sexta-feira, 2 de julho de 2010

M223 - ANGOLA 1967-69. Recordações do 2º Sarg. Milº Júlio Pinto da CArt. 1769, do BArt. 1926 - 7 meses em Santa Cruz

A * N * G * O * L * A

Júlio Pinto, um camarada que fez a Guerra do Ultramar em Angola 1967/69, como 2º Sargento Miliciano, na CArt. 1769 do BArt. 1926, (batalhão com 3 companhias, formado no RAP 2 - Monte da Virgem - Vila Nova de Gaia), conta-nos mais uma das suas histórias.
Os meus sete meses em Santa Cruz – Angola
I - Antecedentes
Num determinado período da minha Comissão em Angola, no Destacamento da CART 1769 sediada no Quimbele, Cuango, parte do BART 1926 com sede em Sanza Pombo, Uige, no nordeste, recebi ordem de avançar, com a minha secção, para Sanza Pombo a fim de integrar um grupo e seguir para o Leste (Luso) para fazer escoltas aos MVL, (colunas de reabastecimento, no itinerário Luso, Cangamba, Casssamba e Muié e regresso).

Chamei o Andrade, o cabo da secção, comuniquei-lhe a ordem para preparar o pessoal a fim de avançar naquela noite.
O Andrade lembrou-me que havia pessoal de férias e outro à espera para entrar de férias. Respondi-lhe que se arranjavam substitutos e o assunto ficou por aqui.
Na hora do almoço, na messe dos sargentos, vem-me o Andrade comunicar que depois de reunido o pessoal da minha secção, este resolveu democraticamente (palavra proferida por ele em Maio ou Junho de 1968) ir comigo para o Leste ou para onde quer que fosse, nem que fosse para a morte.
Estas palavras ditas por um jovem, que sabia o que representava a camaradagem e união do grupo, encheram-me o coração de alegria; estas atitudes nunca mais se esquecem.
Também nunca mais esqueço que ao meu lado na mesa estava o Furriel Vagomestre (de visita ao nosso destacamento) que se emocionou ao ponto de duas lágrimas lhe correrem pela face.
Havia que preparar tudo para arrancar de noite, ficando assente, com o Alferes Miliciano do meu grupo, que partiríamos à meia-noite.
Ordenei ao Andrade para que o pessoal carregasse o que fosse necessário, pois a qualquer momento partiríamos.
Bom, aquele fim de dia foi diabólico e o demais pessoal do destacamento (o que restava do meu GC mais o pessoal do outro GC), quis fazer uma despedida com uma caldeirada de cabrito acompanhada das famosas cervejas Cuca e Nocal (ambas fabricadas em Luanda).
Estava a ficar tudo borracho.
Avaliando este estado das coisas, dirigi-me ao Alferes informando-o que o melhor era partir de imediato. Concordou. Assim pelas 22h00, partimos mas, pelo caminho, tivemos que deslocar algumas árvores que apareceram na picada (abatizes).
Certamente estariam preparadas para alguma acção mais tardia.
Chegamos ao Quimbele depois de oito horas de auto-estrada de picada. Um dia no Quimbele e avançando no dia seguinte para Sanza Pombo.
Chegados, foi verificado que o GC iria ser formado por uma secção de cada CART do BART.

Contactados os outros dois Furriéis Mil, o Ernesto da Cart 1770 (Quicua) e o Nascimento da CART 1771 (Massau), foi-lhes perguntado quem era o Alferes que ia comandar o GC. Ao saber, fiz um comentário do género “ele é tolo mas nós somos três tolos”.

Sem eu saber o porquê, o Alferes foi ter com o Comandante do BART comunicando-lhe que não ia connosco porque não nos conhecia pelo que foi buscar o seu GC, que estava em Santa Cruz.

Assim nos deslocamos para Santa Cruz, onde se iniciou o martírio de sete meses.

O Destacamento era comandado por um 2º Sargento do QP, que nunca tinha comandado nada. Melhor eu tivesse ido para o Leste!...

II – Permanência no Destacamento de Sta Cruz – CART 1770 (Quicua)

Santa Cruz era um destacamento da CART 1770 que estava sediada na Quicua a duas horas de viagem, por uma picada perigosa, muita mata e capim e muito pantanosa em ambos os lados. Ficava, igualmente, de duas horas a três da sede do Batalhão, Sanza Pombo, por outra picada perigosíssima.

Chegados, procedemos á nossa instalação em casas alugadas ou cedidas por civis. Havia 5 a seis famílias em Stº Cruz, sede de Administração.

O meu martírio:

O Sargento Comandante, começou a por os cornos de fora (salvo seja). Durante a minha vida militar (48 meses) conheci muitos sargentos, mas nenhum tão mau (em todos os aspectos) como este.

Diáriamente, durante as refeições, enchia-me os ouvidos com ditos contra os soldados. Pacientemente ouvia e dizia: olhe que não é bem assim isto é tudo boa rapaziada. Mas ele não aceitava nada.

Para ele, os soldados eram o piorio que podia existir à face da terra. Isto, todos os dias. O saco ia enchendo.
Mas há atitudes que me marcaram. Relato algumas:

Jogar a Bola

- Um dia depois de almoço, formou o pessoal e nós furriéis também estávamos presentes. O homem dirigiu-se-me e perguntou se queria eu jogar futebol.

Respondi-lhe que sim e ele dirigiu-se à formatura e perguntando “Quem quer ir jogar futebol com o Furriel Pinto?”. Toda a gente disse que sim e o “comandante” disse “1º vai toda a gente à água”.

Ora como eu disse que sim saltei logo para o Unimog e ele, então, disse que eu não precisava de ir.

Claro, cheguei-me ao ouvido dele e disse-lhe, que fosse brincar com… outra pessoa mas comigo não.

Azares

-Uma tarde, ordenou-me fosse de imediato à Quicua para tratar de diversos assuntos (já não lembro se seria também para trazer a dinheiro para pagamento ao pessoal).

Quando regressávamos, já começava a ser noite e em determinado ponto do trajecto o condutor descuidou-se e nós ficamos atolados com os dois diferenciais assentes no chão.

Tínhamos guincho, mas era noite escura e não havia arvores que aguentassem o guincho. Ali ficamos toda a noite em que choveu sempre, como só chove em África.

Ficámos molhados até aos ossos. Com o nascer do dia lá conseguimos uns arbustos mais fortes e a muito custo lá conseguimos fazer chegar o guincho.

Seguimos viagem e á vista do destacamento o pessoal começou a cantar de contentamento por não ter acontecido nada. Fomos tomar o nosso banho, fazer a barba etc e não é que lá pelas 10h00 eu vejo o pessoal, que tinha ido comigo, de catana na mão a capinar?

Fui-lhes perguntar o que aconteceu e disseram-me que tinha sido o Sargento que os mandou de castigo por termos entrado, a cantar, no destacamento. Fiquei furioso e fui saber o motivo.

Resposta do individuo: “Que lindo os militares com um comportamento destes!”

Disse-lhe que as divisas que tinha nos ombros eram para ter a responsabilidade sobre alguns jovens e por isso se eles tinham entrado a cantar foi com minha autorização, e perguntei-lhe se era necessário eu ir capinar. Respondeu-me: “Lá está você”.

- Vou contar a última para não ser maçador.

A determinada altura, um qualquer iluminado lembrou-se que fizéssemos umas lagoas para a criação de um peixe, salvo erro de nome tilápias, (estava na moda) e nós estávamos a executar este projecto.

Natal de 1968. Para comemorar o Natal no dia 24 de Dezembro combinou-se que o jantar à hora normal seria ligeiro e à meia-noite de 24 de Dezembro juntamente com o Administrador e a população civil faríamos a ceia de Natal.

Nós dávamos as batatas e o bacalhau e os civis as sobremesas. Tudo combinado e aceite.

Na hora do rancho, um cabo que tinha acabado de chegar e não sabia do combinado, reclamou do rancho, que era pouco, que não prestava, etc.

O “comandante” berrou com ele, ameaçou, pintou a manta e, claro, sobrou para mim.

Veio ter comigo, quando estava a conversar com um civil, e vociferou, “eu faço, eu aconteço, eu amanhã, dia de Natal, ponho o cabo… a cavar o tanque para as tilápias”, etc.

Veio ao de cima o CACIMBO e saltou-me a tampa. Voltei-me para o ele e disse-lhe que para me dar ordens dessas, só com um tiro.

Ele respondeu-me: “… E dava!”.

Olhei-o nos olhos e disse-lhe que não se esquecesse que estava a ter esta conversa diante de uma pessoa estranha à guerra. Virou costas e foi embora.

Quando passei diante do seu gabinete , ele chamou-me dizendo-me que eu não devia ter-lhe dado aquela resposta diante de um estranho. Retorqui que tinha razão mas ele, “comandante”, não devia ter dito o que disse em frente a essa mesma pessoa.

Se me queria dizer algo tinha-me chamado ao gabinete e conversado comigo.

Só lhe lembrei que, brevemente, iria ser promovido a 2º Sargento Milº.

Estas são algumas das situações e relacionamentos, vividos por aquelas terras de Angola.

Passadas que dêem para reflectir.

Júlio Pinto
2º Sarg Mil da CART 1769 do BART 1926

Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.

sábado, 26 de junho de 2010

M222 - XXXIII CONFRATENIZAÇÃO ANUAL DA AOE (Sexta-feira, 02 Julho 2010 a Domingo, 04 Julho 2010)

XXXIII CONFRATENIZAÇÃO ANUAL DA AOE
Sexta-feira, 02 Julho 2010 a Domingo, 04 Julho 2010


PROGRAMA
NOTA IMPORTANTE: A PARTICIPAÇÃO NA MINI PROVA RANGER IMPLICA INSCRIÇÕES ANTECIPADAS E SEGURO
Sexta 02JUL10 - Sede da AOE
16H00 - Abertura do Secretariado
20H00 - Fecho do Secretariado
Jantar Livre - Restaurante Oficial da AOE- Casa de Pasto Restaurante NUNO - Rua Nova, 85, 5100-154 Lamego
21H30 - Actuação da "OLE"- Orquestra Ligeira do Exército
23H30 - Noite "RAIDRangerNocturno", aos bares de Lamego com acesso e descontos. Acção promovida pela C.T. Grupo RangerMotard.

Sábado 03JUL10 - Penude
10H00 - Abertura do Secretariado
12H00 - Fecho do Secretariado
12H00 - Apresentação de Cumprimentos ao Comando do C.T.O.E.
13H00 - Almoço Volante."Feira das Regiões", cada Ranger familiares e amigos traz o farnel e partilha com os restantes os sabores da região.
Exemplar participação da C.T. Fafe, com "Porco no Espeto"
Animação Musical a cargo da C.T. para o espaço Ranger no Porto.
14H30 - Início da Mini-Prova Ranger
Demonstração de Airsoft pela C.T. Grupo AirSoftRANGER.
Prova de Tiro com Pressão Ar pela C.T. Tiro Desportivo.
Concentração de elementos do Grupo RangerMotard.
20H00 - Jantar Livre - Restaurante Oficial da AOE- Casa de Pasto Restaurante NUNO - Rua Nova, 85, 5100-154 Lamego
21H30 - Noite "RAIDRangerNocturno", aos bares de Lamego com acesso e descontos. Acção promovida pela C.T. Grupo RangerMotard.

Domingo 04JUL10 - Quartel de Santa Cruz
10H00 - Assembleia Geral
12H30 - Cerimónia de Homenagem aos Mortos em Combate com Descerramento de Placa Comemorativa XXXIII CONFRATENIZAÇÃO
13H00 - Almoço convívio e entrega de lembranças

Locais:
Sexta - SEDE
Sábado - Penude
Domingo - Quartel de Santa Cruz
Contato: AOE
Acampamento permitido em Penude.
Preços de inscrição a afixar brevemente.
As inscrições para a prova mini-Ranger SÓ PODEM SER EFECTUADAS ATÉ SEXTA FEIRA, ÀS 23H00, POR MOTIVO DE GARANTIR O SEGURO INDIVIDUAL.
ATENÇÃO: SÓ PODERÁ PARTICIPAR NA PROVA QUEM TIVER O SEGURO GARANTIDO.
INSCRIÇÕES PARA:
info@aoe.pt (Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

M221 - Conflitos da Idade Moderna, 17-06-1665, Batalha de Montes Claros


342º Aniversário
Batalha de Montes Claros
Conflitos da Idade Moderna
17-06-1665
Este acontecimento teve inicio em: 17-06-1665 e terminou em 17-06-1665
Vencedor: Reino de Portugal
Forças em presença: Reinos Habsburgos espanhóis

Reino de Portugal

A batalha de Montes Claros (perto de Borba), constitui o último episódio relevante da guerra de 28 anos que Portugal manteve contra a monarquia dos Habsburgos espanhóis.

A batalha é a última na sequência de vitórias portuguesas que acabaram definitivamente com as pretensões de Filipe IV da família Habsburgo de voltar a reinar em Portugal, onde tinha permanecido durante um período de 60 anos entre 1580 e 1640.

O ataque era no entanto esperado pelos portugueses, que aguardavam que este se desse pelo Alentejo, região que tinha sido previamente preparada no sentido de dificultar a progressão das forças invasoras.

À região do Alentejo, acorreram forças de várias regiões do país, com «terços» ou batalhões enviados desde Trás-os-montes, Lisboa e de outras regiões do país.

As forças espanholas que marchavam contra Portugal seguiam o plano de sempre. Entrar em Portugal por Vila Viçosa (lugar de importância por se tratar de lugar de residência dos Duques de Bragança), seguindo depois como noutras alturas para Setúbal, para posteriormente atacar Lisboa.

Em coordenação com as forças do Marquês de Caracena, uma poderosa esquadra espanhola tinha saído do sul de Espanha, para de forma coordenada chegar a Setúbal quando a cidade estivesse a ser sitiada pelas forças terrestres.

As forças espanholas entram em Portugal e sitiam Vila Viçosa, que embora com fraca guarnição, resiste às forças espanholas.
O cerco de Vila Viçosa leva a que as forças portuguesas se dirijam naquela direcção com o intuito de reduzir a pressão exercida sobre aquela praça.
Mas antes de atingir Vila Viçosa as forças portuguesas param na área de Montes Claros a meio caminho entre Estremoz e a vila sitiada de Vila Viçosa, onde aparentemente as posições tácticas no terreno são favoráveis.

Ao ter conhecimento da presença do exército português nas proximidades, as forças de Caracena, compostas por 22.600 homens de infantaria e cavalaria abandonam o cerco a Vila Viçosa e dirigem-se ao encontro das tropas portuguesas.

À vista das forças portuguesas, o general espanhol manda a cavalaria atacar de frente as linhas da lusa, mas o ataque frontal e furioso, depara com a barreira da artilharia portuguesa, que fulmina e destroça parte do ímpeto do ataque espanhol, que embora atinja e chegue a perfurar as linhas da infantaria, acaba por ser rechaçado, forçando os espanhóis a retirar para se reorganizarem.

Os espanhóis rapidamente lançam novo ataque sobre as linhas portuguesas, atingindo as primeiras linhas, mas não logrando atingir a segunda linha das forças portuguesas. Este segundo ataque espanhol foi tão violento quanto o anterior, mas os espanhóis tiveram muito mais baixas no segundo ataque que no primeiro.

À medida que as horas íam passando, as forças espanholas, que precisavam vencer a batalha para se dirigirem para Setúbal, tinham que manter a iniciativa, enquanto que as forças portuguesas podiam assumir posições claramente defensivas e ainda mais com a utilização de artilharia bem posicionada que permitia causar grandes perdas aos espanhóis.

Cientes da sua superioridade, os espanhóis iniciaram a batalha com grande ânimo, mas à medida que o tempo passava, a segurança na vitória foi dando lugar ao descrédito e à dúvida. A batalha durou entre sete a oito horas e para o fim do dia começou a notar-se o claro desânimo por parte das forças espanholas, cansadas e incapazes de prosseguir.

Sabendo que não seria possível derrotar as forças portuguesas e tendo sofrido uma clara derrota a poucos quilómetros da fronteira, Caracena entendeu que nunca conseguiria completar o resto do plano.
Ao fim do dia a situação era insustentável e as forças portuguesas podem passar ao ataque, o que poderia colocar em perigo tudo o que resta do exército espanhol.
O próprio Caracena foge em direcção à fronteira, passando depois para Badajoz.

As forças portuguesas sofrem 2.700 baixas (700 mortos e 2000 feridos).
As forças espanholas perdem 10.000 homens, quase metade do exército (4.000 mortos e 6.000 prisioneiros).
Na fuga, as tropas espanholas abandonaram quase toda a artilharia no terreno.

Poucos meses mais tarde, o próprio monarca Habsburgo Filipe IV, segundo muitos historiadores, deprimido com a situação de decadência a que conduziu o seu país, morre em Madrid.

A derrota espanhola na batalha de Montes Claros, foi o toque de finados nas pretensões dos Habsburgos espanhóis à coroa de Portugal. A longa guerra de 28 anos teria o seu fim em 1668, três anos depois, quando finalmente os Habsburgos aceitaram a independência portuguesa, reconhecendo a Casa de Bragança como família reinante em Portugal.

A longa noite, iniciada no tenebroso ano de 1580 tinha finalmente terminado.

2. Descrição da mesma batalha na Wikipédia (enciclopédia livre):

A Batalha de Montes Claros, foi travada em 17 de Junho de 1665, em Montes Claros perto de, Borba, entre Portugueses e Espanhóis.

Local: Montes Claros perto de Borba (Portugal)
Resultado: Vitória dos portugueses
Combatentes: Portugueses vs Espanhóis
Comandantes: Marquês de Marialva vs Marquês de Caracena
Forças: 20.500 combatentes (portugueses) vs 15.000 infantes + 7.600 cavaleiros (espanhóis)
Guerra da Restauração > Montijo – Linhas de Elvas – Ameixial – Castelo Rodrigo – Montes Claros

Preparam-se os espanhóis para um ataque que tudo levasse de vencida, mas por seu lado os governantes portugueses tomaram todas as cautelas e providências indispensáveis para a defesa do reino.

Calculando que a tentativa de invasão seria feita através das fronteiras do Sul, isto é pelo Alentejo, foi nessa província que se tomaram as maiores precauções. Três mil e quinhentos homens foram sem demora enviados de Trás-os-Montes, constituindo quatro terços de infantaria e catorze companhias de cavalaria.

Simão de Vasconcelos e Sousa levou de Lisboa trezentos cavaleiros e dois mil infantes e Pedro Jacques de Magalhães apresentou-se com mil e quinhentos soldados de infantaria e quinhentos de cavalaria.

O conjunto representava um reforço de sete mil e oitocentos homens, o que dotava António Luís de Meneses, Marquês de Marialva com o comando total de vinte mil e quinhentos combatentes.

O Marquês de Caracena havia planeado nada menos do que ocupar Lisboa, tomando em primeiro lugar Vila Viçosa e a seguir a cidade de Setúbal. Então pôs em movimento o seu exército, que se compunha de quinze mil infantes, sete mil e seiscentos cavaleiros e as guarnições de catorze canhões e dois morteiros.

Tendo ocupado Borba que encontraram despovoada, os espanhóis atacaram Vila Viçosa que embora mal fortificada, ofereceu aos ataques do inimigo uma resistência inquebrantável.

Entretanto, o exército português avançava para socorrer a praça, mas foi resolvido pelo comando que as tropas se detivessem em Montes Claros, a aproximadamente meio caminho entre Vila Viçosa e Estremoz.

O general espanhol ao saber da proximidade do exército português, deu ordens imediatas para que as forças de que dispunha marchassem ao encontro do adversário.

Carregando em massa, a cavalaria espanhola abriu brechas nos terços de infantaria da primeira linha, mas foi recebida com uma chuva de metralha disparada pela artilharia comandada por D. Luís de Meneses.

Os esquadrões de Castela, obrigados a recuar refizeram-se e lançaram segunda carga sobre o terço de Francisco da Silva Moura, causando a morte deste e de mais trinta soldados portugueses.

O Marquês de Marialva não estava disposto a ceder terreno ou a perder o ânimo. Sob as suas ordens, as brechas abertas pela cavalaria espanhola foram colmatadas, enquanto a artilharia não cessava de fazer fogo sobre os castelhanos.

Uma segunda carga igualmente impetuosa, conseguiu no entanto levar os cavaleiros espanhóis até ao mesmo ponto onde fora detida a primeira, mas as perdas sofridas foram de tal ordem que tiveram de deter-se também, sem que a segunda linha portuguesa comandada pessoalmente pelo Marquês de Marialva, tivesse sequer sido molestada.

O Conde de Schomberg esteve prestes a cair em mãos espanholas, quando um tiro abateu o cavalo que ele montava.

O espanhóis que pareciam ter contado com a fúria dos primeiros ataques em massa, executados em especial pela cavalaria, viram-se em situação de perigo. Deram ainda uma terceira carga, mas o ímpeto inicial tinha-se perdido e o desânimo apoderava-se deles.

Ao cabo de sete horas de luta, os atacantes começaram a debandar, e o próprio general Caracena, reconhecendo que a batalha estava perdida, fugiu para Juromenha, de onde seguiu depois a caminho de Badajoz.

Pode considerar-se que a batalha de Montes Claros decidiu definitivamente a independência de Portugal, que seria reconhecida pela Espanha três anos mais tarde, ao firmar-se entre os dois reinos a paz no Tratado de Lisboa de 1668.

A batalha de Montes Claros foi a última das cinco grandes vitórias que Portugal contra os espanhóis na Guerra da Restauração, sendo as restantes: Montijo, Linhas de Elvas, Ameixial e Castelo Rodrigo.


Padrão Comemorativo da Batalha de Montes Claros Patrimonio Certamente chocado por tamanha mortalidade, durante a Batalha de Montes Claros, o Marquês de Marialva mandou fazer, em frente à Igreja de Nossa Senhora da Vitória, uma lápide com uma longa inscrição onde fez os seus votos para que tamanha tragédia não se repita na história futura de ambos os países.

Apesar de ser um monumento evocativo de uma vitória militar, trata-se de um poema à Paz e à tolerância que permanece pelos séculos. No interior destaca-se o retábulo em mármores brancos e negros da segunda metade do século XVIII.

Fotos: © http://www.cm-borba.pt/ (2010). Direitos reservados.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

M220 - 10 de Junho 2010 - Dia de Portugal e dos Combatentes da Guerra do Ultramar - Parte II

(continuação da mensagem anterior, M219)
10 de Junho 2010
Dia de Portugal e dos Combatentes da Guerra do Ultramar
Parte II
A bandeira de Portugal descendo dos céus A corveta João Roby disparando uma salva de 21 tiros em honra dos nossos mortos na guerra 2 velhinhos Alouettes III do mesmo tipo utilizado nas 3 frentes da Guerra do Ultramar (Moçambique, Angola e Guiné) - África 1962 a 1974 Alguns dos RANGERS presentes, com a habitual representação para a nossa estimada e querida juventude, que muito honra, anima e digna os "velhinhos" da guerra RANGERS Brandão e MR com dois Amigos PQCês (Paraquedistas Comandos), o Kraft e o Carlos Neves Rio Novo, Miranda, MR, Santos, Grilo, Brandão e Fernandes
10 de Junho 2010 Dia de Portugal e dos Combatentes da Guerra do Ultramar Parte II
Fotos: © Jorge Canhão (2010). Direitos reservados.

sábado, 12 de junho de 2010

M219 - 10 de Junho 2010 - Dia de Portugal e dos Combatentes da Guerra do Ultramar

10 de Junho 2010 - Dia de Portugal
Mais uma vez os RANGERS marcaram sua presença nas cerimónias do dia 10 de Junho - Dia de Portugal e dos Combatentes da Guerra do Ultramar. 
 
Foto do momento da colocação de uma lindíssima coroa de flores, pelos RANGERS MR e Rui Souto, em nome da A.O.E. - Associação de Operações Especiais, no decorrer das emotivas cerimónias.

O majestoso monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar, situado na margem direita do Rio Tejo, a poucos quilómetros da sua foz e frente ao belíssimo Forte do Bom Suceeso em Belém, Lisboa.

O Forte é neste momento instalação do Museu da Liga dos Combatentes, tendo já muitas e memoriais peças utilizadas durante o período da guerra.

No seu exterior e no perímetro do lado norte, estão afixdas as placas de mármore com cerca de 10.000 nomes de Combatentes falecidos nas três frentes da guerra (Moçambique, Angola e Guiné), que decorreu entre 1962 e 1974.

Os elementos convivas de 2010 - RANGERS, Comandos, Grupos Especiais e Amigos (Ex-Militares que serviram na Guiné)

O grupo de RANGERS (Brandão, Grilo, Fernandes, Fitas, Santos, MR, Miranda), que desfilou e dedicou um sentido e afinado grito RANGER aos falecidos na guerra

O Sérgio Ribeiro também marcou a sua presença e reforçou a ala da nossa juventude, que vem todos os anos juntar-se aos "velhinhos" neste dia e prestar a sua homenagem aos Combatentes do Ultramar, em especial aos que por lá tombaram, em solo africano, em nome desta nosa Pátria - Portugal.

Parte da equipa que, na rectaguarda, foi organizando e preparando o "acampamento", e o necessário e indispensável abastecimento, em nome da sobrevivência geral, deste animado e aconchegado convívio, estava o staff de "apoio", constituído por vários e eficientes operacionais, que garantiram que nada faltasse aos que, entretanto, faziam parte da guarda avançada que asseguravam a nossa comunhão nas cerimónias.

Fotos do RANGER Mário Fitas.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

M218 - Ser ou não ser RANGER?!


Ser ou não ser RANGER de Portugal?!

Eis a questão!

Só é RANGER quem tem Valor e Vontade, isto é querer e força de vontade para vencer desafios, correr riscos, assumir-se como Homem e ganhar um estatuto que só está ao alcance de alguns: os melhores, mais fortes, resistentes e com ultra capacidades psíquicas.
Uma família constituída, entre 1960 e 2010, por cerca de 8.000 portugueses.
Se te consideras um bom português junta-te a nós!

terça-feira, 1 de junho de 2010

M217 - RANGER Andrade - 42 anos depois... quer a reparação de um erro!

Momento em que o RANGER Andrade oferece um dos exemplares da sua obra ao Sr. Cor RANGER Feijó
O Ranger Andrade do 4º curso de 1967, autor do livro "Não sabes como vais morrer", já aqui publicitado nas mensagens M102 e M209, decidiu revelar, no Youtube, uma história em que admite não ter tido um comportamento correcto na sequência de um golpe-de-mão a uma base da FRELIMO.

FRELIMO, traduz-se por Frente de Libertação de Moçambique e era o movimento nacionalista armado, que combatia as tropas portuguesas naquele território africano, no período da Guerra do Ultramar entre 1961 e 1974.

40 e alguns anos depois ele não só faz a sua própria autocrítica pessoal ao seu comportamento de então (recorda-se que nesse tempo, tal como todos os milicianos do SMO – Serviço Militar Obrigatório -, o Andrade teria 22 anos de idade), como manifesta o desejo de reparar, logo que lhe for possível, esse acto leviano e desajustado.

É uma história de grande humanidade que, eventualmente, servirá para aproximar os dois povos e atenuar as feridas e cicatrizes provocadas pela guerra.

Quanto à forma de se aceder à dita história no Youtube, o link é:

http://www.youtube.com/watch?v=KrR0G262dqU

Ou então quem quiser tecle na busca do Youtube as seguintes palavras: “guerra colonial rádio”.

domingo, 30 de maio de 2010

M216 - 3ª CONFRATERNIZAÇÃO RANGER DO 3º TURNO DE 1970 (29MAI2010)

RANGERS

3º Curso de 1970

3º ENCONTRO /CONVÍVIO / ALMOÇO e 40º Aniversário sobre a conclusão da instrução

Mais uma vez, este ano, o RANGER Orlando Cardoso, que vive na bela e acolhedora cidade da Régua, promoveu a confraternização anual do pessoal do seu curso de Operações Especiais, em Lamego.
No passado dia 29 de Maio, reuniram-se alegre e festivamente, cerca de duas dezenas de elementos do seu 3º curso de 1970.
O programa incluiu uma cerimónia de sentidas exéquias pelos mortos na Guerra do Ultramar, em especial memória pelos 3 homens que faleceram deste turno.
Seguiu-se uma atenta e pormenorizada uma visita às instalações do quartel de Santa Cruz, superiormente guiada pelo Sr. CMDT da Unidade – Cor. Sepúlveda Velloso, após o que todos os presentes se deslocaram para o almoço (rancho à boa moda do C.I.O.E./C.T.O.E.), servido na velha e aconchegada cantina do nosso mais estimado e místico reduto de instrução: Quartel de Penude.
Findo o almoço o RANGER Cardoso dedicou algumas palavras à plateia, relembrando algumas peripécias do período instrutivo, terminando com o indispensável e imortal grito RANGER, secundado por todos os RANGERS presentes no refeitório.
Acalmadas as “hostes” com o cafezinho da praxe, o pessoal dirigiu-se em ameno passeio pelas instalações do quartel. Foi curioso verificar como aqueles homens, alguns dos quais nunca haviam regressado ao C.I.O.E. nos últimos 40 anos, comparavam a actual estrutura física das instalações, àquela que haviam conhecido em 1970.
Este inesquecível convívio terminou com votos de que em 2011 compareçam mais elementos no 4º convívio.

Concentração das tropas

Homenagem aos mortos da Unidade

Recepção pelo Sr. CMDT do CTOE, aos convivas, no Salão Nobre

Plateia atenta, do maior ao mais pequeno

Visita guiada pelo Sr. CMDT do CTOE ao Museu

Parte do acerbo patrimonial do Museu do CTOE, utilizado pelo IN na Guerra do Ultramar, de origem soviética: uma Kalashnikov AK-47, uma PPSH (vulgo costureirinha) e uma Simonov

A lindíssima e secular igreja de Santa Cruz

A renovada parada do Quartel de Penude

Uma dose de rancho no refeitório do quartel de Penude

Aspecto das mesas (RANGER Santos e Lina)

O discurso do RANGER Cardoso e os sorrisos dos ouvintes, que assim demonstravam a sua satisfação e contentamento

sábado, 22 de maio de 2010

M215 - Celestino Oliveira - Um "RAÇÃO ESPECIAL" do 3º Curso de 1987

Celestino Oliveira
Um "RAÇÃO ESPECIAL" do 3º Curso de 1987

Um ano antes do Celestino Oliveira entrar no quartel de Penude, a fim de legitimamente se candidatar a um emblema RANGER, para o qual sabia possuir os ingredientes necessários - Vontade e Valor -, em 1987, falecera, num lamentável acidente, um instruendo numa das provas rotineiras no CIOE, mais precisamente na execução de um rapel a partir da ponte do Rio Varosa, até ao seu habitualmente ressequido leito.
Dada a desenfreada e açaimada pressão que alguns dos elementos de índole e caracter políticos mais que suspeitos, que integram ainda hoje muitos dos nossos media em Portugal e que, estupidamente, aproveitam estes infelizes e terríveis incidentes, para distorcerem e atacarem assanhadamente as rotinas de instrução castrenses, foi decidido superiormente, pelo Exército Português, interromper durante um período de tempo (na altura indeterminado), até se ter completado o inerente relatório do incidente.
Assim o Celestino, tendo cumprido toda a instrução que lhe foi incutida, chegou ao fim do curso e não lhe foi entregue, como a ninguém do seu curso, o ambicionado emblema da especialidade.

Bem o Celestino encheu umas centenas (ou milhares?) de braços, nos arrabaldes de Lamego...

Ficou-lhe o que ainda hoje mantém e continuará a manter sempre, segundo as suas palavras, o Valor e a Vontade, aliados ao espírito RANGER de camaradagem e amizade com aqueles, que passaram um dia por Penude e com aqueles que hoje vão completando os seus cursos, através da instituição que isso lhe permite, bem como a todos os outros que suaram e sofreram na parada do dito quartel, que é a A.O.E. (Associação de Operações Especiais).

Fotos: © Celestino Oliveira (2010). Direitos reservados.

P.S. - "RAÇÃO ESPECIAL" foi a melhor designação que o Furriel Miliciano José Félix idealizou, para definir a especialidade dos cursos (3 ou 4 de 1987), que tendo cumprido a instrução no C.I.O.E. não receberam a insígnia de RANGER.

M214 - 29 de Março de 1809 - Tragédia da Ponte das Barcas (Porto)


Porto, 29 de Março de 1809

A Tragédia da Ponte das Barcas

Carta de um oficial inglês, datada de Coimbra, 2 de Abril de 1809, in «Correio Braziliense ou Armazém Literário», Vol. II, Nº12, Londres, Maio 1809;

«(…) Às 3 da manhã de 29 [de Março] tocou o sino a rebate; e entre as 5 e as 6 atacou o inimigo com a artilharia; assestando algumas peças contra S. Francisco, matando algumas pessoas na casa da guarda; mais para a esquerda , atiraram os Franceses com algumas granadas á linha, e isto pôs as ordenanças em confusão, e estas espalharam o terror por toda a linha.

Entre as 7 e as 8, era geral a retirada, e os fugitivos se recolhiam á cidade seguidos de muito perto pelos Franceses.

Não vi mais o General Parreiras; e soube depois que ás 7 horas passara a ponte e fora com o Exmo Bispo.

Não se fazendo resistência alguma na cidade; nem havendo preparativos para defesa, uma partida da Legião, que vinha das baterias, e alguns soldados ingleses, capitaneados pelo Major Domingos Bernardino, se portaram com grandessíssima valentia; este oficial ficou levemente ferido e teve o seu cavalo morto debaixo de si.

O General deu ordem para que fosse cortada a ponte, que conduz a Vila nova; mas isto só se executou em parte, e ao depois, quando começou a retirada, e o povo queria todo passar pela ponte, se tornaram a por os pontões que se haviam retirado.

Mal poderia exprimir a desordem e horríveis cenas, que vi, e posso dizer que centos destes desgraçados foram mortos no aperto, principalmente mulheres e crianças, e pessoas de inferior condição.

Parece-me que os Franceses tinham bons guias, e escolheram donde faziam fogo aos botes, que atravessavam o rio com gente.

Avançaram à rua das Flores e rua Nova, onde uma partida da Legião se lhes opôs por algum tempo, e fez grande execução principalmente entre a cavalaria, mas sofreu muito, e viu-se obrigada a guarnecer o posto do mercado do peixe, e por fim cedeu á multidão do inimigo.

Tomaram os Franceses posse da ponte, e havia nesse lugar duas peças debaixo do arco, os artilheiros fizeram fogo duas vezes; eu e o Major C – persuadidos de que tínhamos cumprido o nosso dever, cruzamos o rio n’um pequeno bote, por baixo de pesado fogo do inimigo; deixamos os nossos cavalos.

Indo para o Monte da Serra achei uma peça de seis, que atirava sem fazer bem algum, os que a manobravam não quiseram atender ás nossas representações, e mataram mais Portugueses do que Franceses. Tratei agora de retirar-me, estando certo que os Franceses ali chegariam em breve tempo.

Eu e o Major marchamos a pé 3 léguas, no caminho de Ovar, onde me embarquei , e gastei 24 horas até Aveiro. Sou obrigado a dizer a V. Exa que o povo, nesta infeliz retirada, me mostrou o maior respeito e atenção.(…)»

Carta de um oficial inglês, datada de Coimbra, 2 de Abril de 1809, in «Correio Braziliense ou Armazém Literário», Vol. II, Nº12, Londres, Maio 1809.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

M213 - RANGER RADICAL DE FAFE 2010

RANGER RADICAL DE FAFE 2010

Aventura, Desafio, Convívio e Camaradagem

Decorreu nos dias 14, 15 e 16 de Maio de 2010, mais um alegre e amigável encontro radical de RANGERS, junto à paradisíaca Barragem da Queimadela, que dita cerca de 10 km a norte da lindíssima cidade de Fafe, e proporciona um magnífico repouso no pacato e acolhedor parque de campismo local.

Um fim-de-semana que compreendeu a realização de variadas e desafiadoras actividades que culminaram com um excelente almoço/convivo, no domingo dia 16, durante o qual se procedeu à entrega de lembranças e prémios entre todos os concorrentes e às firmas que patrocinaram o evento e à nossa estimada Unidade o C.T.O.E. = Centro de Tropas de Operações Especiais.

Tiro de calibre reduzido, tiro com arco, rapel, lide, marcha e muitos obstáculos tiveram que ser vencidos, por quem concluiu com sucesso mais este bem organizado raide.

Mais uma vez, quer o imprescindível apoio do C.T.O.E. = Centro de Tropas de Operações Especiais. C.T.O.E., quer da A.O.E. = Associação de Operações Especiais, valorizaram sobremodo a realização de mais este evento.

No fim do almoço passou-se ao habitual destroçar e as despedidas com um... até para o ano se Deus quiser!

Para a"competição" alimentícia eram mais os "clientes", que para as partes de exercíco físico...

Também não faltaram os deliciosos bolos da praxe