A mais alta de todas as traições
Muitos africanos foram os nossos melhores amigos
Tinham orgulho em envergar uma farda portuguesa
Na instrução eram afincados, cumpridores, e...
No combate davam tudo... até a vida... com nobreza!
Após a revolução dos cravos
Reinava no país a anarquia
Assaltavam-se as Instituições
O povo em “partidos” se dividia
Gente a falar do que não sabia
Ou que não sabia do que falava
Que ora dizia uma coisa
E passados minutos... negava
No meio de todas as convulsões
O poder político era “restaurado”
Os governos tomavam decisões
Aos repelões... uns p’ra cada lado
E assim, no meio deste “arraial”
Foi assinado, se bem me lembro
O acordo p’ra descolonização
Nesse ano, em 9 de Setembro
Só para se ter uma leve ideia
Do resultado deste “processo”
Olhe-se para o drama de Timor
O grotesco de um insucesso
Mas se Timor é a “cara” da moeda
A “coroa” anda envergonhada
Vamos virá-la e falar nela
Iluminar uma traição abafada
Uma ignóbil e cobarde traição
A história qu’aqui se vai contar
Parte do povo ignora... naturalmente
Outra sabe... mas prefere não falar
Assim, começando pelo princípio
Na “nossa” África colonial
Os africanos eram baptizados, e…
Registados... em nome de Portugal
Portugueses para todos os efeitos
Eram convertidos ao burgo cristão
Eram detidos, julgados e punidos
Por leis e juízes da nossa Nação
Muitos africanos foram os nossos melhores amigos
Tinham orgulho em envergar uma farda portuguesa
Na instrução eram afincados, cumpridores, e...
No combate davam tudo... até a vida... com nobreza!
Após a revolução dos cravos
Reinava no país a anarquia
Assaltavam-se as Instituições
O povo em “partidos” se dividia
Gente a falar do que não sabia
Ou que não sabia do que falava
Que ora dizia uma coisa
E passados minutos... negava
No meio de todas as convulsões
O poder político era “restaurado”
Os governos tomavam decisões
Aos repelões... uns p’ra cada lado
E assim, no meio deste “arraial”
Foi assinado, se bem me lembro
O acordo p’ra descolonização
Nesse ano, em 9 de Setembro
Só para se ter uma leve ideia
Do resultado deste “processo”
Olhe-se para o drama de Timor
O grotesco de um insucesso
Mas se Timor é a “cara” da moeda
A “coroa” anda envergonhada
Vamos virá-la e falar nela
Iluminar uma traição abafada
Uma ignóbil e cobarde traição
A história qu’aqui se vai contar
Parte do povo ignora... naturalmente
Outra sabe... mas prefere não falar
Assim, começando pelo princípio
Na “nossa” África colonial
Os africanos eram baptizados, e…
Registados... em nome de Portugal
Portugueses para todos os efeitos
Eram convertidos ao burgo cristão
Eram detidos, julgados e punidos
Por leis e juízes da nossa Nação
Pois era, muitos desses africanos
Nas nossas escolas estudavam
Dignos de respeito e estima, e…
No nosso meio trabalhavam
Eram tratados com igualdade
E cumpriam serviço military
Prestavam juramento de bandeira
Juravam, também, a Pátria honrar
Na tropa ostentavam com orgulho
As mesmas insígnias e fardas
Tornavam-se aprumados, vaidosos
Seguravam firmes as espingardas
Combatiam fiéis ao nosso lado
Ao nosso lado feridos tombaram
Alguns estropiados p´ra sempre
Outros... a vida sacrificaram
Em Angola, Moçambique e Guiné
Foram louvados e condecorados
Foram graduados do Exército
E, como Heróis foram saudados
Logo após a descolonização
Estes “pretos” foram abandonados
Portugal deixou de os considerar “seus”
Os “deles” acusavam: “- São renegados!”
Votados ao desprezo e à humilhação
Fria e cruelmente torturados
Apátridas ao “seu” novo “Partido”
Foram sumariamente executados!
Odiados por um simples facto
Que nunca lhes foi perdoado
Gostarem e lutarem pelos “portugas”
Seu único e último... pecado
Perante a velada indiferença
Dos políticos e das Nações
É tempo da História julgar
A MAIS ALTA DE TODAS AS TRAIÇÕES
Haverá porventura... gesto humano mais divinal…
Q’um homem possa fazer para outro auxiliar…
Que disponibilizar o seu mais supremo bem... a vida?
Jamais deixemos a sua memória alguém desonrar!
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