domingo, 17 de junho de 2012

M478 - 10 de Junho de 2012 - Dia de Portugal (4)


Continuação das mensagens M472, M473 e M476




Dia de Portugal

Belém/Lisboa 
(4)


Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar


10 de Junho de 2012

1. No dia 10 de Junho, como é sabido, comemora-se o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. 


Podiam e deviam ser cerimónias grandiozas, dignas e muito participadas, por parte de toda a classe política, independentemente das cores, e do povo português. 

Mas, com este tipo de povo, com este modo de agir e pensar, não há volta a dar a este país, pelo menos nos próximos 30 a 50 anos! 

São datas que são bem o exemplo da desunião nacional e do desinteresse das pessoas, pelos assuntos relacionados com a Pátria.

Muita gente, neste dia de feriado em que os portugueses são poupados ao trabalho para comemorar Portugal, desloca-se por exemplo para Fátima - Dia da Criança -, como se a igreja não tenha mais feriados, e domingos, para celebrar esta comemoração, e se entretenha também ela a dividir o povinho.

Mas outros há que "aproveitam" para umas mini-férias no Cazaquistão, ou para pescar, visitar o tareco que não viam à 15 dias, etc. 

Tudo menos celebrar Portugal!

A culpa não deve ser atribuída na totalidade ao povo, pois uma grande parte tem vindo a ser "desviada" na sua formação intelectual, há muitos anos, pelos media (TVs, jornais, revistas, etc.), salvo raríssimas excepções, para os futebóis, novelas, pimbalhadas, concursos rascas e outros programas desprovidos de qualquer racionalidade e intoxicantes, sem qualquer interesse cultural, histórico ou patriótico.

Para muitos a selecção nacional, as suas peripécias e os campeonatos de futebol é que são... Portugal! Este sim é que nos é impingido à fartazana, em doses sobre-dimensionadas que embutem os cérebros menos prevenidos para este tipo de limpeza cerebral. 

Sendo assim, não admira que também os Combatentes da Guerra do Ultramar, por diversos motivos, essencialmente políticos, foram-se dividindo e subdividindo, entre a indiferença mais ou menos total ao seu passado como Combatentes por Portugal e a ligarem-se a variadíssimas associações.

Incrivelmente, após estudada e bem programada lavagem cerebral, após o golpe de 25 de Abril, há até quem tenha vergonha desse seu passado. INIMAGINÁVEL EM QUALQUER OUTRO PAÍS!!!

Assim, não é de admirar que de Norte a Sul de Portugal, grupos de Combatentes e algumas associações, organizem também os seus 10 de Junho, verificando-se inúmeras iniciativas com meia dúzia de gatos pingados (como devido respeito pelos últimos).

Quer queiram, quer não, são iniciativas que contribuem para o fraccionamento da massa humana Combatente.



Mas, pior que esta divisão, é que também, como já foi dito na mensagem M474, O NOSSO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, COM A AGRAVANTE INADMISSÍVEL DE SER TAMBÉM ELE UM COMBATENTE DA GUERRA DO ULTRAMAR, PROMOVE CERIMÓNIAS PARALELAS A 500 METROS DO MONUMENTO AOS COMBATENTES DAQUELA GUERRA, ONDE DECORRERAM AS 19º CERIMÓNIAS - 100% ORGANIZADAS POR COMBATENTES PORTUGUESES.

Contribui assim, ESCANDALOSA E VERGONHOSAMENTE, a mais alta individualidade nacional, para a completa cisão  DOS CADA VEZ, JÁ DE SI, MAIS QUE DIVIDIDOS COMBATENTES.

É EXACTAMENTE O INVERSO DO QUE ACONTECE EM TODOS OS PAÍSES CIVILIZADOS, EM QUE OS SEUS HERÓIS E OS SEUS SOLDADOS SÃO ESTIMADOS, HONRADOS, DIGNIFICADOS, HOMENAGEADOS, AGRACIADOS E CONDECORADOS PELOS SEUS POLÍTICOS E PELOS SEUS POVOS.  

PORTUGAL É NESTA MATÉRIA, QUE SE SAIBA, CASO ÚNICO NO UNIVERSO!

2. Entre 1962 e 1975 os RANGERS perderam na guerra mais de 150 Homens, o equivalente ao pessoal que compõe uma companhia militar.

A OBRIGAÇÃO PRIMÁRIA E ÚLTIMA DE TODOS OS RANGERS VIVOS É HOMENAGEAR ESTES HOMENS QUE DERAM O SEU MELHOR - A VIDA -, COMBATENDO POR PORTUGAL E EM SUA DEFESA, ASSIM LHES FOI EXIGIDO COMO BONS E CUMPRIDORES PORTUGUESES!

Já aqui se abordou o aspecto da participação da Associação de Operações Especiais, nestas festividades, e, mais uma vez este ano se notou a falta de representatividade dos RANGERS.

Custa dizê-lo aqui, mas nos dias 10 de Junho os RANGERS não são exemplo a seguir por ninguém!

Não aparecem por vergonha política?
Ou por vergonha pessoal?
Ou porque o dia da criança é mais importante? 


Foi triste, mais um ano, a falta de uma representação RANGER numerosa e convincente, junto ao Monumento erigido em honra do Combatentes da Guerra do Ultramar.

Estão com certeza tristes os NOSSOS mortos nessa guerra!

Pergunta: Como é que a maioria dos RANGERS, que tanto falam em honrar e dignificar a sua especialidade, se escondem no dia 10 de Junho em qualquer canto deste país, ou se dedicam a outras frívolas e paralelas actividades. 

Repete-se: Num dia feriado nacional.

Feriado que é um dia em que a quase totalidade dos portugueses não trabalha!

Dia em que não se trabalha, para que os portugueses possam e devam comemorar condignamente o Dia de Portugal!

E o que a grande maioria dos portugueses faz é ir para a praia, pescar, passear os tarecos e os lulus... enfim dedicar-se a tudo menos... à sua obrigação Pátria.

Pergunta: Porque é que alguns RANGERS na hora de desfilarmos e prestarmos o nosso grito de guerra em honra dos nossos mortos, desaparecem da nossa concentração lá, em Belém, junto ao Monumento?

Muitas pessoas presentes nas cerimónias nos questionam sobre esta ESTRANHA E INCOMPREENSÍVEL disjunção...

Mais perguntam, aos que foram Combatentes na Guerra do Ultramar, como é que, deste modo, querem ser honrados e respeitados pela classe política e pela restante população portuguesa?

É claro que não sabemos responder!

O que sabemos, repito, é que é vergonhoso e indigno!

Assim restou uns poucos, firmes e bons RANGERS, que se deslocaram junto ao Monumento, fazer as honras aos Homens das Operações Especiais, desfilando condignamente frente à magnífica estrutura que ali se ergue gritando o nosso tema de guerra, para que, caso os nossos mortos nos ouçam em qualquer sítio, que assim Deus o permita, saibam e se sintam orgulhosos de que há AINDA quem não os esqueceu e lhes dedicou, num dos 365 dias no ano, aquele grito que um dia nos uniu a  TODOS na poeirenta e incomparável parada do quartel de Penude!

E... JAMAIS OS ESQUECEREMOS ENQUANTO HOUVEREM SAÚDE E FORÇAS PARA LÁ ESTARMOS ESPECIALMENTE NESTES DIAS!


"QVE OS MUITO POR SER POUCOS NAM TEMAMOS!"

E... continuaremos a gritar, enquanto a saúde nos permitir: "PRESENTE!"

1 comentário:

João Carlos Abreu dos Santos disse...

...
meu estimado Amigo Eduardo,

Quantas vezes conversámos - e estamos de acordo -, sobre as dores d'alma portuguesa que aqui deixas muito bem expostas, à reflexão de quem te visita... !
É minha obrigação, não apenas de amizade, principalmente como Português, manifestar-te publicamente o meu apreço pela renovação deste teu bater-de-pé à cambada que levou - e persiste em conduzir -, a nossa querida Pátria à miséria moral.
Que as mãos te não doam e a paciência se não esgote.

Forte abraço, do João Carlos.
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