quinta-feira, 19 de julho de 2012

M512 - No 'Inteligência Económica': As “Insustentáveis” Forças Armadas


O RANGER Paulo Bernardino enviou-nos um pedido de divulgação do seguinte:
No 'Inteligência Económica': As “Insustentáveis” Forças Armadas


12/07/2012


O senhor ministro da Defesa, Aguiar Branco, tem razão: As FA, tal como estão, são insustentáveis. Só quem não tenha olhos e um pouco de cérebro será capaz de o não ver e perceber. A constatação do ministro é, portanto, inatacável. Ele diz o óbvio, o problema não está, claro, no que ele diz mas no que significa o que ele diz. E aí Aguiar Branco, de forma muito reveladora e significativa, já não tem nada para dizer. E o que se espera de um ministro da Defesa não são constatações banais (porque qualquer um as pode fazer) mas precisamente que nos diga que significam e que evoluções podem/devem ter. Ou seja, no que lhe é especifico, Aguiar Branco fica a zeros. 

Como e porquê são, então, insustentáveis, tal como estão, as nossas FA? E que é preciso para as tornar “sustentáveis”? 

Em síntese, são “insustentáveis” porque a classe política reinante não tem conhecimentos para responder à pergunta essencial de saber para que servem e como produzem riqueza as FA de uma pequena potência do centro do sistema global. Na visão e acção desses políticos, as FA são um “centro de custos” que é preciso, dada a crise, reduzir tendencialmente a zero. Não podem, portanto, responder “non plus” à segunda pergunta essencial, a do que é preciso fazer para as tornar “sustentáveis”, e muito menos saberão como se faz isso. 

O problema da “insustentabilidade” das FA não são, por tanto, as FA mas, sim, todos os “Aguiar Brancos”. É o problema destes que é preciso resolver para tornar as FA “sustentáveis”. Um problema político de inteligência e conhecimento. 

As FA são hoje um dos raros dispositivos de alcance estratégico que restam a Portugal (depois do assassinato e desmantelamentos dos “serviços”) e o mais profícuo e capaz de produção de riqueza, tento na óptica geopolítica como, talvez sobretudo, na óptica geo-económica. Em qualquer caso, as FA são o dispositivo português sem o qual Portugal deixa de o ser. E não será mais. Pelo menos por várias gerações. 

Enquanto a classe política reinante continuar a não “ter estudos” (mesmo se cheia de licenciosas licenciaturas…) para entender isto e integrá-lo nos seus cálculos e programas  políticos, o problema da “insustentabilidade” manter-se-á. O País, se quer continuar a ser, tem de resolver o problema dos “Aguiar Brancos”. E investir no altamente rentável, tanto no tabuleiro geo-económico como no geopolítico, sector da Defesa.
Elucidar e estabelecer o que é preciso fazer e como pode ser feito para as FA se tornarem “sustentáveis” e rentáveis (tanto no “material” como no “imaterial”) é um debate urgente e imprescindível para garantir a perenidade do país. É esse debate que aqui queremos lançar e para o qual solicitamos a colaboração de quem sabe e ao qual abrimos as nossas colunas. 

PS: Parabéns (merecidíssimos) aos nossos homens das ‘Operações Especiais’ pelo alto desempenho no recente encontro de Tampa (na Flórida) de forças de OE de todo o mundo. Parabéns, ‘Rangers’, que bem os mereceis!


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