sexta-feira, 16 de março de 2012

M417 – 38ª Companhia de Comandos – Uma lenda da Guerra do Ultramar (1)



38ª Companhia de Comandos
Uma lenda da Guerra do Ultramar
Guiné – 1972/74

Que o poder político português ostracize e banalize a Guerra do Ultramar, que durou entre 1962 e 1974, e mobilizou quase toda a nossa sociedade de então e a juventude em particular, é um problema que pode ser considerado, alem de uma cobardia inqualificável, alta traição para com todos aqueles que se fardaram com as cores nacionais, juraram bandeira e deram o seu melhor, como podiam e sabiam, por vezes sabe Deus como e com que sacrifícios.

Suor e Sangue, que vitimaram uns milhares de jovens lusos, voluntariosos e corajosos como poucos por esse mundo além.

Nesta mensagem vamos dar início a uma singela e justa Homenagem a uma das Unidades mais esforçadas e martirizadas das 3 frentes da guerra; Angola, Moçambique e Guiiné.

Com os devidos agradecimentos à disposição e colaboração em que nos colocou as suas memórias, ao nosso grande Amigo Amílcar Felício Pereira Mendes, que foi 1º Cabo Comando da 38ª Companhia de Comandos e à disponibilidade do Dr. Luís Graça, fundador e mentor de um dos blogues dedicados à Guerra do Ultramar – Guiné, onde se encontram narradas também estas memórias e mantém diariamente um grande afluxo de visitas: http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/

A 38ª Companhia de Comandos (CCmds) teve como unidade mobilizadora o CIOE (Centro de Instrução de Operações Especiais) – em Lamego. Esteve no TO da Guiné entre Junho de 1972 e Abril de 1974. Fui a penúltima CCmds, de origem metropolitana, a ser mobilizada para este território. A última CCmds a prestar serviço na Guiné foi a 4041ª, formada também em Lamego, e que ali chegou em Maio de 74, cumpriu a sua fase operacional em Teixeira Pinto.

Apresentamos o 1º Cabo Comando Amílcar Felício Pereira Mendes
1º Cabo Comando
38ª Companhia de Comandos
(Guiné, Brá, 1972/74)
AUDACES FORTUNA JUVATE
[em latim, A Sorte Protege os Audazes]


Vou-vos falar um pouco de mim. Assentei praça no longínquo ano de 1971 no antigo RAL 1, em Outubro. Ofereci-me para os Comandos onde cheguei em Dezembro de 1971 (CIOE/ Lamego). Completei o curso em Junho de 1972, mês a que cheguei à Guiné, a 26. Iniciei a 2ª parte do curso em Mansoa, na mata do Morés, onde tive o primeiro contacto com o IN. Recebi o crachá de Comando em Agosto, com o posto de 1º cabo.

Em Fevereiro de 1974 terminei a comissão mas só regressei a Portugal em Julho de 1974, a minha companhia foi a 38ª Companhia de Comandos, os Leopardos.

A listagem dos camaradas mortos da minha Unidade:

- Soldado Comando Idílio da Costa Moreira, natural do Bonfim, Porto, faleceu no HM 241 em 15JUL72 por motivo de acidente com arma de fogo

- Soldado Comando Francisco José Matos da Silva, natural de Terena, Alandroal, faleceu no HM 241 em 08AGO72 vítima de ferimentos recebidos em combate (Mansoa)

- Fur Mil Comando Artur Jorge Tavares Pignateli Fabião, natural de Seia, faleceu no HM 241em 21NOV72 vítima de ferimentos recebidos em combate (Caboiana)

- Soldado Comando Mário Branco da Costa Chaves, natural de São Sebastião, Setúbal, faleceu no HM 241 em 21NOV72 vítima de ferimentos recebidos em combate (Caboiana)

- Soldado Comando Cecílio Manuel Ferreira Franco, natural de Milharado, Mafra, faleceu em 01FEV73 vítima de acidente com arma de fogo

- 1.º Cabo Comando José Joaquim Teixeira Simão, natural de Rio Maior, faleceu em 01FEV73 vítima de acidente com arma de fogo

- 1.º Cabo Comando Luís Manuel Oliveira Barreiras, natural de Aldeia Velha Santa Margarida, Avis, faleceu em 01FEV73 vítima de acidente com arma de fogo

- Soldado Comando José Luís Inácio Raimundo*, natural de Vila Nova de São Pedro, Azambuja, faleceu em 12MAI73 vítima de ferimentos recebidos em combate (Guidage)

- 1.º Cabo Comando Amândio da Silva Carvalho, natural de Sarzedo, Arganil, faleceu no HM 241 em 10MAR74 vítima de ferimentos recebidos em combate (Sector de Bissau)

- Soldado Atirador José Alexandre Costa, natural de Soio, Vinhais, faleceu no HM 241 em 27ABR74 vítima de ferimentos recebidos em combate (Cantanhês)

A vida de um Comando na guerra


Guiné > Região do Oio > Agosto de 1972 > O 1º Cabo Comando Mendes, em operações no mítico Morés.

Guiné > Região do Cacheu > Guidaje > Maio de 1973 > Cadáveres de soldados africanos da CCAÇ 19, abandonados no campo de batalha. A 38ª Companhia de Comandos participou na batalha de Guidaje. O Amílcar tomou notas, no seu diário, destes longos dias de inferno, em Maio de 1973, e vai-nos dar a conhecer esta terrível e mortífera fase da guerra numa das próximas menagens a publicar aqui.


Nos já longínquos anos 72, 73 e 74, como o tempo era muito, fui escrevendo muita coisa do meu dia a dia na guerra. Como muito do que escrevi poderá ser um pouco violento.

Muito do que tenho está nas mãos de uma jornalista que ainda não sabe o que irá fazer mas isso é outra história. Aqui vão fotos. Atenção, são fotos verdadeiras. São fotos de elementos da CCAÇ 19 que estavam em Guidaje. Foram enterrados na bolanha do Cufeu por nós (2).

Tenho o cuidado DE NÃO MANDAR AS FOTOS DOS PORTUGUESES.

Após regressar a Portugal em 74, voltei ao serviço militar, em 1975, como convocado no Regimento de Comandos da Amadora. Aí estive em todo o chamado período quente até Fevereiro de 1980.

Estive sempre colocado no corpo de instrução onde era instrutor de tiro. Dei vários cursos de Comandos e fui louvado pelo Coronel Jaime Neves várias vezes.


(continua)

Um grande abraço para todos os ex-Combatentes.
Amílcar Mendes
1º Cabo Comando da 38ª CCmds

Texto e fotos: © Amilcar Mendes (2006). Direitos reservados.

Fotos alojadas no álbum de Luís Graça > Guinea-Bissau: Colonial War. Copyright © 2003-2006 Photobucket Inc. All rights reserved.

quinta-feira, 15 de março de 2012

M416 - Polítca actual e factual 1

Detenham-se e JULGUEM-SE os culpados pela pseudo-crise em Portugal! São muito milhares de milhões "desviados" sem se apurarem responsabilidades e se exigir a devolução com juros! 

Sacrifícios e humilhações
por MÁRIO SOARES
21 Fevereiro 2012 
 

Sacrifícios, sim, se houver uma estratégia que os justifique; humilhações, não; somos uma Nação com quase nove séculos de história e com grandes serviços prestados à Europa e invulgar conhecimento do mundo. Vão-se os anéis, se for absolutamente necessário; mas fiquem a honra e a dignidade do nosso Povo...

Vem isto a propósito da situação insegura em que Portugal e a União Europeia se encontram. Nas últimas semanas, com uma agenda complicada e exigente, tenho percorrido uma parte significativa do País. E, consequentemente, tenho falado com muita gente, de todas as condições sociais e opções políticas. Noto que há uma depressão coletiva que se está a generalizar - porque não se vê que futuro será o nosso - e, talvez, mais contido, por enquanto, um descontentamento progressivo, com tendência a transformar-se em revolta.

Penso que o atual Governo não deve menosprezar esta perigosa situação. Para isso, o Governo tem de explicar aos portugueses a estratégia que tenciona seguir e para onde nos conduz. Em palavras simples e claras para serem entendidas. Não pode deixar que as pessoas pensem, como começa a acontecer, que quem nos governa é a troika. Não deve ostentar perante ela uma subserviência chocante. São tecnocratas anónimos os que a representam. E que procedem, na nossa terra, falando alto, dando conferências de imprensa e metendo o nariz em tudo, como se fossem os nossos "patrões", só porque representam os que nos emprestaram dinheiro a juros inaceitáveis. Isto é: fingindo que são nossos simpáticos doadores quando são implacáveis exploradores...

É certo que o argumento sempre utilizado pelo Governo é que "não há dinheiro". Mas talvez não seja bem assim. Há algum dinheiro que tem vindo a escoar-se em "buracos", alguns que são conhecidos, mas que o nosso Zé- -Povinho não soube como aconteceram. Tais como: o BPN, o BPP, e mais recentemente a Caixa Geral de Depósitos, a Madeira, etc., sendo que os presumíveis responsáveis continuam impunes e a Justiça, quanto a estes e a outros casos, mantém-se, silenciosa.

Em suma, pedir "sacrifícios", sim. Alguns são necessários. Mas tornando público o conhecimento de como se esvai o dinheiro dos cortes, quem o gasta e se há uma estratégia coerente para sair da crise. As pessoas precisam de compreender que os sacrifícios não serão em vão e se as vítimas são só os pobres e a classe média, ignorando os especuladores e os poderosos.










segunda-feira, 12 de março de 2012

M415 - Homenagem ao CMDT FUZILEIRO ALPOIM CALVÃO – UM HERÓI NACIONAL - UM FUZO IMPLACÁVEL da GUERRA DE ÁFRICA

Homenagem ao CMDT FUZILEIRO ALPOIM CALVÃO – UM HERÓI NACIONAL - UM FUZO IMPLACÁVEL da GUERRA DE ÁFRICA

A revista TABU, do jornal "O SOL" de 9 de Março de 2012, publicou uma justa homenagem a mais este Herói, dos últimos do Império, que foi de Portugal...










domingo, 11 de março de 2012

M414 - RANGER José Saúde (foi Fur Mil da CCS do BART 6523,

RANGER José Saúde
(foi Fur Mil da CCS do BART 6523, que cumpriu a sua comissão militar em Nova Lamego/Gabú, na Guiné - 1973/74, enviou-nos mais algumas fotos da sua estadia naquela ex-Província Portuguesa.

Continuando a apresentação  do RANGER Saúde (ver também as mensagens M394 e M395) apresentam-se nesta mensagem mais alguns interessantes aspectos da vida e quartel de Nova Lamego - na Guiné.
Fotos retiradas de um armário “secreto”



No espólio da minha bagagem trouxe da Guiné um conjunto de fotos retiradas de um armário tido como “secreto”, asseguravam na altura os superiores hierárquicos, sendo que a aproximação ao dito cujo se afigurava quase inacessível tendo em conta todo o conteúdo que o escaparate continha. Certo era também a simbologia de memórias contidas no interior do respectivo armário e que suscitava, obviamente, a curiosidade daquele(s) a quem inadvertidamente lhe(s) tinha(m) sido confiada a missão de zelar pelo chamado gabinete da acção psicológica.


Ora bem, a primeira vez que, à socapa, descobri o “tesouro”, confesso que debitei pouco tempo a olhar as fotos de uma Guiné em guerra. As imagens reproduzidas continham efeitos reais do conflito no terreno, e dos seus efeitos, a par de outras imagens que passavam entretanto ao lado da guerrilha, sendo disso exemplo os costumes da população civil.

Depois de 25 de Abril de 1974 que ditou o fim da guerra no Ultramar, lembrei-me, um dia revisitar aquele armário “secreto” e pausadamente, agora sem o stress antes constatado, deter-me perante as memórias que o tempo jamais ousará esquecer. Fi-lo convicto de que tal legado poderia, eventualmente, apresentar-se importante sempre que à tona da memória surgem imagens de uma guerra que teimava em não dar tréguas ao mais incauto militar.

Não vou trazer à estampa imagens onde o quadro explicitado do horror da guerrilha ditou epílogos impensáveis porque, creio, que a sua visualização feriria por certo susceptibilidades humanas. A meu ver, julgo que os capítulos dos anais da história da guerra ultramarina disso fariam eco, caso a verdade apurada no terreno não fosse sujeita a um esquisito branqueamento.

Todavia, resta-me a consolação de manter no meu baú memórias inolvidáveis que continuam a fazer parte integrante do meu espólio guineense, reconhecendo porém que as fotos apresentadas foram retiradas (não digo furtadas) do arquivo de um Quartel – Gabu - que se preparava para ser entregue às forças do PAIGC.

Aqui ficam pois no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné imagens (poucas) do tempo da guerra na Guiné, condenadas a ficarem pálidas algures num qualquer esconderijo sem retorno. Camaradas, contemplem as fotografias, opinem sobre a temática visualizada e assumam que fomos de facto irreversíveis protagonistas em cenários que teimam acossar as nossas mentes.


Soldados em operações no mato

Desembarque de tropas operacionais de um helicóptero

Em operações na traiçoeira mata


Elementos de uma povoação organizada em autodefesa

Elementos das milícias nativas penetrando na mata

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados. 
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Outras mensagens do RANGER Saúde, podem ser vistas em:

7 de Janeiro de 2012 > 

M395 - Ranger José Romeiro Saúde, do 1º turno de 1973 (2)


5 de Janeiro de 2012 >


M394 - Apresenta-se o Ranger José Romeiro Saúde, do 1º turno de 1973


Esta mensagem pode também ser vista no grande blogue da Guiné:


8 DE MARÇO DE 2012 > Guiné 63/74 – P9585: Memórias de Gabú (José Saúde) (23): Fotos retiradas de um armário “secreto”


terça-feira, 6 de março de 2012

M413 - Pior que uma guerra é fazer de conta que ela nunca existiu

Mais terrível que uma guerra, é fazer de conta que ela nunca existiu! 

Pior ainda é esquecer e ostracizar as suas vítimas e os seus Heróis!

FAFE não os esquece e vai comemorar os 50 anos do início da Guerra do Ultramar e homenagear os seus mortos neste conflito.


Programa:


11h00 - Missa na Igreja de S. José em memória dos Combatentes falecidos na Guerra

12h30 - Cerimónia evocativa e deposição de uma coroa de flores junto do Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar

13h30 - Almoço convívio

APÊLO

Apela-se a todos os RANGERS que se puderem deslocar a Fafe neste dia, o façam, para homenagearmos e voltarmos a lembrar o infeliz RANGER/GE João Manuel de Castro Guimarães,  que foi Furriel Miliciano NIM 12619071, natural daquela cidade.

Recordamos que ele faleceu numa operação de rotina junto à aldeia tanzaniana de Kytaia, próxima do rio Rovuma, na fronteira Norte de Moçambique.


O seu corpo foi "capturado" pelo nosso inimigo de então - a FRELIMO -, e nunca foi recuperado.

Continuemos a exigir junto dos políticos nacionais todo e qualquer movimento para que se efectue o resgate dos seus restos mortais e a entrega à sua querida família.

A história completa deste drama está na mensagem:

6 de Outubro de 2008 > M26 - RANGER desaparecido em combate em Moçambique


segunda-feira, 5 de março de 2012

M412 - 03MAR2012 - Inauguração do Espaço RANGER de Fafe



03MAR2012

Inauguração do Espaço RANGER de Fafe


A Associação de Operações Especiais - Lamego, tem mais um espaço para os seus associados e para hospitalidade ao público em geral, localizado na antiga Escola do Assento, freguesia de Revelhe, no concelho de Fafe.

A cerimónia solene de inauguração foi presidida pelo Ex. Mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Fafe, Dr. José Ribeiro, estando também presentes Sua Excelência o Presidente da Câmara Municipal de Fafe - Dr. José Ribeiro -, Sua Excelência o Presidente da Junta de Freguesia de Revelhe - Sr. Albano Novais Peixoto -, Sua Excelência o Comandante do C.T.O.E. - Coronel Gomes Teixeira -, Sua Excelência o Presidente da Assembleia Geral da A.O.E - Coronel António Feijó e muitas dezenas de RANGERS, seus familiares e Amigos.


O Programa foi o seguinte: 

11h00 - Leitura dos Mandamentos RANGER, junto ao mastro da Bandeira Nacional e Depósito de uma Coroa de Flores no mastro da Bandeira Nacional em homenagem simbólica aos Mortos em Combate pela Pátria, seguida da Prece de Operações Especiais.
11h20 - Bênção do NOVA Extensão da Associação de Operações Especiais.
11h30 - Alocuções das Entidades presentes.
12H30 - Descerramento da placa alusiva ao evento.
13h00 - Fim de cerimónia


Imagens do novo Espaço: 

 Sr. Presidente da Câmara e Sr. RANGER Cor. Feijó
 O RANGER Júlio Palma lê os 10 Mandamentos do RANGER, auxiliado pelo RANGER Afonso e RANGER Rocha
 RANGER Rocha usando da palavra
RANGER CMDT do CTOE Gomes Teixeira e RANGER Cor. Feijó, cortando o belíssimo e deliciosos bolo comemorativo
 RANGERS do activo - CTOE - e o SR. Cor. Albano Pereira, convivendo alegremente

quinta-feira, 1 de março de 2012

M411 - PONTO DE SITUAÇÃO SOBRE O desACORDO desORTOGRÁFICO

Quando os entendidos pensarem num novo ACORDO ORTOGRÁFICO consultem o moço que escreveu o seguinte texto. Este sim percebe da poda e fica coisa mais bem realizada.

Composição, Aluno 9º ano das Caldas da Rainha



O pipol adorou!

Composição "O Pipol e a Escola"

Se não entenderem à 1ª... tentem uma 2ª vez...

Lindo futuro escolar... A nova geração Phonix + Zonix + Vodafnix + Uzix + Tmnix + Optimix e outras tantas terminadas em ix...

(Texto verídico retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha, para ler e reflectir...!)

REDAXÃO

'O PIPOL E A ESCOLA'

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.

Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?

E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os Lesiades''s, q é u m livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.


Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???

O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro.

Ah poizé. Tarei a inzajerar?


PONTO DE SITUAÇÃO SOBRE O:

desACORDO desORTOGRÁFICO


Já não é só o Centro Cultural de Belém -- instituição de direito privado, sem tutela pública. Ou Serralves. Ou a Casa da Música. Já não são só a generalidade dos jornais que o ignoram -- Correio da ManhãJornal de NotíciasPúblicoiDiário EconómicoJornal de Negócios, além da revista Sábado.
Já não só os angolanos que se demarcam, ou os moçambicanos. Ou até os macaenses. Sem excluir algunsbrasileiros.

Por cá também já se perdeu de vez o respeitinho pelo Acordo Ortográfico. Todos os dias surge a confirmação de que não existe o consenso social mínimo em torno deste assunto.
São os principais colunistas e opinadores da imprensa portuguesa. Pessoas como Anselmo Borges, António-Pedro Vasconcelos, Baptista-Bastos, Frei Bento Domingues, Eduardo Dâmaso, Helena Garrido, Inês Pedrosa, Jaime Nogueira Pinto, João Miguel Tavares, João Paulo Guerra, João Pereira Coutinho, Joel Neto, José Cutileiro, José Pacheco Pereira, Luís Filipe Borges, Manuel António Pina, Manuel S. Fonseca, Maria Filomena Mónica, Miguel Esteves Cardoso, Miguel Sousa Tavares, Nuno Rogeiro, Pedro Lomba, Pedro Mexia, Pedro Santos Guerreiro, Ricardo Araújo Pereira, Vasco Pulido Valente e Vicente Jorge Silva.
É o ex-líder socialista, Francisco Assis, que se pronuncia sem complexos contra este «notório empobrecimento da língua portuguesa».
É o encenador Ricardo Pais, sem papas na língua.
É José Gil, um dos mais prestigiados pensadores portugueses, a classificá-lo, com toda a propriedade, de «néscio e grosseiro».
É a Faculdade de Letras de Lisboa que recusa igualmente impor o acordo. Que só gera desacordo.
Um acordo que pretende fixar norma contra a etimologia, ao contrário do que sucede com a esmagadora maioria das línguas cultas. Um acordo que pretende unificar a ortografia, tornando-a afinal ainda mais díspar e confusa. Um acordo que pretende congregar mas que só divide. Um acordo que está condenado a tornar-se letra morta -- no todo ou em parte.

M410 - ATENÇÃO RANGERS DE LISBOA & ARREDORES



ATENÇÃO RANGERS DE LISBOA & ARREDORES

16 de Março de 2012

JANTAR / CONVÍVIO LISBOA 
(a cerca de 500 metros do Estádio da Luz)


Camaradas,
A pedido do RANGER João Encarnação, mobiliza-se toda a tropa das Operações Especiais, Familiares e Amigos, para o Jantar convívio que vai decorrer em:


"Jantar convívio em 16 de Março 2012, no Restaurante do Camarada Ribeiro, em Lisboa. 
O sítio chama-se "Restaurante O Ribeiro", situado na Estrada da Luz, 161-A; 1600-154 LISBOA.
Confirmar presença ou mais info: 217 268 111 (de 2ª a Sábado, das 09h00 às 21h00).
Sem outro assunto de momento,

Cpts
J. Encarnação
Ranger 4ever


NÃO ESQUEÇAM:

Estrada da Luz, N.º 161 A
1600-154 LISBOA
Telf. - 915 409 199 (RANGER Ribeiro)

Coordenadas:
N 38º 45' 16.00"
W 9º 10' 30.79"

BEM HAJAM !! 


**************

NOTA DE MR:

Estes eventos são programados com muito empenho e 

entusiasmo da parte do organizador, cujo único e óbvio

objectivo é reunir o maior número de Camaradas 

RANGER de todas as gerações.

TODOS OS QUE PUDEREM DEVEM COMPARECER 

E CONVIVER!

APAREÇAM!
 CONVIVAM!

Porque esta vida são dois dias!
A vida é curta, as pseudo-crises são infinitas e jamais acabarão dados os obscuros interesses políticos e capitalistas em jogo.



Assim, o convívio com os nossos Amigos e Camaradas, é e será um dos melhores tónicos para ultrapassarmos as vicissitudes desta vida marada e madrasta, em que nós - RANGERS -, somos mestres a sobreviver, como muito bem sabeis por experiência própria... eheheheheheheh... 

M409 - A HISTÓRIA DO 25 DE ABRIL DE 1974 CONTADA POR QUEM A VIVEU E PODIA TER ABORTADO O GOLPE SE TIVESSE DISPARADO ÀS ORDENS, RECORDA ESSES MOMENTOS A 100%.

NOTA INICIAL: A HISTÓRIA DO 25 DE ABRIL DE 1974 CONTADA POR QUEM A VIVEU E PODIA TER ABORTADO O GOLPE SE TIVESSE DISPARADO ÀS ORDENS, RECORDA ESSES MOMENTOS A 100%.



"Ou dá fogo ou meto-lhe um tiro na cabeça"

ADELINO GOMES (Texto) e ALFREDO CUNHA (Fotos) 

25/03/2014 - 07:20

Pré-publicação do livro Os Rapazes dos Tanques, de Alfredo Cunha (fotografia) e Adelino Gomes (texto).

É lançado nesta terça-feira, às 18h30, no Torreão Poente do Terreiro do Paço, em Lisboa, o livro Os Rapazes dos Tanques (Porto Editora). Durante um ano, os seus autores – Alfredo Cunha e Adelino Gomes, da equipa fundadora do PÚBLICO – andaram à procura dos militares que, no dia 25 de Abril de 1974, estiveram frente a frente, dentro de tanques, com o dedo no gatilho, mas decidiram não disparar. Alguns nunca tinham falado em público sobre esse dia. Um deles visita hoje Lisboa pela primeira vez desde o dia da revolução.

Quarenta anos depois, ainda há notícias e histórias por contar. A que aqui publicamos, integrada no livro, é inédita. José Alves Costa, o cabo apontador que chegou ao Terreiro do Paço dentro de um blindado M47 para defender o regime de Marcelo Caetano, desobedeceu às ordens de abrir fogo contra a coluna de Salgueiro Maia, que descera de Santarém para ocupar o centro do poder e derrubar a ditadura.

O livro é apresentado pelo cadete Amílcar Coelho, trabalhador-estudante de Alcobaça na altura do serviço militar e hoje doutorado em Filosofia Contemporânea e presidente da UGT-Leiria, e pelo coronel Carlos Matos Gomes, autor e historiador militar (sob o pseudónimo de Carlos Vale Ferraz), que em 1974 estava em comissão militar na Guiné e integrava o movimento dos capitães.

Excerto do livro Os Rapazes dos Tanques:

Maia chamou-lhe a insubordinacão mais bela do 25 de Abril – o cabo apontador que desobedeceu às ordens do brigadeiro Junqueira dos Reis para disparar sobre a coluna de Santarém. José Alves Costa vive na aldeia de Balazar, terra onde nasceu em 1951. Tem quatro filhos e quatro netos. Reformou-se como construtor de pneus na Continental Mabor. Militares e jornalistas procuraram-no durante 39 anos.

Tão simples como isto:

"Eu estava em cima, na torre [do M47]. Ele [brigadeiro Junqueira dos Reis, segundo-comandante da Região Militar de Lisboa] subiu a grade do meu carro e foi para cima da grelha. Eu estava em sentido. Ele disse-me:
'Sabe trabalhar com isso, nosso cabo?' Eu disse: 'Pouco.' Tentei compor... 'Fui improvisado para aqui. Sei pouco trabalhar com isto.' O brigadeiro disse: 'Dá fogo já a direito.' 'Dá fogo' era virado pr'aqueles [a coluna da Escola Prática de Cavalaria, de Santarém]. Eu disse: 'Vou ver se consigo, mas eu não sei.' E ele só me respondeu: 'Ou dá fogo ou meto-lhe um tiro na cabeça!' Pegou na pistola, vinha vestido de brigadeiro, mesmo. E eu então meti-me dentro da torre. Aquilo tem uma porta, fechei-a e disse para o condutor: 'Fecha as portas também.' Eu, fechando-me dentro do carro, ninguém abre, porque aquilo é blindado, entende? Podia marrar lá com a cabeça que não me encontrava."

Julho de 2013. De pé, no quintal da sua casa, na aldeia de Balazar, duas dezenas de quilómetros a norte da Póvoa de Varzim, o ex-cabo apontador de M47 José Alves Costa conta-nos o que se passou naquele momento preciso da manhã do dia 25 de Abril de 1974, que fez exclamar ao comandante da coluna revoltosa, Salgueiro Maia, anos depois: "Aqui é que se ganhou o 25 de Abril."

A sua versão é, em certos aspectos, substancialmente diferente da narrativa que o capitão Maia consagrou, a partir de declarações do alferes miliciano Fernando Sottomayor, comandante dos quatro carros de combate cujas guarnições o ex-cabo apontador integrava.

O alferes fora o primeiro a desafiar a autoridade do brigadeiro, recusando-se a fazer fogo sobre os blindados da EPC. Contará, mais tarde, que o cabo apontador do seu carro respondeu a nova ordem do brigadeiro para que disparasse: "Eu, sem o meu alferes, não faço nada." Em entrevista, 14 anos depois, Salgueiro Maia acrescentou que, depois de enfrentar aquele oficial general, o cabo saltou para o chão, para se juntar aos revoltosos. (Nenhum dos entrevistados nos confirmou esta versão.)



Sabe que eu passei um bocadinho de escravidão. Cheguei a comer meia sardinha e pão bolorento. Graças a Deus, os meus filhos nunca precisaram.José Alves Costa

A nosso convite, ex-cabo e ex-alferes almoçaram num restaurante da Póvoa de Varzim poucas horas depois do nosso encontro. "É ele mesmo", diz Costa, quando o avista a sair do carro. "Há anos que a gente te procura!...", exclama Sottomayor, abraçando-o.

Nunca mais se viram. Fernando Sottomayor esqueceu-lhe mesmo, por completo, não só o nome, mas também a fisionomia. Não é o único. Nenhum dos militares que estiveram no dia 25 de Abril no Terreiro do Paço (de um lado e do outro) lhe sabia, até este momento, o nome, e muito menos lhe conhecia o paradeiro.

O antigo cabo apontador sente dificuldades na cronologia dos acontecimentos. Mas retém um ou outro apelido, algumas frases, gestos que apimentam com genuinidade conversas de várias horas, de que aqui deixamos excertos.
Não se lembra da matrícula do carro de combate M47. Mas não hesita: o seu estava posicionado na "marginal, do lado do mar". Foi de lá que viu o alferes que comandava a força ser "engavetado" pela Polícia Militar; que assistiu à passagem do carro que estava à sua frente para o lado das forças de Maia; e que decidiu fechar-se dentro do blindado, única forma que encontrou de fugir às ordens do brigadeiro para que fizesse fogo.

Começam aqui os pontos de divergência com a narrativa consagrada, de Sottomayor e de Maia. Diz que em momento nenhum afrontou directamente o brigadeiro, e que, até ao fim, não desertou para "o outro lado". Que ficaram ali – ele e os outros membros da tripulação – "sem comandante nenhum, até talvez às 3 da tarde, ou coisa no género”. Até essa altura – sublinha, desafiando mesmo a reconstituição dos factos, a que procederemos num encontro, meses depois, com ele e com vários dos seus camaradas de então –, considerou-se sempre do lado oposto ao da coluna de Santarém.

– Enquanto a PM esteve ao lado do regime anterior, nós funcionámos contra o novo regime. Depois que a PM foi controlada e virou – eu não sei, 3, 4 horas da tarde –, a partir daí nós normalizámos, foi quando nós andámos pelas ruas. Mas nunca nos juntámos aos de Santarém. Nem de manhã nem de tarde. Nós nunca estivemos com eles.

À noite, no Regimento, já controlado pelo Movimento das Forças Armadas, explica ao alferes Sottomayor, entretanto libertado, o que se passou depois de o brigadeiro o mandar prender.

– Você tinha dado ordens cá atrás [ao aproximarem-se do Cais do Sodré]: "Ninguém faz fogo sem minha ordem." E, claro, ficou assim.

– Se queres levar um louvor, a gente escreve – oferecem-se um oficial e um furriel, impressionados.

– Nem pensem nisso. Deixai-me ir em paz. Não quero louvor, quero-me ir embora.

A sua recusa em cumprir as ordens do brigadeiro – tem consciência – tornou-o “um dos autores que fizeram com que as coisas corressem bem naquele dia”. Mas, com a mesma naturalidade com que disse tudo o que ficou para trás, não se inibe de confessar-nos a principal razão que o levou a rejeitar a ideia:


Nunca deu uma entrevista. Nunca cantou a Grândola. Nem uma só vez participou em comemorações do 25 de Abril.

– A gente sabia o regime que tinha. Se calhava as coisas não correrem bem, a minha vida podia ir para o maneta.

– E agora, passado este tempo todo, nunca teve a tentação de dizer: "Eh pá, olhem, sou eu o tal cabo"?!...

– No dia, se eu for ao café e vir as imagens, eu lembro-me: "Eu, há tantos anos, estava lá!" Com um caguefe do caraças...

A noção de que Portugal passara de uma ditadura para uma democracia impôs-se-lhe "quase logo". Do mesmo modo que as mudanças no nível de vida.

– Sabe que eu passei um bocadinho de escravidão. Cheguei a comer meia sardinha e pão bolorento. Graças a Deus, os meus filhos nunca precisaram.

Na adolescência, uma sucessão de mortes e doenças provocou gastos de dinheiro que pesaram enormemente no orçamento familiar. O pai, viúvo, camponês-rendeiro, chegou a recorrer a um bruxo para lhe acudir, paralisado durante seis meses.

Ao sair de tropa, em Outubro de 1974, regressou aos trabalhos do campo, antes de breves experiências em Famalicão, como tractorista (também da lavoura), e numa serração, mais próximo de casa.

Em Março de 1977, inscreveu-se na Mabor Continental, em Lousado. Entrou de imediato – ajudante, nos primeiros anos; depois, construtor de pneus. Chama-lhe a sua "sorte grande", pois evitou-lhe "ter de ir ao estrangeiro", como tantos conterrâneos, para ganhar melhor a vida –, construiu e pagou a casa ("paguei juros a 20 por cento!...") e criou quatro filhos – para um dos quais, “deficiente renal”, chegou a ir metade do salário mensal.

Saiu da empresa como operador químico. Tinha 40 anos de descontos. Reformou-se em 2011, "com direito, talvez, à volta dos 1350 euros". No momento da entrevista, estava com mil. "Já me limparam que chegasse."

O alferes – descobrem no encontro que promovemos – passou junto da sua fábrica anos a fio: teve escritórios nuns armazéns ali ao lado. Nunca se encontraram.

José Alves Costa gosta de se manter informado. Noticiário e agora comentários, na televisão, e uma vista de olhos "pelas letras maiores" de dois jornais – um desportivo e o Jornal de Notícias. É simpatizante do Benfica, "já há muito ano". Olha para a crise com a ideia de que "muita gente começou a ir longe de mais e agora puxam pelas orelhas – acham que lhes estão a tirar aquilo a que não tinham direito, e daí criticam”.

Nunca deu uma entrevista. Nunca cantou a Grândola. Nem uma só vez participou em comemorações do 25 de Abril. Apenas em casa se abriu um pouco mais sobre a sua participação nos acontecimentos militares (ainda que omitindo pormenores mais favoráveis a si mesmo, conforme verificaremos em conversa com a mulher e um dos filhos).

– No 25 de Abril, digo sempre para eles: "Abençoado dia." Para mim, fica-me na história. É um dia que me marca muito. Agora, há coisa de uns oito anos para cá, ainda muito mais.

– Porquê?

– Foi o dia em que o Papa João Paulo II beatificou aqui a irmã Alexandrina, que é considerada santa por nós. Tenho muita fé nela, porque, para mim, foi ela que me livrou de eu ir ao Ultramar. Balazar mandou muitos militares para lá – graças a Deus, só um ou dois tiveram pequeninos ferimentos. Desde que foi beatificada, comemora-se aqui o 25 de Abril, ano da beatificação, e ao mesmo tempo dá-me mais gosto, porque comemora-se também o 25 de Abril da Liberdade.

José Alves Costa
O melhor do 25 de Abril: a liberdade de se poder falar à vontade, desde que não se prejudique ninguém.
O pior: a liberdade de as pessoas chegarem ao ponto de não respeitarem a liberdade delas e do próximo.
Figuras que mais admira: Mário Soares, Ramalho Eanes e Vasco Lourenço. Fora da política e da instituição militar, Carvalho Neto, gerente da fábrica onde trabalhou.


O ENTREVISTADO: 

Sabe que eu passei um bocadinho de escravidão. Cheguei a comer meia sardinha e pão bolorento. Graças a Deus, os meus filhos nunca precisaram.

Nunca deu uma entrevista. Nunca cantou a Grândola. Nem uma só vez participou em comemorações do 25 de Abril.