domingo, 16 de agosto de 2009

M139 - Os Rangers americanos

Os Rangers americanos

A presença de Rangers americanos em território afegão foi confirmada a 20.10.2001 pelo general Richard Myers, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA.

Apenas foi divulgada até ao momento uma operação envolvendo estas forças: um ataque simultâneo a "um aeroporto no Sul do Afeganistão" e a outro objectivo "perto de Kandahar" que foi identificado como "um centro de comando e controlo taliban", "de grandes proporções", que é "um dos locais onde o mullah Omar vive". O Pentágono divulgou vídeos desta operação, alguns deles filmados através de um sistema de visão nocturna, que mostram as tropas a preparar-se para o embarque, o embarque e lançamento de pára-quedas e, depois, já no interior do complexo.

Conhecidos também pela designação de Boinas Pretas ou "Black Berets" (ainda que o Pentágono queira alargar o uso da boina preta a todo o exército, o que está a dar origem a uma onda de contestação), estes soldados orgulham-se de ser, nas suas próprias palavras, "a melhor unidade de infantaria do mundo".

O que fazem os Rangers? Em princípio, qualquer acção militar de infantaria que apresente uma particular dificuldade, aquilo a que os militares chamam "acção directa". As operações típicas incluem raids para conquistar instalações de grande importância estratégica (um aeroporto, por exemplo) através de ataques nocturnos de surpresa, acções de reconhecimento em áreas perigosas, infiltração em território inimigo (através de terra, mar ou ar), preparação de emboscadas, etc.

Os Rangers são uma unidade de infantaria ligeira, de grande mobilidade, mas que possuem limitações: a sua capacidade de fogo é relativamente limitada (nomeadamente contra blindados) e, em certas operações, precisam de fogo de apoio, que tem de ser fornecido por helicópteros de assalto ou aviões como os AC-130. Por outro lado, os soldados só transportam mantimentos para cinco dias.

As suas armas são canhões anti-tanque de 84 mm, morteiros de 60 mm, metralhadoras pesadas e ligeiras, lançadores de granadas e espingardas de precisão.

Os veículos de eleição dos Rangers são Land Rovers transformados (e eriçados de metralhadoras, à Mad Max) e motas de 250 cc.

Existe um único regimento de Rangers nos EUA (o 75th Ranger Regiment), que está dividido em três batalhões, cada um com 580 elementos, instalados em três regiões distintas (Hunter Army Airfield e Fort Benning, na Georgia; e Fort Lewis, em Washington). Cada batalhão possui três companhias, de 152 Rangers cada uma, e inclui atiradores de precisão ("snipers"). É possível que seja uma destas companhias que se encontra de momento no Afeganistão.

Os batalhões de Rangers estão preparados para partir em missão para qualquer ponto do mundo com um pré-aviso de 18 horas e uma companhia deve estar sempre de prevenção e pronta para entrar em acção no espaço de 9 horas. As missões dos Rangers tanto podem ser levadas a cabo a partir do território dos EUA, como a partir de uma base intermédia.

Os Rangers estiveram entre as primeiras forças a participar na invasão de Granada (Operação Urgent Fury), em Outubro de 1983, tendo na ocasião sido largados de pára-quedas; participaram na Operação Just Cause, no Panamá, em 1989; na Operação Desert Storm, em 1991; na Somália em 1993.

Antes de poder integrar o Regimento de Rangers dos EUA um soldado tem de se voluntariar por três vezes: da primeira vez para o Exército, da segunda vez para a Escola de Pára-Quedismo e só à terceira ganha o direito a candidatar-se aos Rangers.

Os Rangers orgulham-se da rudeza da sua formação, que dizem ser "extremamente árdua".

No sítio Internet da associação dos elementos do 75th Ranger Regiment avisa-se que "não é invulgar que ocorram mortes [durante o treino] devido à realização de exercícios com fogo real e às extremas condições ambientais usadas para reproduzir as violentas condições da guerra".

2 comentários:

Santos Oliveira disse...

"Antes de poder integrar o Regimento de Rangers dos EUA um soldado tem de se voluntariar por três vezes: da primeira vez para o Exército, da segunda vez para a Escola de Pára-Quedismo e só à terceira ganha o direito a candidatar-se aos Rangers."

Transcrevo esta passagem para dizer da insipiência com que fomos Formados em Portugal, mesmo que por Instrutores dos EUA.

1º-Não éramos voluntários (pelo menos até 64);

1º-A primeira, segunda e terceira fases de Formação era igualmente por imposição;

3º-O aproveitamento que era feito de cada Ranger era a miscelânea conhecida, dentro de Unidades de índole geral.

Mesmo assim ainda fica a pergunta: quantos de nós fez treino de salto?

Fica um desabafo final:
FOI UM DESPERDÍCIO DE ELEMENTOS FORTEMENTE PREPARADOS E, NA PRÁTICA, SEMPRE ERRADAMENTE APLICADOS PELOS SÁBIOS QUE NOS DIRIGIAM (???).

Santos Oliveira

Julio Vilar pereira Pinto disse...

Era até 64 e foi sempre, quando eramos mobilizados uns iam para minas e armadilhas e outros iampara para Lamego, voluntários nunca vi pelo menos até eu lá ter andado em 67.
Aquilo mais parecia um sitio onde era era preciso manter o taxo para alguns à custa de outros.