quarta-feira, 30 de setembro de 2009

M158 - POR AÍ NÃO... ESTÁ TUDO MINADO!


POR AÍ NÃO... ESTÁ TUDO MINADO!

A mina, era a mãe de todos os pesadelos
Um temor... quando nos deslocávamos na picada
Um flagelo constante para a nossa tropa
Qu’assim era traiçoeiramente estropiada


I
O progresso na modernidade
Nas sociedades normais e sadias
Evoluindo em paz e liberdade
Seria a perfeita das harmonias
II
Mas os ódios no mundo radicados
Racismos, ditaduras, religiões…
Quezílias de terras e políticas
Geram conflitos e confrontações

III
Que por vezes degeneram em guerra!
Entram os militares em acção!
Soldados, armas, estratégias...
Até que haja uma rendição!
IV
Por vezes, os fins justificam os meios
E os métodos que são utilizados
Nem sempre respeitam as "regras"
Tornando-se mesmo animalizados

V
Bem no meio desta salgalhada
Existe uma raça, os "guerreiros"
Aqueles que primam pela luta leal
Que no combate são os primeiros
VI
Formam uma estirpe elitista
A quem dá Honra e Orgulho pertencer
E pautam o seu ser pela divisa…
O firme; “Antes quebrar que torcer!”

VII
Amam a Pátria, a Paz, a Família
E s’algum dos três é posto em perigo
E eles têm que recorrer às armas...
Cuidem-se de tamanho inimigo
VIII
Detestam tudo o que denote
Indícios de cobardia e traição
E esgotam todos os seus recursos
Para atingir a sua supressão

IX
Uma das traições mais frequentes
Qu’estes audazes querem derrotar
São as armadilhas “sujas” e desleais!
Das quais as minas são primeiro lugar
X
Na Guerra do Ultramar… em África
De todos os temores, o mais terrível
Era a mina dissimulada no chão
Traiçoeira... funesta... invisível

XI
Dizem: “- É uma arma de baixo custo!”
Que causava grande desbastação
Entre as pessoas e as viaturas
Podiam ser de sopro ou fragmentação
XII
Existem no mundo vários modelos
E por todas as Nações são usadas
Aqui vou falar das “anti-pessoal”
Criminosas e desumanizadas

XIII
Montam-se com bastante facilidade
Estuda-se no terreno um ponto
Uma cova... põe-se a mina... tapa-se…
Arma-se o detonador e... pronto!
XIV
Disfarça-se a superfície à volta
Do melhor modo camuflado
E deixa-se ali ficar, "a ratoeira"
Á espera d’um desgraçado

XV
É que… por incrível que pareça
O seu objectivo não é matar...
Mas bem mais tenebroso e macabro
Ferir o corpo humano... retalhar!
XVI
Assim, a sua face mais infausta
É o medo dos graus de destruição
Tanto físicos como psicológicos
Que nas vítimas provocarão

XVII
Será uma perna atingida... um pé?...
Enfim, que partes do corpo colherá?...
Um ou dois olhos... os braços... as mãos?
Só a “sorte” ou o “azar” o dirá!
XVIII
Basta um pé no sítio “errado”
E... está accionado o detonador!
Uma explosão... terra e pó no ar…
O resto... são os queixumes de dor…

XIX
O sangue na terra… a vida por um fio
Quanto sofrimento e agonia
Corpo dilacerado... pedaço de vida
Qu’ali deixa mortos sonhos e alegria
XX
Uma mina!... É o pânico geral!
Onde está uma, podem estar mais!
Quantas, duas, três?... uma incógnita!
Uma incerteza… qu’arrasava os demais!


No cuidadoso planeamento das operações
Era tudo extremamente bem delineado
Nos mapas evidenciavam-se zonas riscadas…
A vermelho… com avisos...: - Local Minado!


RANGER Magalhães Ribeiro
Furriel Mil.º da CCS do Batalhão 4612/74
Mansôa/Guiné

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