segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

M63 - Angola - Apresenta-se o 2º Sargento Mil.º Júlio Pinto, da CArt. 1769, do BArt. 1926.

A * N * G * O * L * A

Júlio Pinto, mais um camarada que fez a Guerra do Ultramar em Angola 1967/69, como 2º Sargento Miliciano, na CArt. 1769 do BArt. 1926, (batalhão com 3 companhias, formado no RAP 2 - Monte da Virgem - Vila Nova de Gaia).

A CArt. fez a preparação final na Bateria Anti-Aérea de Leixões, é embarcou em 14/11/1969, chegando a Luanda, no dia 25 do mesmo mês.
Após uma paragem no Grafanil/Campo Militar, por um curto período de 3 dias, seguiram para Sanza Pombo, sede do BArt. 1926, e posteriormente a CArt. 1769 foi para Quimbele, a Cart. 1770 para Massau e a Cart. 1771 para a Quicua.

Chegados ao Quimbele o GC (Grupo de Combate) do Júlio e outro GC foram destacados para o Cuango, mesmo sobre o rio com o mesmo nome, só separados da R. D. Congo pelo rio.

Outro GC foi destacado para a Cabaca, mais tarde designada por Alto Zaza.

Diz o Júlio que a guerra deles foi totalmente diferente da guerra na Guiné, patrulhamentos atrás de patrulhamentos e muita acção Psico-social, tiros, felizmente, só durante a caça.

Nessa altura a zona que cobriam estava considerada como pacificada, ou talvez apenas se vivesse uma paz aparente, pois detectavam-se muitos sinais de passagem de pessoas, mas o certo (segundo diz o Júlio), é que ninguém, do ar condicionado, em Luanda, acreditava neles.


Foto 1 - Um aspecto (1973) do antigo destacamento do Júlio Pinto, mostrando a proximidade da R. D. Congo, que era do outro lado do rio. Recorda-se que o Júlio esteve lá em 1967/69.


Foto 2 - Dois obuses (14 ou 15 cm), foram adquiridos à Krups depois da 2ª ou 1ª guerra, e colocados no destacamento em 1968. Enviados de Luanda, em coluna militar, estavam em bom estado de conservação e funcionamento. O pessoal foi instruído sobre a sua utilização. Passados 5 anos, em que foi tirada esta foto, é triste ver o estado de degradação dos mesmos.


Foto 3 - A D.O. que nos levava o correio e a carne para o rancho, e a pista improvisada no capim. Esta aeronave visitava-nos todas as terças-feiras.
(As fotos 1, 2 e 3 foram retiradas do site www.prof2000.pt elaborado por um ex-Alferes Miliciano que esteve na zona de actuação do Júlio em 1972/73).

Foto 4 - Esta pacassa foi morta por um soldado de transmissões, que era ao mesmo tempo um exímio caçador. Usava uma Mauser afinada por ele e abateu a peça com um só tiro. Muitos quilos de carne que tão bem souberam à rapaziada. O Júlio posa para a "posteridade" com a garrafa na mão.

Entre as suas memórias há um episódio que o Júlio Pinto jamais esqueceu, e que dá bem a ideia como o terreno e as condições de deslocação em solo angolano, também não eram "pêra doce" para as nossas tropas, e que ele nos conta assim: Um belo dia, seriam umas 3 ou 4 horas da manhã quando ao fim de três dias de permanência na mata chegamos ao aquartelamento da Cabaca, tínhamos vindo a fazer o reconhecimento de uma picada desactivada, que em alguns trechos tivemos que reconstruir manualmente com sacholas, machados e catanas.

Mas, diz ele: Chegamos ao fim, missão cumprida.

1 comentário:

Santos Oliveira disse...

Boa, Júlio.
Começas a aparecer.
É bom que nos contes Histórias das Guerras "milicianas" que se contrapunham com os QP.
Sabias que a Bat. de Leixões era filha do meu GACA3?
Abraços
Santos Oliveira