quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

M396 - CONTRA ESTE E QUALQUER OUTRO DESACORDO ORTOGRÁFICO... HOJE E SEMPRE!


NESTE ESPAÇO NÃO HÁ LUGAR PARA DES... ACORDOS ORTOGRÁFICOS!

SOMOS 100% CONTRA ESTE E QUALQUER OUTRO DESACORDO ORTOGRÁFICO... HOJE E SEMPRE, QUE NÃO SEJA DEVIDAMENTE DEBATIDO E APROVADO PUBLICAMENTE PELA MAIORIA DO POVO PORTUGUÊS, RECONHECIDO COMO ÚNICO E LEGÍTIMO JUÍZ DESTA CAUSA!

Com a devida vénia e os melhores agradecimentos, e porque a totalidade dos amigos e leitores deste blogue, segundo as inúmeres trocas de impressões trocadas, é inteiramente contra o novo (des)acordo ortográfico a que querem obrigar/impor a aceitar sem qualquer tipo de auscultação à generalidade popular, publica-se o seguinte artigo do jornalista Alberto Gonçalves [in DN 08Jan2012 ].

Adeus, português
É fascinante que um pequenino bando de ociosos tenha decidido corromper a língua de milhões. O fascínio esvai-se quando se percebe que os ociosos atingiram os intentos. O Acordo Ortográfico, criação de arrogantes com uma missão, é oficial e está aí, perante a complacência dos poderes públicos em princípio eleitos para defender o país e não para o enxovalhar deliberadamente.

Até hoje não se percebe a serventia do dito Acordo. A partir de hoje, também não se irá perceber. Ao que consta, a ideia seria “unificar” a escrita de todos os países de expressão portuguesa. Naturalmente, ficou muito longe disso. Ainda que não ficasse, onde estaria o ganho? Por mim, os brasileiros e os moçambicanos são livres de adoptar o húngaro sem que eu os censure ou sequer note a diferença. Não sou brasileiro nem moçambicano. Sou português e, não fosse pedir demasiado, dava-me jeito redigir na língua em que cresci. À revelia da proclamação gratuita de Fernando Pessoa, a minha pátria não é a língua portuguesa. Mas a minha língua é.

Em abono dos Malacas Casteleiros e restantes conspiradores do Acordo, é verdade que semelhante aberração não caiu do céu. A repugnância que esses senhores dedicam às palavras, e que os leva a esventrá-las sem escrúpulos, encontra um ambiente hospitaleiro na sociedade em geral, a começar pelos políticos que avalizaram a vergonha lexical em curso. Dificilmente os sujeitos cuja retórica é um amontoado de “alavancagens” e “empoderamentos” travariam a degradação do vocabulário.
E o resto não melhora. Da televisão às SMS, do Facebook à escola, pouco, quase nada, nos lembra que comunicamos no mesmo idioma do referido Pessoa. Assistir a um “telejornal”, ler um texto produzido pelo universitário médio ou espreitar os padrões do romance contemporâneo indígena é descer a jargões e graus de analfabetismo abjectos, com ou sem “c”. Porém, se os maus-tratos à língua já eram habituais, não eram obrigatórios. E essa é a diferença entre temer pela vida de um moribundo e assinar, oficial e urgentemente, o respectivo óbito.

Alberto Gonçalves

[in DN 08Jan2012 ] 



CONTRA ESTE E QUALQUER OUTRO DESACORDO ORTOGRÁFICO... HOJE E SEMPRE!

Duarte Branquinho
[in DIABO 20Dez2011] 




1 comentário:

Direito no Quotidiano disse...

Que cada um de nós, no nosso quotidiano, escreva conforme as regras da lógica linguística e não segundo o acordês...O debate é fundamental para desmascarar esta trapalhada. Recordo que ainda há uns anos, era a história da data (ano,mês, dia) tinhaque ser assim por mil justificações mas, depois, imperou o bom-senso e, hohe, só meia dúzia de ignorantes persistem nessa ideia maluca!