Operações Especiais/RANGERS
A beleza das paisagens no campo de instrução
Na bela cidade de Lamego e arredores
Vários são os pedidos que recebo de eventuais candidatos à especialidade de Operações Especiais/RANGERS, que tentam saber pormenores sobre as fases de instrução.
É óbvio que não de mim, da minha boca e muito menos por escrito que vão saber tais pormenores.
Quando muito informo que. para completar esta invulgar e famosa especialidade, é preciso acima de tudo ser inteligente, depois possuir uma excepcional estabilidade emocional, boa preparação psíquica e boa compleição física.
Indispensável é ser possuidor também de capacidade de camaradagem e convivência humana, muito superiores à média dos mortais.
Além destas qualidades, outros atributos complementam um futuro RANGER de excepção: a perspicácia e um bom poder de observação, boas doses pessoais de vontade e valor, carácter, personalidade, e no decorrer de toda a instrução, deve-se juntar muito espírito de sacrifício, séria obediência aos superiores hierárquicos e cumprir rigorosamente as missões que lhe forem imputadas.
Ao saberem tudo isto alguns têm dito:
- Ah, mas isso é quase impossível encontrar estas qualidades todas reunidas num só ser humano!
Ao que eu tenho respondido:
- Não é não, quase todos nós homens possuímos, em maiores ou menores doses, o desenvolvimento destes atributos.
O problema é que algumas destas qualidades não se compram nem se adquirem jamais pela vida fora, são naturais, isto é nascem com o indivíduo.
Porém, outras há que se vão desenvolvendo com o tempo e com ajuda, seja por formação prestada por terceiros, seja por evolução própria pessoal.
Quando muito convido os eventuais candidatos a uma troca de impressões, presencialmente, mas pouco posso transmitir sobre detalhes do curso.
Porquê?
É simples, este curso tal como todos os outros de tropas de elite é orientado para o combate a terroristas e outros tipos de traidores idênticos.
Assim, é filosofia de um RANGER não delatar aquilo que lhe é ensinado, sob grave e criminosa pena de “virar o feitiço contra o feiticeiro”, isto é, um destes dias tínhamos os nossos inimigos a treinar tão bem ou melhor que nós, técnica e tacticamente.
E mais não digo, por desnecessário.
Nesta mensagem passo 5 fotos da beleza das paisagens no campo de instrução, que deslumbram mesmo em pleno esforço cumpridor.
Concluo, resumindo que a minha experiência de perto de seis dezenas de anos, permite garantir que um RANGER, é um vencedor na vida.
E, ser RANGER, é um modo de estar nesta vida, uma opção de Homens, não acessível a qualquer um.
Só os excepcionais conseguem os emblemas e a honra de dizer:
- Eu sou RANGER!
Um apelo final:
- Jovem, se queres ser diferente e um Homem vencerdor na vida, para melhor, junta-te aos RANGERS!
Fotos: José Félix (2009). Direitos reservados.
4 comentários:
Amigo MR, também andei por lá. São de facto paisagens únicas e inesquecíveis para um RANGER.
Pois,MR, eu quase não "vi" o Campo de treino.
No meu tempo (atéJan64) foi por montes e vales, até ao Douro...
Mesmo assim, dos Montes só via o manto branco da neve.
Mas ficam as recordações da solidão a que fui sujeito, das noites gélidas e solitárias que por lá dormi sob o lençol impermeável e o cobertor demasiado curto que, pelas manhãs, quase se partia como se fora loiça.
Foi a preparação que mais me marcou para o que havia que resistir na Guiné: 36 a 44 graus á sombra e uns cerca de setenta ao sol. O negativo para o positivo escaldante, abrasador...
Tantos anos depois, ainda acho incrível tanto sofrimento contraditório.
Aos mais novos, apenas a frase, das mais célebres de Pessoa:"TUDO VALE A PENA, SE A ALMA NÃO É PEQUENA".
Ser Ranger é isto!
Penude valeu apena: pelas paisagens (vistas com muita ou pouca atenção)e pela preparação para a vida (militar e civil). Por isto, RANGER, VALE A PENA...
Pardilhó - 3º Turno de 70.
Eu também andei por lá 67 e o que me ficou na retina é que a zona de Lamego só tem subidas, o escadório da senhora dos Remédios era subido ao pé coxinho ora com um p´r ora com o outro. Os barcos de borracha no meu tempo havia os tipo zebro e os A 25 eíamos para a estrada do Pinhão e toca a descer o rio até à Régua.
No slide na Ribeira de S. Joião de Tarouca a paisagem era cá no fundo as pedras da Ribeira e sabes a que altura vinhamos.Paisagem só nos montes no meio da carqueija com o sol a atestar a carqueija a picar foi lá que vi um Aspirante, coitado, quase a virar de juizo.
Não tenho nada de bom a recordar de Lamego.
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