sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

M306 - RANGER/GE (Grupos Especiais) Rui Souto (1º Curso de 1970)

RANGER/GE (Grupos Especiais) Rui Souto (1º Curso de 1970)


GUERRA DO ULTRAMAR - MOÇAMBIQUE
O Comandante do G.E. 801 - Alf. Milº Rui Souto
O RANGER Rui Souto que na Guerra do Ultramar, em Moçambique, comandou o Grupo Especial (constituído por 1 Alferes Miliciano – RANGER Rui Souto, 3 Furriéis Milicianos – Lima, Lameira, Biate Jale e 82 combatentes locais recrutados entre os nativos negros), enviou-nos uma foto que lhe foi mandada dos Açores, obtida em 1973.
Diz-nos ele:
Esta foto foi-me enviada pelo Fur Mil Borges que pertencia a uma Companhia de Artilharia estacionada no Dómue, quando me foi recolher no fim de uma operação em capturamos, salvo erro, 9 armas ao inimigo.
Foi uma festa entre a população local e a tropa branca, que nos recebeu como heróis.
Como tinha sido uma operação inopinada em que não houve tempo suficiente para a sua melhor preparação. Havia sido capturado um elemento IN, que no habitual interrogatório nos forneceu algumas pistas sobre a localização da sua base operacional.
Seguiu-se um imediato lançamento de uma operação de um golpe-de-mão à base IN.
O tempo disponível para arrancarmos foi tão pouco que eu não fui com o camuflado da ordem mas de farda preta, ao contrário do restante pessoal.
A pressa foi tanta que nem nos apercebemos que o 1º Cabo GE Afonso João (mais tarde furriel) caiu da viatura. Como ele transportava a minha arma de assalto (uma metralhadora HK21), fiquei privado da mesma.
A minha sorte foi levar a Winchester de 5 tiros, canos curtos e zagalotes SSG, que serviu para eu fazer um brilharete.
Esta foto, para mim,é de eleição.
O Fur Mil GE que se vê é o Lima GE que actualmente vive em Itália.

O Fur Mil GE Lima, Eu e o Fur Mil GE Lameira (quase 40 anos depois)
Um abraço
Rui Souto
Alf Mil OpEsp/RANGERO Cmdt do GE 801
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Nota de MR:
Que aqueles que lutaram um dia por esta Pátria que lhes sido macro-madrasta, jamais se envergonhem, em qualquer momento ou situação, de terem dado, quando isso lhes foi pedido pelo poder político vigente de então, o seu melhor pessoal como souberam e poderam.
Alguns com custos gravíssimos que passou por mazelas mortais, outros físicas e psíquicas que ainda hoje perduram e só terminarão nas suas mortes.
E pouco têm pedido os mais esclarecidos e honestos Combatentes daquela Guerra:
- tratamento cuidado e adequado para aqueles que ainda hoje padecem de problemas físcos e ou psíquicos pós-traumáticos;
- RESPEITO!

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