 1967/70, recorrendo às suas memórias do tempo da Guerra do Ultramar, enviou-nos mais uma mensagem e alguns esboços sobre uma matéria daquele tempo, que, infelizmente, é ainda hoje uma triste e dramática realidade - as minas -, que passamos a publicar: 

Não sou um perito nesta matéria, mas vou tentar estabelecer alguns termos de comparação, entre a forma, tipo e efeitos destes "sujos" artefactos explosivos, sem recorrer a muitos pormenores, visto que a minha especialidade não foi minas e armadilhas, ou sapador. 

Assim, vou apenas escrever sobre o que vi e aprendi na "minha" zona operacional (ZO) sobre este grande flagelo. 

Os dois tipos de minas eram destinados a tornar inoperacionais viaturas (anti-carro ou A/C), ou a estropiar seres humanos (anti-pessoal ou A/P). 

Esta praga, era também designada, erradamente, por “Fornilhos”, cuja classe incluía outro tipo de armadilhas explosivas. 

Este tipo era montado nas estradas e picadas, em buracos efectuados no subsolo, onde eram colocados engenhos explosivos e todas a classes de munições, geralmente já obsoletos, que serviam, uns como explosivos, outros como estilhaços. 

Com estas últimas, fomos muitas vezes castigados, a montagem era fácil pois bastava um detonador, que podia ser uma granada de mão defensiva, que era despoletada através do arranque da golpilha de segurança, dando-se a detonação, ou por petardos de TNT com detonador, previamente preparados para rebentar ao serem pressionados. 

A nossa companhia nunca "levantou" nem "accionou" nenhuma, das minas clássicas que nos mostraram no tempo dos nossos cursos militares de então e eram fabricadas na indústria de material de guerra. 

Já quanto aos Fornilhos, todos eles como é óbvio de fabrico artesanal, tão letais como um engenho vindo da fábrica, eram de muito difícil detecção, mesmo recorrendo à preciosa ajuda de um detector de metais. 

Os Fornilhos, são classificados, a par com as minas, eram entre todas as classes de armas e engenhos bélicos, o mais "sujo" de todos. 

Escondidos traiçoeiramente no subsolo, como foi já dito, ao contrário da minas anti-carro, que geralmente tinham a regulação dos seus detonadores para actuarem com algumas centenas de quilos, um Fornilho causava muitos danos, quase sempre irreparáveis. 

Para detonarem eram autónomos, ao contrário do que vem nos manuais, não eram accionados por alguém escondido á distância, que ao ver passar uma coluna os fazia explodir, no momento que mais lhe aprouvesse de modo a causarem maiores danos, quer materiais, quer pessoais. 

Estes tanto destruíam uma viatura de grande porte – por exemplo uma Berliet -, como pulverizavam um ou mais homens que estivessem nas proximidades. 

Os detonadores destes explosivos/artefactos, eram de dois tipos: eléctricos ou de compressão, com uma sensibilidade enorme. 

Eram vulgares os Fornilhos por activação eléctrica, cujo rudimentar mas engenhoso "interruptor", actuava com uma pressão que rondasse os vinte quilos, e por vezes menos, fazendo deflagrar sete a dez quilos de petardos de TNT, contidos num cunhete (caixa de munições de armas ligeira), idêntico aos das actuais armas. 

Geralmente, para agravar o perigo das suas eventuais desmontagens, eram colocadas por baixo destas "caixas" de madeira, uma granada sem cavilha de segurança, em que o peso da dita caixa sustinha a respectiva alavanca de segurança. 

No caso de ser detectado o Fornilho e se fosse feito o seu levantamento, sem se ter detectado a granada, esta deflagrava e por "simpatia" rebentava todo o restante material ali depositado. 

O funcionamento do Fornilho com detonador eléctrico, como se pode ver no croqui - letra a) -, por baixo da roda da viatura, é o "interruptor", repetido mais em baixo. 



a) Interruptor.
b) Cunhete com o detonador e a pilha seca de 4,5 volts.
c) Granada armadilha. 


Vê-se duas ripas de madeira, ou tábuas, de 5 a 10 cm de largura no máximo, com o comprimento de 30 cm (a largura de um pneu). 

As ditas ripas ou tábuas, até podiam ser as da tampa do Cunhete (não desperdiçando assim nada), eram envolvidas na zona do meio, por dois pedaços de chapa de ferro (que podiam ser as das rações de combate que a nossa malta negligentemente durante as suas idas para o mato, muitas vezes não as enterrava). 

Com um prego, ou uma ponta perfurante, eram abertos dois furos em cada pedaço de lata, sem soldaduras de qualquer tipo, onde eram ali ligados (atados) os dois condutores eléctricos, como se pode ver no rascunho. 


Um vai ao detonador, que está introduzido no orifício de um dos petardos dentro do cunhete e o outro condutor é ligado á outra tábua com corrente eléctrica de uma pilha de 4,5 volts (uma derivação eléctrica ou Interruptor). 

Nas extremidades das duas tábuas, com um canivete ou faca de mato eram abertos: na tábua que ficava voltada da para cima, um buraco, como disse em cada extremidade, com o diâmetro suficiente para passar apertado um pau da espessura de um lápis. 

Na tábua inferior, eram abertos somente encaixes. 

Mais pormenores se podiam descrever, mas basta olhar o anexo com figuras de componentes do Fornilho, o modelo da pilha seca eléctrica e do encaixe das tábuas do cunhete, onde não há um prego, só cola. 

A caixa, sendo de madeira, não é assinalada por qualquer detector, pese embora haver componentes metálicos, mas sendo estes são de massa reduzida podem escapar ao detector de metais. 

A granada contra-armadilha também pode escapar à detecção, porque se for uma granada ofensiva é de plástico. 

Na próxima mensagem continuo este relato, descrevendo outro tipo de Fornilho, que é actuado por detonador de pressão.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

M525 - RANGERS estão de luto. Faleceu o RANGER Carlos Hermes Ferreira Teixeira, do 3º curso de 1967 e foi Alferes Miliciano da CCAÇ 2312 do BCAÇ 2834, Guiné, 1968/69 (António Brandão)


RANGERS estão de luto.

Faleceu o RANGER Carlos Hermes Ferreira Teixeira, do 3º curso de 1967 e foi Alferes Miliciano da CCAÇ 2312 do BCAÇ 2834, Guiné, 1968/69.


Camaradas,

Informamos que o RANGER Carlos Hermes Ferreira Teixeira, acaba de falecer. 

O RANGER Hermes, frequentou o 3º curso de Operações Especiais/RANGER em Lamego, 1967. 

Entre 1968 e 1969, esteve na Guiné, ao serviço da Companhia de Caçadores 2312 pertencente ao Batalhão de Caçadores 2834. 

Os restos mortais do nosso camarada encontram-se na Igreja de Paranhos seguindo o funeral amanhã, 2013-02-04 para cemitério da mesma freguesia, pelas 10h30. 

Recebam um abraço,
António Brandão

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

M524 - A guerra dos EUA-NATO contra a Síria: Forças navais do ocidente frente às da Rússia ao largo da Síria por Michel Chossudovsky. Ficção ou Realidade?!



A guerra dos EUA-NATO contra a Síria: Forças navais do ocidente frente às da Rússia ao largo da Síria
por Michel Chossudovsky 

"Quando voltei ao Pentágono em Novembro de 2001, um dos oficiais superiores do staff teve tempo para uma conversa. Sim, ainda estamos a caminho de ir contra o Iraque, disse ele. Mas havia mais. Isto estava a ser discutido como parte de um plano de campanha de cinco anos, disse ele, e havia um total de sete países, a começar pelo Iraque, a seguir a Síria, Líbano, Líbia, Irão, Somália e Sudão".

Wesley Clark, antigo comandante-geral da NATO

"Deixe-me dizer aos soldados e oficiais que ainda apoiam o regime sírio – o povo sírio recordará as escolhas que fizerem nos próximos dias..."

Secretária de Estado Hillary Clinton, conferência Friends of Syria, em Paris, 07/Julho/2012 

Enquanto a confrontação entre a Rússia e o Ocidente estava, até recentemente, confinada ao âmbito polido da diplomacia internacional, dentro do recinto do Conselho de Segurança da ONU, agora uma situação incerta e perigosa está a desdobrar-se no Mediterrâneo Oriental. 




Forças aliadas incluindo operativos de inteligência e forças especiais reforçaram a sua presença sobre o terreno na Síria a seguir ao impasse da ONU. Enquanto isso, coincidindo com o beco sem saída no Conselho de Segurança da ONU, Moscovo despachou para o Mediterrâneo uma frota de dez navios de guerra russos e navios de escolta comandados pelo destróier anti-submarino Almirante Chabanenko. A frota russa está actualmente estacionada ao largo da costa Sul da Síria.


Em Agosto do ano passado, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Rogozin, advertiu que "a NATO está a planear uma campanha militar contra a Síria para ajudar a derrubar o regime do presidente Bashar al-Assad com um objectivo de longo alcance de preparar uma cabeça de ponte para um ataque ao Irão..." Em relação à actual deslocação naval, o chefe da Armada da Rússia, vice-almirante Viktor Chirkov, confirmou, entretanto, que se bem que a frota [russa] esteja a transportar fuzileiros navais, os navios de guerra "não seriam envolvidos em Tarefas na Síria". "Os navios executarão manobras militares planeadas", disse o ministro russo da Defesa.

A aliança EUA-NATO retaliou à iniciativa naval da Rússia, com uma deslocação naval muito maior, uma formidável armada ocidental consistente de navios de guerra britânicos, franceses e americanos, previstos para serem ali instalados neste Verão no Mediterrâneo Oriental, levando a uma potencial "confrontação estilo Guerra Fria" entre a Rússia e forças navais ocidentais.

Enquanto isso, planeadores militares dos EUA-NATO anunciaram que várias "opções militares" e "cenários de intervenção" estão a ser contemplados na sequência do veto russo-chinês no Conselho de Segurança da ONU.

O planeado posicionamento naval é coordenado com operações aliadas no terreno em apoio ao "Exército Sírio Livre" (ESL) patrocinado pelos EUA-NATO. Quanto a isto, os EUA-NATO aceleraram o recrutamento de combatentes estrangeiros treinados na Turquia, Iraque, Arábia Saudita e Qatar.

 




A França e a Grã-Bretanha participarão este Verão em jogos de guerra com o nome de código Exercise Cougar 12 [2012]. Os jogos serão efectuados no Mediterrâneo Oriental como parte de um "Response Force Task Group" franco-britânico envolvendo o HMS Bulwark britânico e o grupo de batalha do porta-aviões Charles De Gaulle da França. O centro deste exercício naval serão operações anfíbias envolvendo a colocação em terra firme de tropas no "território inimigo" (simulada). 




Cortina de fumo: A proposta evacuação de cidadãos ocidentais "Utilizando uma humanitária frota naval de armas de destruição em massa" 

Pouco mencionado pelos media de referência, os navios de guerra envolvidos no exercício naval Cougar 12 também participarão na planeada evacuação de "cidadãos britânicos do Médio Oriente, caso o conflito em curso na Síria extravase fronteiras para os vizinhos do Líbano e da Jordânia". 

Os britânicos provavelmente enviariam o HMS Illustrious, um porta-helicópteros, juntamente com o HMS Bulwark, um navio anfíbio, bem como um destróier avançado para providenciar defesa à força-tarefa. Estarão a bordo várias centenas de comandos da Royal Marine, bem como um complemento de helicópteros de ataque AH-64 (os mesmos utilizados na Líbia no ano passado). Espera-se que se lhe junte uma frota de navios franceses, incluindo o porta-aviões Charles De Gaulle, transportando um complemento de caças Rafale.

Espera-se que aquelas forças permaneçam ao longo e possam escoltar navios civis especialmente fretados destinados a recolher cidadãos estrangeiros a fugirem da Síria e países em torno. (ibtimes.com, 24/Julho/2012). 

Fontes no Ministério da Defesa britânico, se bem que confirmando o "mandato humanitário" da Royal Navy no planeado programa de evacuação, negaram categoricamente "qualquer intenção quanto a um papel de combate para forças britânicos [contra a Síria]".

O plano de evacuação utilizando o mais avançado material militar, incluindo o HMS Bulwark e o porta-aviões Charles de Gaulle, é uma cortina de fumo óbvia. A agenda militar não tão escondida é ameaça militar e intimidação contra uma nação soberana localizada no berço histórico da civilização, a Mesopotâmia": 

"Só o Charles De Gaulle é porta-aviões nuclear com todo um esquadrão de jactos mais avançados do que qualquer coisa que os sírios tenham – é especulação de incitamento [dizer] que aquelas forças pudessem ficar envolvidas numa operação da NATO contra forças sírias leais a Bashar al-Assad...

O HMS Illustrious, que está actualmente ancorado no Tamisa, no centro de Londres, provavelmente será enviado para a região no fim das Olimpíadas". (Ibid) 

Este deslocamento impressionante de poder naval franco-britânico poderia também incluir o porta-aviões USS John C.Stennis, o qual está para ser enviado de volta ao Médio Oriente: 

[Em 16/Julho/2012], o Pentágono também confirmou que iria reposicionar o USS John C. Stennis, um porta-aviões nuclear capaz de transportar 90 aviões, para o Médio Oriente... O Stennis estaria a chegar na região com um cruzador avançado de lançamento de mísseis, ... Já é esperado que o porta-aviões USS Eisenhower esteja no Médio Oriente naquele momento (dois porta-aviões actualmente na região estão para ser aliviados e enviados de volta para os EUA).

Em meio a situações imprevisíveis tanto na Síria como no Irão, que teriam deixado forças estado-unidenses tensas e excessivamente sobrecarregadas se fosse necessária uma firme resposta militar em qualquer circunstância. (Ibid, ênfase acrescentada). 


O grupo de ataque USS Stennis está para ser enviado de volta ao Médio Oriente "numa data não especificada no fim do Verão" para ser posicionado na área de responsabilidade do Comando Central: 

"O Departamento da Defesa disse que o deslocamento anterior viera de um pedido feito pelo general do Marine Corps James N. Mattis, o comandante do Comando Central (a autoridade militar dos EUA que cobre o Médio Oriente), parcialmente devido à preocupação de que haveria um curto período em que apenas um porta-voz estaria localizado na região". (Strike group headed to Central Command early - Stripes Central - Stripes, July 16, 2012) 

O Gen. Marine James Mattis, comandante do U.S. Central Command, "pediu para avançar o posicionamento do grupo de combate com base num "conjunto de factores" e o secretário da Defesa Leon Panetta aprovou-o"... (ibid)

Um porta-voz do Pentágono declarou que a mudança de posicionamento do grupo de ataque USS Stennis fazia parte de "um vasto conjunto de interesses de segurança dos EUA na região". "Estamos sempre atentos aos desafios colocados pelo Irão. Deixe-me ser muito claro: Esta não é uma decisão baseada unicamente nos desafios colocados pelo Irão, ..."Não é acerca de qualquer país particular ou uma ameaça particular",dando a entender que a Síria também fazia parte do posicionamento planeado. (Ibid, ênfase acrescentada)

"Cenários de intervenção" 

Este maciço posicionamento de poder naval é um acto de coerção tendo em vista aterrorizar o povo sírio. A ameaça de intervenção militar tem em vista desestabilizar a Síria como estado nação bem como confrontar e enfraquecer o papel da Rússia na intermediação da crise síria.

O jogo diplomático da ONU está num impasse. O Conselho de Segurança da ONU está morto. A transição é em direcção à "Diplomacia guerreira" do século XXI.

Se bem que uma operação militar aliada total dirigida contra a Síria não esteja "oficialmente" contemplada, planeadores militares estão actualmente envolvidos na preparação de vários "cenários de intervenção". 

Líderes políticos ocidentais podem não ter apetite por intervenção mais profunda. Mas como a história tem mostrado, nós nem sempre escolhemos que guerras combater – por vezes as guerras escolhem-nos. Planeadores militares tem a responsabilidade de preparar para opções de intervenção na Síria para os seus mestres políticos caso este conflito seja escolhido. A preparação estará a ser efectuada em várias capitais ocidentais e sobre o terreno na Síria e na Turquia. Até o ponto do colapso de Assad, é mais provável que vejamos uma continuação ou intensificação das opções abaixo do radar de apoio financeiro, armamento e aconselhamento dos rebeldes, operações clandestinas e talvez guerra cibernética a partir do Ocidente. Após algum colapso, entretanto, as opções militares serão vistas a uma luz diferente. ( Daily Mail, 24/Julho/2012, ênfase acrescentada) 

Observações conclusivas 

O mundo está numa encruzilhada perigosa.

A configuração deste planeado posicionamento naval no Mediterrâneo Oriental com navios de guerra dos EUA-NATO contíguo àqueles da Rússia é sem precedentes na história recente.

A história conta-nos que guerras são muitas vezes desencadeadas inesperadamente devido a "erros políticos" e erro humano. Os segundos são os mais prováveis dentro no âmbito de um sistema político desagregados e corrupto nos EUA e na Europa Ocidental.

O planeamento militar EUA-NATO é supervisionado por uma hierarquia militar centralizada. Operações de Comando e Controle são em teoria "coordenadas" mas na prática muitas vezes elas são marcadas pelo erro humano. Operativos de inteligência muitas vezes funcionam independentemente e fora do âmbito da responsabilidade políticas.

Planeadores militares são agudamente conscientes dos perigos de escalada. A Síria tem capacidades de defesa aérea significativas bem como forças terrestres. A Síria tem estado a instalar seu sistema de defesa aérea com a recepção dos mísseis russos Pantsir S1 . Qualquer forma de intervenção militar directa dos EUA-NATO contra a Síria desestabilizaria toda a região, levando potencialmente à escalada numa vasta área geográfica, que se estende desde o Mediterrâneo Oriental até a fronteira do Afeganistão-Paquistão com o Tadjiquistão e China.

O planeamento militar envolve cenários intricados e jogos de guerra por ambos os lados incluindo opções militares relativas a sistema de armas avançados. Um cenário Terceira Guerra Mundial tem sido contemplado pelos planeadores militares EUA-NATO-Israel desde o princípio de 2000.

A escalada é uma parte integral da agenda militar. Preparativos de guerra para atacar a Síria e o Irão têm estado num "estado avançado de prontidão" durante vários anos.

Estamos a tratar com complexas tomadas de decisão políticas e estratégicas que envolvem a acção recíproca de poderosos grupos de interesses económicos, as acções de operativos de inteligência.

O papel da propaganda de guerra é fundamental não só para moldar a opinião pública, levando-a a aceitar a agenda de guerra, como também para estabelecer um consenso dentro dos escalões superiores do processo de tomada de decisão. Uma forma selectiva de propaganda de guerra destinada a "Top Officials" (TOPOFF) em agências do governo, inteligência, militares, aplicadores da lei, etc destina-se a criar um consenso firme em favor da Guerra e do Estado Policial.

Para o projecto guerra ir em frente é essencial que tanto os planeadores políticos como os militares estejam legitimamente comprometidos em conduzir a guerra "em nome da justiça e da democracia". Para que isto se verifique, eles devem acreditar firmemente na sua própria propaganda, nomeadamente em que a guerra é "um instrumento de paz e democracia".

Eles não têm preocupação para com os impactos devastadores de sistemas de armas avançados, rotineiramente classificados como "danos colaterais", muito menos o significado e significância de guerra antecipativa (pre-emptive), utilizando armas nucleares.

As guerras são invariavelmente decididas por líderes civis e grupos de interesse e não pelos militares. A guerra serve interesses económicos dominantes os quais operam a partir dos bastidores, por trás de portas fechadas em salas de reunião corporativas, nos think tanks de Washington, etc.

As realidades são invertidas. Guerra é paz. A Mentira torna-se a Verdade.

A propaganda de guerra, nomeadamente as mentiras dos media, constituem o mais poderoso instrumento guerreiro.

Sem a desinformação dos media, a agenda guerreira conduzida pelos EUA-NATO entraria em colapso como um castelo de cartas. A legitimidade dos criminosos de guerra em altos postos seria rompida.

Portanto é essencial desarmar não só os media de referência como também um segmento dos media alternativos auto proclamados como "progressistas", os quais têm proporcionado legitimidade para a obrigação da "Responsabilidade de proteger" ("Responsibility to protect, R2P) da NATO, em grande medida tendo em vista desmantelar o movimento anti-guerra.

A estrada para Teerão passa por Damasco. Uma guerra ao Irão patrocinada pelos EUA-NATO envolveria, como primeiro passo, a desestabilização da Síria como uma nação-estado. O planeamento militar relativo à Síria é uma parte integral da agenda de guerra ao Irão.

Uma guerra contra a Síria poderia evoluir na direcção de uma campanha militar EUA-NATO contra o Irão, na qual a Turquia e Israel estariam envolvidas directamente.

É crucial difundir esta notícia e romper os canais de desinformação dos media.

Um entendimento crítico e não enviesado do que está a acontecer na Síria é de importância crucial na reversão da maré de escalada militar rumo a uma guerra regional mais vasta.

Nosso objectivo em última análise é desmantelar o arsenal militar EUA-NATO-israelense e restaurar a Paz Mundial.

É essencial que o povo no Reino Unido, na França e nos Estados Unidos impeça o próximo posicionamento naval de ADM no Mediterrâneo Oriental.

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26/Julho/2012 
Do mesmo autor:



O original encontra-se em: 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

M523 - FORÇAS ARMADAS 1974 VERSUS 2013. Por João J. Brandão Ferreira (Oficial Piloto Aviador)



FORÇAS ARMADAS 1974 VERSUS 2013

Em 1974 as Forças Armadas (FAs) possuíam uma dimensão e um poder jamais atingido em 850 anos de História (o que não voltará a repetir-se…), estavam espalhadas por quatro continentes e outros tantos oceanos e combatiam, vitoriosamente, em três teatros de operações diferentes.

O problema maior com que se confrontavam, era a falta de oficiais do quadro permanente, derivada da rarefação de candidatos às Escolas Superiores Militares. Sobretudo no Exército e Força Aérea. Esta falta foi-se agravando desde meados dos anos sessenta e agravada por causa do sempre crescente aumento de efectivos, pela morte e incapacidade de alguns e pela saída do serviço activo, de outros.

Agravava a situação a lassidão e o cansaço que o tempo prolongado da guerra causava nos quadros militares. [1]

A situação era especialmente preocupante nas classes de capitães e subalternos (e já se fazia sentir nos sargentos).

Ora sem oficiais não se consegue manter um Exército de pé. Pelo menos com a qualidade necessária a qual, fatalmente, irá degradar-se continuamente.

O Governo, de então, reagiu tarde e não conseguiu ou não quis, resolver o problema.

As tentativas efectuadas foram lentas, deram poucos resultados e foram inábeis ao ponto de se publicar o Decreto – Lei 353/73 de 29 de Junho.[2] Este diploma causou muito mal-estar nas fileiras e espoletou a revolta activa, numa pequena percentagem da oficialidade.[3]

Tal revolta desembocou no golpe de estado ocorrido em 25 de Abril de 1974, com um “incidente” - nunca devidamente explicado - uns dias antes, a 16 de Março.

O resto do país vivia calmamente com alguns focos de instabilidade nas universidades, aquando de eleições e uns atentados à bomba por grupos de extremistas comunistas e de extrema-esquerda.

A economia crescia a 7% ao ano (no Ultramar era mais) e crescia de forma harmónica e sustentada. O escudo era uma das moedas mais fortes e respeitadas do mundo e não havia desemprego.

As condições sociais melhoravam paulatinamente à medida que as condições financeiras o permitiam.

A abertura política era um facto, as forças totalitárias eram diminutas e estavam contidas e o capitalismo selvagem impedido de ultrapassar a fronteira. A maioria dos governantes tinha currículo e era gente séria, não vendida a interesses estranhos ou ao Deus “mamon”. A corrupção não estava erradicada mas estava contida e era combatida.

E, acima de tudo, mandava-mos na nossa casa e tínhamos uma capacidade apreciável de influenciar o nosso destino.

Mesmo assim as FAs fizeram um golpe de estado - de que logo perderam o controlo - aproveitando a inabilidade do governo e o cinismo maquiavélico de um general e a vaidade (que lhe terá embotado o senso) de outro. Ambos com protagonismo forjado nas suas carreiras.

O resto é conhecido, embora muito mal contado.

Em 2013 não há guerra nas nossas fronteiras (apesar de nos últimos anos se terem já enviados mais de 30.000 militares portugueses para cerca de 30 cenários de conflito ou de cooperação técnico-militar, muitos dos quais de interesse duvidoso) vive-se uma situação “normal”, sem qualquer interferência das FAs na condução da política do país, sem alteração da ordem pública e sendo tudo conduzido democraticamente (ou havendo a ilusão disso), o país entrou em recessão económica e descalabro financeiro contando-se já três resgates financeiros o último dos quais transformou o país numa espécie de protectorado sem fim à vista.

O desconchavo social e moral é grande e a prova mais perigosa disso é o suicídio coletivo em que estamos postos, já que tudo aponta para o fim da “raça” dos portugueses…

Estrou-se, estouvadamente, para uma coisa que parecia um clube de ricos, que nos privou da moeda e a que nos submetemos como cordeiros a caminho do matadouro e onde não mandamos nada.

O desregramento e a corrupção espalham-se infrenes e onde a vida política decorre com pouca elevação e os partidos políticos se transformaram, basicamente, em agências de empregos, sem categoria alguma.

Nos poucos intervalos da “guerra civil” permanente em que vivem uns com os outros e dentro de si, para ver quem manda e quem vai para o poder, tentam fingir que tratam dos assuntos da governação enquanto garantem o usufruto para a vida e viajam constantemente. Afinal o mundo globalizou-se…

Pelo meio entretiveram-se a destruir todo o poder nacional e a subverter os pilares institucionais da Nação. Entre estes está a Instituição Militar.

Tal se passou sem que se entendesse qualquer alerta da sua parte – como era seu dever.

A quantidade de barbaridades a que as FAs têm sido sujeitas é dantesca. E, note-se, tal acontece quando estas estão “pacificadas” e “civilizadas”, são competentes e, no mais, patriotas.

Ora tudo o que se tem passado, nestas últimas décadas, faz parecer as razões que levaram a depôr os órgãos de soberania, em 1974, uma brincadeira de juvenis (recordamos que o país estava em guerra – embora de baixa intensidade – e que as consequências do golpe de estado foi a de a termos perdido ignominiosamente e de a Nação ter sido amputada, sem lustre e com vergonhas muitas, de cerca de 95% do seu território e 60% da população – sim ela era portuguesa…).[4]

E com uma agravante assinalável – a das intenções – o que se conta em duas penadas:

Em 1974 a Instituição Militar estava prestigiada e era defendida pelo poder político ao ponto de ninguém, nas fileiras, sentir minimamente a necessidade de cuidar da sua imagem (nem a “Censura” permitia que se dissesse mal dos militares).

Em 2013 a imagem mediática e social e a defesa institucional das FAs é a que todos conhecemos e anda pelas ruas da amargura.

Em 1974, independentemente dos erros cometidos relativamente ao modo de melhorar o recrutamento – em que os principais responsáveis acabaram por ser dois militares (o MDN, general Sá Viana Rebelo e o CEMGFA, general Costa Gomes), que impediram a colocação dos oficiais oriundos de milicianos num quadro próprio onde seriam promovidos sem interferirem com os oficiais do quadro permanente oriundos da Academia Militar e Escola Naval – fizeram-no, estou em crer, de boa mente, numa tentativa de resolver um problema gravíssimo que afectava, directa e negativamente, as operações militares em curso.

Tão pouco lhes passaria pela cabeça qualquer intenção de prejudicar fosse quem fosse, muito menos o de diminuir a honorabilidade ou a eficácia da IM.

Em 2013 a quantidade de barbaridades feitas às FAs e os ultrajes à IM e aos militares atingiram níveis inauditos e continuados no tempo. E dou um doce a quem provar haver alguma boa intencionalidade no desbaste efectuado e que vai continuar até que a IM seja apenas uma recordação histórica.

Em 1974, uma pequena parte das FAs deitou o regime abaixo – com a complacência da maioria e a “ultrapassagem” do topo da hierarquia.

Em 2013 a hierarquia militar não tem sido capaz de levantar um dedo que seja, em defesa da Instituição – que é também a da defesa do país. Também com a complacência da maioria.

Em 1974 a ameaça maior à Nação vinha de forças marxistas e internacionalistas dentro e fora das nossas fronteiras; em 2013 essa ameaça maior deriva, outrossim, de forças internas e externas, mas agora de âmbito financeiro capitalista e apátrida, e também internacionalista.

Mas ambas estavam já presentes em 1974, do mesmo modo que estão presentes em 2013.

Incomodo hoje os leitores com estas observações por as achar, no mínimo, curiosas. 

[1] Em boa verdade invocar o “cansaço” das operações militares, em militares do quadro permanente, não é, em teoria, argumento para justificar qualquer situação menos apropriada. Mas é sabido que, na prática, tal a acontecer não deixa de provocar efeitos no Moral. O que necessita ser aferido constantemente.

[2] Este decreto previa que os oficiais milicianos pudessem frequentar um curso abreviado na Academia Militar e serem promovidos a oficiais do quadro permanente com a antiguidade da sua promoção a alferes. Ora tal, a verificar-se, iria provocar a ultrapassagem de todos os capitães, e alguns majores, licenciados por aquele estabelecimento de ensino.
Este decreto – lei tem alguns antecedentes que são importantes para a cabal compreensão do que se passou, mas que não se referem para economia de texto. 

[3] Nunca contabilizada, mas que se estima em não mais de 3%. Curiosamente a classe de sargentos esteve ausente em quase tudo o que ocorreu. 

[4] E sem nunca lhe terem perguntado nada. Tudo muito democrático e conforme ao Direito… 

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quinta-feira, 26 de julho de 2012

M522 - Museu do CTOE - Brasões e Distintivos 3. de Tropas Especiais de todo o mundo


Nas mensagens M494 e M498, publicamos algumas peças do Museu do CTOE, que designamos, por sugestão do nosso Amigo e Camarada de armas Carlos Coutinho: Brasões e Distintivos de Tropas Especiais de todo o mundo.

Nesta mensagem, apresentamos mais algumas peças da mesma colecção. 


CTOE (Centro de Tropas de Operações Especiais) 










Este último é uma brincadeira engraçada, não do Museu do CTOE como é óbvio, mas sim do desenho de uma T'shirt da Patrícia Monteiro, filha do RANGER Pais Monteiro. 

M521 - AOE (Associação de Operações Especiais) – Espaço de TODOS os RANGERS - 21º Jantar/Encontro/Convívio - 4 de Agostos de 2012







AOE (Associação de Operações Especiais)


Espaço de TODOS os RANGERS

21º Jantar/Encontro/Convívio
4 de AGOSTO de 2012 - 19h30




ESTA VIDA SÃO DOIS DIAS E UM JÁ PASSOU... VIVAM A VIDA… CONVIVAM… RIAM… DIVIRTAM-SE… E JUNTEM-SE A NÓS... NO ESPAÇO DE TODOS OS RANGERS
APAREÇAM!
Reservas para: RANGER Lopes - 220 931 820 / 964 168 857 ou RANGER Ribeiro - 228 314 589 ou 965 059 516