sexta-feira, 27 de julho de 2012

M523 - FORÇAS ARMADAS 1974 VERSUS 2013. Por João J. Brandão Ferreira (Oficial Piloto Aviador)



FORÇAS ARMADAS 1974 VERSUS 2013

Em 1974 as Forças Armadas (FAs) possuíam uma dimensão e um poder jamais atingido em 850 anos de História (o que não voltará a repetir-se…), estavam espalhadas por quatro continentes e outros tantos oceanos e combatiam, vitoriosamente, em três teatros de operações diferentes.

O problema maior com que se confrontavam, era a falta de oficiais do quadro permanente, derivada da rarefação de candidatos às Escolas Superiores Militares. Sobretudo no Exército e Força Aérea. Esta falta foi-se agravando desde meados dos anos sessenta e agravada por causa do sempre crescente aumento de efectivos, pela morte e incapacidade de alguns e pela saída do serviço activo, de outros.

Agravava a situação a lassidão e o cansaço que o tempo prolongado da guerra causava nos quadros militares. [1]

A situação era especialmente preocupante nas classes de capitães e subalternos (e já se fazia sentir nos sargentos).

Ora sem oficiais não se consegue manter um Exército de pé. Pelo menos com a qualidade necessária a qual, fatalmente, irá degradar-se continuamente.

O Governo, de então, reagiu tarde e não conseguiu ou não quis, resolver o problema.

As tentativas efectuadas foram lentas, deram poucos resultados e foram inábeis ao ponto de se publicar o Decreto – Lei 353/73 de 29 de Junho.[2] Este diploma causou muito mal-estar nas fileiras e espoletou a revolta activa, numa pequena percentagem da oficialidade.[3]

Tal revolta desembocou no golpe de estado ocorrido em 25 de Abril de 1974, com um “incidente” - nunca devidamente explicado - uns dias antes, a 16 de Março.

O resto do país vivia calmamente com alguns focos de instabilidade nas universidades, aquando de eleições e uns atentados à bomba por grupos de extremistas comunistas e de extrema-esquerda.

A economia crescia a 7% ao ano (no Ultramar era mais) e crescia de forma harmónica e sustentada. O escudo era uma das moedas mais fortes e respeitadas do mundo e não havia desemprego.

As condições sociais melhoravam paulatinamente à medida que as condições financeiras o permitiam.

A abertura política era um facto, as forças totalitárias eram diminutas e estavam contidas e o capitalismo selvagem impedido de ultrapassar a fronteira. A maioria dos governantes tinha currículo e era gente séria, não vendida a interesses estranhos ou ao Deus “mamon”. A corrupção não estava erradicada mas estava contida e era combatida.

E, acima de tudo, mandava-mos na nossa casa e tínhamos uma capacidade apreciável de influenciar o nosso destino.

Mesmo assim as FAs fizeram um golpe de estado - de que logo perderam o controlo - aproveitando a inabilidade do governo e o cinismo maquiavélico de um general e a vaidade (que lhe terá embotado o senso) de outro. Ambos com protagonismo forjado nas suas carreiras.

O resto é conhecido, embora muito mal contado.

Em 2013 não há guerra nas nossas fronteiras (apesar de nos últimos anos se terem já enviados mais de 30.000 militares portugueses para cerca de 30 cenários de conflito ou de cooperação técnico-militar, muitos dos quais de interesse duvidoso) vive-se uma situação “normal”, sem qualquer interferência das FAs na condução da política do país, sem alteração da ordem pública e sendo tudo conduzido democraticamente (ou havendo a ilusão disso), o país entrou em recessão económica e descalabro financeiro contando-se já três resgates financeiros o último dos quais transformou o país numa espécie de protectorado sem fim à vista.

O desconchavo social e moral é grande e a prova mais perigosa disso é o suicídio coletivo em que estamos postos, já que tudo aponta para o fim da “raça” dos portugueses…

Estrou-se, estouvadamente, para uma coisa que parecia um clube de ricos, que nos privou da moeda e a que nos submetemos como cordeiros a caminho do matadouro e onde não mandamos nada.

O desregramento e a corrupção espalham-se infrenes e onde a vida política decorre com pouca elevação e os partidos políticos se transformaram, basicamente, em agências de empregos, sem categoria alguma.

Nos poucos intervalos da “guerra civil” permanente em que vivem uns com os outros e dentro de si, para ver quem manda e quem vai para o poder, tentam fingir que tratam dos assuntos da governação enquanto garantem o usufruto para a vida e viajam constantemente. Afinal o mundo globalizou-se…

Pelo meio entretiveram-se a destruir todo o poder nacional e a subverter os pilares institucionais da Nação. Entre estes está a Instituição Militar.

Tal se passou sem que se entendesse qualquer alerta da sua parte – como era seu dever.

A quantidade de barbaridades a que as FAs têm sido sujeitas é dantesca. E, note-se, tal acontece quando estas estão “pacificadas” e “civilizadas”, são competentes e, no mais, patriotas.

Ora tudo o que se tem passado, nestas últimas décadas, faz parecer as razões que levaram a depôr os órgãos de soberania, em 1974, uma brincadeira de juvenis (recordamos que o país estava em guerra – embora de baixa intensidade – e que as consequências do golpe de estado foi a de a termos perdido ignominiosamente e de a Nação ter sido amputada, sem lustre e com vergonhas muitas, de cerca de 95% do seu território e 60% da população – sim ela era portuguesa…).[4]

E com uma agravante assinalável – a das intenções – o que se conta em duas penadas:

Em 1974 a Instituição Militar estava prestigiada e era defendida pelo poder político ao ponto de ninguém, nas fileiras, sentir minimamente a necessidade de cuidar da sua imagem (nem a “Censura” permitia que se dissesse mal dos militares).

Em 2013 a imagem mediática e social e a defesa institucional das FAs é a que todos conhecemos e anda pelas ruas da amargura.

Em 1974, independentemente dos erros cometidos relativamente ao modo de melhorar o recrutamento – em que os principais responsáveis acabaram por ser dois militares (o MDN, general Sá Viana Rebelo e o CEMGFA, general Costa Gomes), que impediram a colocação dos oficiais oriundos de milicianos num quadro próprio onde seriam promovidos sem interferirem com os oficiais do quadro permanente oriundos da Academia Militar e Escola Naval – fizeram-no, estou em crer, de boa mente, numa tentativa de resolver um problema gravíssimo que afectava, directa e negativamente, as operações militares em curso.

Tão pouco lhes passaria pela cabeça qualquer intenção de prejudicar fosse quem fosse, muito menos o de diminuir a honorabilidade ou a eficácia da IM.

Em 2013 a quantidade de barbaridades feitas às FAs e os ultrajes à IM e aos militares atingiram níveis inauditos e continuados no tempo. E dou um doce a quem provar haver alguma boa intencionalidade no desbaste efectuado e que vai continuar até que a IM seja apenas uma recordação histórica.

Em 1974, uma pequena parte das FAs deitou o regime abaixo – com a complacência da maioria e a “ultrapassagem” do topo da hierarquia.

Em 2013 a hierarquia militar não tem sido capaz de levantar um dedo que seja, em defesa da Instituição – que é também a da defesa do país. Também com a complacência da maioria.

Em 1974 a ameaça maior à Nação vinha de forças marxistas e internacionalistas dentro e fora das nossas fronteiras; em 2013 essa ameaça maior deriva, outrossim, de forças internas e externas, mas agora de âmbito financeiro capitalista e apátrida, e também internacionalista.

Mas ambas estavam já presentes em 1974, do mesmo modo que estão presentes em 2013.

Incomodo hoje os leitores com estas observações por as achar, no mínimo, curiosas. 

[1] Em boa verdade invocar o “cansaço” das operações militares, em militares do quadro permanente, não é, em teoria, argumento para justificar qualquer situação menos apropriada. Mas é sabido que, na prática, tal a acontecer não deixa de provocar efeitos no Moral. O que necessita ser aferido constantemente.

[2] Este decreto previa que os oficiais milicianos pudessem frequentar um curso abreviado na Academia Militar e serem promovidos a oficiais do quadro permanente com a antiguidade da sua promoção a alferes. Ora tal, a verificar-se, iria provocar a ultrapassagem de todos os capitães, e alguns majores, licenciados por aquele estabelecimento de ensino.
Este decreto – lei tem alguns antecedentes que são importantes para a cabal compreensão do que se passou, mas que não se referem para economia de texto. 

[3] Nunca contabilizada, mas que se estima em não mais de 3%. Curiosamente a classe de sargentos esteve ausente em quase tudo o que ocorreu. 

[4] E sem nunca lhe terem perguntado nada. Tudo muito democrático e conforme ao Direito… 

Ler o resto clicando aqui!



quinta-feira, 26 de julho de 2012

M522 - Museu do CTOE - Brasões e Distintivos 3. de Tropas Especiais de todo o mundo


Nas mensagens M494 e M498, publicamos algumas peças do Museu do CTOE, que designamos, por sugestão do nosso Amigo e Camarada de armas Carlos Coutinho: Brasões e Distintivos de Tropas Especiais de todo o mundo.

Nesta mensagem, apresentamos mais algumas peças da mesma colecção. 


CTOE (Centro de Tropas de Operações Especiais) 










Este último é uma brincadeira engraçada, não do Museu do CTOE como é óbvio, mas sim do desenho de uma T'shirt da Patrícia Monteiro, filha do RANGER Pais Monteiro. 

M521 - AOE (Associação de Operações Especiais) – Espaço de TODOS os RANGERS - 21º Jantar/Encontro/Convívio - 4 de Agostos de 2012







AOE (Associação de Operações Especiais)


Espaço de TODOS os RANGERS

21º Jantar/Encontro/Convívio
4 de AGOSTO de 2012 - 19h30




ESTA VIDA SÃO DOIS DIAS E UM JÁ PASSOU... VIVAM A VIDA… CONVIVAM… RIAM… DIVIRTAM-SE… E JUNTEM-SE A NÓS... NO ESPAÇO DE TODOS OS RANGERS
APAREÇAM!
Reservas para: RANGER Lopes - 220 931 820 / 964 168 857 ou RANGER Ribeiro - 228 314 589 ou 965 059 516 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

M520 - MANUEL ALEGRE “COMBATENTE”, POR QUEM? por TCorPilAv Brandão Ferreira






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MANUEL ALEGRE “COMBATENTE”, POR QUEM?

03MAI2010

            Decorreu nos pretéritos dias 3 e 4 de Maio, na Gulbenkian, um colóquio sobre a envolvente externa que condicionou o eclodir das operações de guerrilha no Ultramar português e o ataque a Goa, Damão e Diu e que acompanhou o desenrolar do conflito nos anos 50, 60 e 70 do século XX.
            No primeiro dia constava na lista de oradores o cidadão Manuel Alegre (MA), a que o panfleto que enunciava o programa tinha filantropicamente antecedido de um “Dr.”, título a que, em abono da verdade, o nosso poeta nunca reivindicou. A sua “oração” não tinha título, era anunciada apenas como “um depoimento”. Achei curioso e fui assistir.
            O orador que acompanhava MA na erudição da sessão era o Embaixador Nunes Barata que me merece um comentário. O Sr. Embaixador juntou um conjunto de factos irrefutáveis, fez uma análise bem estruturada mas tirou, creio, um conjunto de ilações erradas. É humano olhar para factos e intenções, cruzá-los e chegar-se a conclusões diferentes. Por isso o contraditório e o estudo imparcial das questões, é tão importante. Quando a premência das decisões e a incerteza do amanhã, se abatem sobre as personalidades com as responsabilidades do momento, a análise é uma; quanto esta análise pode ser feita décadas depois, com tudo serenado e os arquivos disponíveis, a tarefa torna-se mais fácil.
            Ora o que o Sr. Embaixador defendeu, parece-me, foi que a conjuntura internacional era de tal modo adversa a Portugal e os “ventos da História” tão irreversíveis que só restava ao governo português ceder, adaptar-se e ir na onda. Isto é, fazer uma política que fosse ao encontro dos interesses alheios e não dos nossos. É natural que se este sentimento prevalecer, a maioria dos diplomatas vá para o desemprego...
             Mas o mais perturbador é que todo o discurso do Sr. Embaixador apontava, algo descaradamente, para a “compreensão” da acção dos nossos inimigos e “amigos”/aliados, como se eles dispusessem do monopólio da verdade e do acerto e ao governo português de então – que se limitou a defender a sua terra e as suas gentes - tenha destinado o amplexo do erro! E gostaria que o Sr. Embaixador explicasse qual foi a época da nossa História em que tivemos uma conjuntura internacional favorável e que não nos custasse um extenso lençol de trabalhos, crises e perdas. E porque apelidou a posição dos governos portugueses de então, de irrealismo e de meterem o país num beco sem saída. Creio que não será difícil ao Sr. Embaixador perceber que se nos quiséssemos sentar à mesa com Nehru ou com os dirigentes dos movimentos que nos atacavam, tendo as grandes potências por detrás, e transferíssemos calmamente a soberania para eles, isso nos evitaria, a nós, um ror de chatices e a eles o incómodo de montar operações políticas, diplomáticas e militares, sempre desagradáveis. Mas a que título e à pala de que princípios é que o faríamos? Se os seus “colegas”, que actuaram no tempo da Restauração, pensassem assim talvez não estivéssemos na Fundação do Arménio que gostou da nossa hospitalidade, mas sim no Parque do Retiro, em Madrid, a beber umas “cañas”. E fico por aqui.
            Agora vamos ao grande defensor da “Ética Republicana”.
            MA aproveitou a ocasião para fazer uma breve explicação/branqueamento do seu percurso como militar e defensor dos movimentos nacionalistas (ao serviço da Guerra Fria). E não se coibiu, no fim, de elogiar o comportamento das FAs portuguesas durante o conflito e afirmar que não foram batidas no terreno. Mais, que os territórios se desenvolveram apesar da guerra. Registamos a evolução, que é de monta!
            Explicou que não desertou, pois foi preso pela Polícia Militar (por actividades subversivas e de conluio com o inimigo) e passado à disponibilidade, altura em que lhe foi instaurado um processo pela PIDE, ainda em Luanda. Teve oportunidade de fugir e chegar a Argel. Daí para a frente o seu percurso é conhecido.
            No período de debate coloquei-lhe a seguinte questão: “como sabe as FAs têm várias forças suas a actuar em diferentes teatros de operações no estrangeiro. A última unidade a partir foi uma Companhia de Comandos, para Cabul. Vamos supor que eu, cidadão português, me metia num avião e ia para o Cairo, para Trípoli, ou Casablanca que é aqui mais perto, ou talvez Argel. Reunia-me lá com mais uns amigos que não concordassem com esta política, fundava uma rádio e passava a emitir textos de apoio aos talibãs, incitando os militares portugueses à deserção, passando informações ao inimigo, etc. A pergunta é esta: como é que o senhor reagiria a isto, o que é que me chamaria? E acrescentei (pois já adivinhava a resposta): “ e não me venha dizer que antigamente era uma ditadura e agora estamos em democracia; porque, mesmo que fosse assim, tal facto é marginal à questão”.
            Calejado por uma tarimba dia léctica de muitas décadas, o vate não se perturbou e respondeu, incidindo a justificação justamente na dualidade ditadura vs. Democracia; liberdade vs. censura. Acrescentou que defendia a ida das tropas portuguesas para o Afeganistão, pois tudo fora discutido democraticamente e a pedido da NATO, de que fazíamos parte e que se teria invocado o artigo 5º (o ataque a um é um ataque a todos). E, ufano, declarou algures que se fosse hoje faria tudo na mesma. Deixando a questão da NATO e a razão do envolvimento português que está longe de ser pelas razões que invocou, e registando a coerência no erro, vamos concentrar-nos na inacreditável argumentação que só pode ter origem numa grande confusão de conceitos, e má consciência. Ou ausência dela.
            Devemos ver, em primeiro lugar, que o crime de traição é considerado em relação à Pátria, não em relação a governos ou regimes. Não há traidores “democráticos” ou traidores a ditaduras, ou outra coisa qualquer. A traição é sempre relativa a uma causa, um juramento, uma crença. O cidadão MA quando foi para Argel não se limitou a combater o regime, consubstanciado nos órgãos do Estado, mas a ajudar objectivamente as forças políticas que nos emboscavam as tropas. A não ser que considerassem essas tropas como fiéis apaniguados do regime, coisa que até hoje sempre desmentiu.
            Quando a Legião Portuguesa comandada pelo Marquês de Alorna (um maçónico afrancesado) foi enviada para França combater no Exército de Napoleão, nunca veio incorporada nas invasões francesas justamente para não ter de atacar o seu próprio país. Até os imperialistas napoleónicos perceberam isto!
            E conhecerá MA algum governo de um país em guerra, que permita ou não se oponha a quem queira contestar a legitimidade do conflito em que estejam envolvidos – ou apoie o lado contrário? (lembra-se que na IIGM, os americanos até construíram campos de internamento para os suspeitos?).
             Para encurtar razões, que legitimidade tem o senhor para invocar a democracia e a liberdade, para justificar a sua acção em Argel, quando na altura era membro do PCP – uma das mais fiéis correias de transmissão do Kremlin – e que, como se sabe, foi sempre um modelo de transparência, liberdade e democracia?
            Traição não tem, assim, que ver com ataques a pessoas, instituições ou sistemas políticos, a não ser que os fins justifiquem os meios. Traição tem mais a ver com carácter, hombridade e ser-se inteiro. O “citoyen”MA continua a querer justificar os maus conceitos que lhe povoam a cabeça, deve ser por isso que adjectiva constantemente a ética de “republicana”. A ética é a ciência do Bem, vale por si só, não precisa de adjectivos. Muito menos de adjectivos políticos…
            Por isso, poupe-nos e não fale mais em Pátria. A palavra soa mal na sua boca.
             
João José Brandão Ferreira
TCor/Pilav (Ref)

M519 - CRISE, ORÇAMENTO E TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (TC), pelo TcorPilAV Brandão Ferreira


CRISE, ORÇAMENTO E TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (TC)
                                                                                                                                13/07/12 

O recente acórdão do TC tornando inconstitucional o articulado da Lei do Orçamento que permite os cortes dos subsídios de férias e de Natal, que foi promulgado pelo PR, tem levantado o maior dos sururus.

O fundamento principal deste acórdão baseia-se no facto de ter sido ferido o princípio da igualdade, isto é os cortes apenas se aplicarem aos trabalhadores da função pública e não a todos os cidadãos.

Devo começar por dizer que considero o TC uma inutilidade dispendiosa; uma espécie de pendericalho de novos - ricos. Em primeiro lugar porque a Constituição da República (CR) – que deveria chamar-se Constituição de Portugal, ou da Nação Portuguesa – devia conter apenas princípios fundamentais, ser simples e clara, o necessário, para tornar qualquer dúvida de constitucionalidade um episódio raro; depois porque não se justifica a sua existência, já que um dos Tribunais Superiores, o Supremo Tribunal de Justiça poderia ter uma “secção” especializada nesta matéria.

Finalmente, porque tendo a nomeação dos titulares, organização e funcionamento do TC, uma tónica eminentemente política, a independência dos seus juízes fica, desde logo, prejudicada.

Não sendo as coisas assim tão claras e face à contestação e controvérsia verificada, no caso vertente, só parece haver uma solução lógica para ultrapassar o imbróglio: a de criar mais um TC, este de 2ª instância, quiçá um Supremo TC!…

Bom, mas o que é um facto é que o TC existe, e existindo deve ser respeitado. Ora o próprio acórdão em apreço, contém os germes do desrespeito que o TC infligiu a si mesmo.

De facto não faz sentido que o TC decida que o corte dos subsídios é ilegal mas que, dado o “adiantado da hora”, essa ilegalidade só deve entrar em vigor em 2013… Qualquer assembleia de pastores dos baldios da Serra da Estrela conseguia, seguramente, lavrar uma sentença de melhor siso! (1)

E para o provar basta atentar no que diz o nº 1 do artigo 282º da CR:

Artigo 282

(Efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade)

1. A declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade com força obrigatória geral produz efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional ou ilegal e determina a repristinação das normas que ela, eventualmente, haja revogado.

Por outro lado, e com o mesmo critério, o TC deveria tornar inconstitucional, os cortes nos vencimentos da função pública. Porque não o fez? É a pedido?

E as vergonhosas excepções que se foram fazendo aos citados cortes, nalgumas instituições do Sector Empresarial do Estado, respeitarão o princípio da igualdade?

Ou será que o acórdão do TC (o que Deus não queira…), se destina apenas a facilitar a vida ao governo, de modo a mais facilmente poder cortar, no futuro o 13º e 14º mês ao sector privado?

Alega o TC que o Orçamento do Estado já levava seis meses de execução e que se a inconstitucionalidade vigorasse já para este ano, tal iria prejudicar muitíssimo os compromissos assumidos pelo Governo. É verdade, mas não foi isso que se lhes perguntou, nem vai evitar que o prejuízo não tenha que ser colmatado mais tarde.

E tudo não deixa de representar uma incongruência e uma trapalhada, justamente num processo em que, o que se pretendia era clareza, transparência e racionalidade.

Existe aqui, também, um problema de “timing”. O PR deveria ter exercido o poder que lhe é concedido pela CR e pedido a apreciação preventiva de constitucionalidade. Acresce, ainda, que os Senhores Juízes do TC deveriam habituar-se a ser mais expeditos na lavra dos seus acórdãos.

Averiguem, por ex., junto dos oficiais do Estado-Maior que preparou a última hipotética intervenção militar na Guiné, quantas horas é que dormiram a menos, durante largos dias…

Finalmente dois pontos devem, ainda, ser ponderados. Se verificarmos que o articulado da CR (partindo do princípio que ela é necessária), já não está ajustado às realidades actuais, a mesma deve ser revista.

Porém, os mecanismos que regulam a revisão da CR, se bem que tenham a sua lógica, tornam quase impossível revê-la (muito menos com celeridade) nos aspectos que envolvam controvérsia política.

Ou seja, a CR tem um ferrolho a guardá-la (a excepção dá-se quando existe um acordo, digamos que “por baixo da mesa”, dos partidos do “centrão” político, para adoptarem uma determinada imposição. Caso da dignidade e hierarquia concedidas às normativas oriundas de Bruxelas, que vigoram directamente na ordem interna portuguesa e que surgiu na última revisão ao modificar o artigo 8. Aspecto da maior gravidade que devia ter sido objecto de amplo debate e consenso e que só um referendo poderia legitimar.

O segundo ponto tem a ver com a excepcionalidade da situação existente, causada pela “crise financeira e económica” (que nos limita fortemente a soberania), reclamada em coro, por todos os actores políticos, sociais e económicos.

Bom, se a situação é de excepção (creio, até, que é muito mais grave do que isso), então porque não se toma medidas verdadeiramente de excepção, como seriam a declaração do estado de emergência ou de sítio?

Estaríamos, ainda, no campo constitucional e o PR (enfim, teria que ser outro), ficaria com a legitimidade para tomar as medidas que se imponham, sem um conjunto enorme de condicionantes, que estão a arrastar o país para o abismo.

Porém, nem estas me parecem que se possam aplicar, já que:

O estado de emergência, só pode ser declarado “quando se verifiquem situações de maior gravidade, nomeadamente quando se verifiquem ou ameacem verificar-se casos de calamidade pública”; e o estado de sítio é “declarado quando se verifiquem ou estejam eminentes actos de forças ou insurreição que ponham em causa a soberania, a independência, a integridade territorial ou a ordem constitucional democrática e não possam ser eliminados pelos meios normais previstos na Constituição e na Lei”.

Porque, de facto, nós estamos a fazer muito pouco para sair da “crise”, apenas nos limitamos a tomar medidas para adiar a queda no precipício…

Uma pergunta para terminar: será inteligente cogitar/acreditar, que os elementos da actual classe política e seus métodos, que nos guiaram ao presente desastre, podem ser os mesmos que nos poderão fazer emergir dele?

(1) E parece que também se terá enganado, ao considerar o corte do 14º mês só para o ano que vem, já que o subsídio de férias é referente ao ano anterior… Apenas o abono do 13º mês diz respeito ao ano em curso.

M518 - Major-General Jaime Neves, Combatente por Portugal e herói do 25 de Novembro, morre aos 73 anos

HERÓI DE PORTUGAL 

Neste arrasador momento, apresentamos as mais sentidas condolências à sua querida família.



Os portugueses que se dignam e amantes das diversas formas de liberdade desta Pátria estão enlutados, pelo falecimento de um herói nacional - General Jaime Neves -, pactuavam nas diversas formas de liberdade da Pátria de Portugal.

Major-General Jaime Neves 
Combatente por Portugal e herói do 25 de Novembro, morre aos 73 anos

Faleceu este domingo, o distinto Comandante do Regimento de Comandos da Amadora, o Grande Herói do combate contra a tentativa de escravatura, pela imposição de uma ditadura comunista/pró-soviética em Portugal, em 25 de Novembro de 1975.

Fonte do exército disse à Lusa que o Major-General Jaime Neves morreu por volta das 06h00, em consequência de problemas respiratórios. 

O funeral do General Jaime Neves, que faleceu hoje no Hospital Militar, em Lisboa, realiza-se segunda-feira ao início da tarde, no cemitério do Alto de São João, após uma missa na Academia Militar, pelas 14h00. 

Jaime Neves tinha 76 anos e o seu percurso militar ficou marcado pelo carácter decisivo que teve no golpe de 25 de Novembro de 1975, operação em que comandou o Regimento de Comandos. 

Na Historia dos primeiros anos de democracia em Portugal, após o 25 de Abril de 1974, o 25 de Novembro de 1975 representa o fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC / pró-soviético). 

Em Julho de 1995, o então Presidente da República Mário Soares, agraciou Jaime Neves com a Ordem de Torre e Espada. 

Já em 2009, por proposta do antigo Chefe de Estado Ramalho Eanes e do General Rocha Vieira, Jaime Neves foi promovido a Major-General pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

Que a sua alma descanse na paz do Senhor.

Foi um Libertador da Pátria e será para sempre um Combatente por Portugal!

O que foi o 25 de Novembro? Ver em:

M517 - O PATRIOTISMO faz parte da educação de base de todo ser humano

O PATRIOTISMO faz parte da educação de base, ou seja na formação pessoal desde a infância, desde criança, de todo o ser humano, em todos os países que se prezem de o ser.

Em Portugal é difícil, para não dizer impossível, a muitos pais saberem transmitir aos filhos aquilo de que pouco ou nada sabem, muitas vezes não por culpa própria, mas porque também nunca foram educados nesse sentido. 

O Patriotismo é simples: amar seus pais e o seu país, a Terra, a sua História, os Símbolos (bandeira e Hina nacional) e todos aqueles que estão prontos, quando e se necessário, a morreram em sua defesa.   


Não há meios patriotas! Ou se é de todo!... Ou não se é!

1
Definir Patriotismo... por palavras 

É obra para poetas e letrados
Porque tal façanha exige
Possuir especiais predicados

2
Mais qu’um excelente poder descritivo
E uma capacidade d’análise excepcional
É preciso sentir a Pátria... amá-la
P’ra transmiti-lo de forma lúcida e leal

3
Mas eu sem ser poeta... vou ensaiar
Escrever sobre este belo tema
Por um lado... não resisto à tentação
E por outro... o risco é o meu lema

4
Por isso... pedindo perdão p’la ousadia
E no modo que me é habitual
Vou então passar para o papel
Como vejo e sinto o meu Portugal

5
E de jeito inequívoco o digo já...
Qu'apesar de não ser de grandes rancores
Pertenço àquela raça patriótica...
Que mandava fuzilar todos os traidores

6
Mas isso pertence a outra conversa
Que nesta se fala da mais alta linhagem
De Homens que dignam os seus antepassados
E continuam o país... com a sua coragem

7
Um Patriota é pois... um atento vigilante
Na preservação da integridade da terra
Aos sinais hostis à independência nacional
E contr’agressões está pronto p'rà guerra

8
Corre-lhe Portugal no sangue e na alma
Conhece e orgulha-se da sua História
Honra-se com a concepção da Bandeira
E traz a mensagem do Hino na memória

9
Adopta Deus como seu guia espiritual
Seja qual for a sua religião
E d'Ele lhe advém força universal
Qu'alimenta a chama desta paixão

10
É algo que lh’está arreigado na raíz do ser
Há até quem o designe por amor
Não se vê nem se apalpa... sente-se
É apolítico... aclubista... incolor

11
Está além das palavras... no sentimento...
Na preservação... e na continuidade
Dos imensos e gloriosos Feitos
Do nosso Povo e da sua identidade

12
De tal modo que por vezes... fanatiza
Mormente quando se constata grande traição
E s’está coagido de fazer justiça
Qu’a democracia também tem este senão

13
E s'algum dia o fulgor esmorece
Saturado d'observar tanta corrupção...
Na política... nos negócios... no desporto...
Empenha-se no seu combate... p’la Nação

14
Se vale a pena perder tempo a explicar
O que é... e o que sentem os Patriotas
Que se destine tal a jovens e mal informados
Nunca a traidores ou quaisquer outros idiotas

15
Dizer da sensação e orgulho interior
D’envergar uma farda de Portugal
E em nome da Pátria empunhar uma G3
É muito difícil numa narração informal

16
Quando ainda por cima disto tudo
No peito se firma um emblema RANGER
Tal compromisso agiganta... assoberba...
Envaidece... diga-se o que se disser!

17
Que dizer dos tempos qu’agora decorrem
Do progressivo degenerar da sociedade
De vermos valores asquerosos elevarem-se
Em resultado de tanta permissividade

18
Sobretudo após a revolução de Abril
Com o regresso dos fugitivos e despeitados
Vemos... “democraticamente” vexar a Pátria
E trair sob várias formas de atentados

19
Por aí... camuflados nos partidos políticos
Estão os cobardes que fugiram à guerra
Os golpistas à procura de bons “tachos”
E oportunistas que maldizem a nossa Terra


20
Com reflexos directos nos nossos jovens
Privados do real conhecimento do passado
A quem ocultaram a nossa História
Por motivos “revolucionários”... outro atentado!

21
Sendo um país pequeno em dimensões
E desprovido de recursos naturais
Exploremos outras mais valias
Que assentem nas artes tradicionais

22
Não há desculpa nem justificação
Seja por motivo de facto ou emocional
P´ra trair a Pátria... ou maldizê-la
Qu’acima de TUDO... e de TODOS... está Portugal

23
Um Homem que se preze de o ser
Tem qu'à sua Pátria render devoção
Ou não passa dum inútil sem princípios
Mesmo que não chafurde nas fossas da traição

24
É o sentimento mais nobre do ser humano
Tão exigente que em causas derradeiras
Lhe pode... inclusivé... custar a vida
S’em sua defesa houver que cerrar fileiras

25
É nesta grandeza que se medem os Homens
Noutras qualidades somos mais ou menos iguais
Mas aqui é preciso convicção inabalável...
E fidelidade de cão... absolutamente integrais

26
S'algum dia tocar a defender a Pátria
Haja uma arma afinada p'ra mim
P'ra que possa morrer... matando...
Aqueles qu'à Pátria quizerem pôr fim

domingo, 22 de julho de 2012

M516 - 35ª Confraternização Anual da AOE - 29, 30 de Junho e 1 de Julho - JANTAR DO DIA 30JUN2012 (3)


Continuação das mensagens M495, M499 e M514



35ª Confraternização Anual da Associação de Operações Especiais 


29, 30 de Junho e 1 de Julho 

30JUN2012 - JANTAR - 3
 Com o delicioso arroz de feijão vermelho que sobrou do almoço e muitos pedaços do porco assado na brasa, ao almoço em Penude, a que se juntou os habituais farnéis do pessoal, pode-se dizer que havia alimentação para umas 100 pessoas jantarem no dia 30 de Junho - sábado.

Como muita malta optou por ir jantar nos restaurantes de Lamego e arredores, é óbvio que os cerca de 30 convivas que se juntaram no refeitório de Santa Cruz, tiveram abastecimento que baste.

À frente das tropas, no comando e orientação,esteve o dinâmico, irrequieto e despachado RANGER Oliveira, que fez com que a operacionalidade comestível tivesse obtido a nota mais alta.     

 O RANGER Delfim Santos e a Lina, trouxeram da Póvoa de Varzim algumas das boas iguarias locais 

 Os RANGERS Corticinho, Paiva Fernandes, Edgar Cordeiro,  Guilherme Pereira e Cândido Teixeira (de costas), e o amigo da AOE Grácio, preencheram a ponta direita de mesa 

 No fim do jantar seguiram-se os indispensáveis cafés e digestivos, num agradável e ruidoso ambiente festivo  


O Ração Especial Félix, exímio fotógrafo pró-amador, é perito em furar/emplastrar as fotos dos outros. A Fátima bem refilou e o RANGER Abílio Rodrigues ainda disse: Pronto lá está este! E ficou mesmo! 


No fim das "hostilidades", a foto dos últimos, que costumam ser sempre os mesmos: RANGERS Teixeira, Abílio, Pais Monteiro, MR, Cordeiro, Oliveira e Félix (Ração Especial)


sábado, 21 de julho de 2012

M515 - "Mais uma desconsideração e humilhação para os Militares deste País", pelo Sr. Coronel da Força Aérea na Reforma, José Alberto Morais da Silva



Circula à uns dias na internete a seguinte mensagem curta, simples e directa, com que estamos plenamente de acordo e passamos a publicar, com os devidos agradecimentos e cumprimentos ao seu inspirado autor: 

"É só mais uma, entre tantas, desconsiderações e humilhações para 1.300.000 Portugueses - Militares deste País" 

Pelo Sr. Coronel da Força Aérea na Reforma, José Alberto Morais da Silva


José Alberto Morais da Silva, Coronel Piloto Aviador na Reforma, vem, por este meio, protestar contra a vergonha e humilhação por que fez passar os Antigos Combatentes vergonha quando da visita de V. Excelência a Moçambique!



Por certo que sabia ou se não sabia, alguém do luzidio séquito que o acompanhou na visita deveria ter-lhe dito, que havia um cemitério no Maputo onde estão os restos mortais de vários Militares Portugueses que perderam a vida nos combates em Moçambique durante a guerra doUltramar.

Era sua obrigação, como Primeiro Ministro de Portugal ter ido prestar homenagem aos nossos mortos em combate.

Mas V. Excelência, do alto dos seus altos conhecimentos da arte de ser político ou por não ter cumprido Serviço Militar e, portanto, não saber bem o que significa a palavra Patriotismo, decidiu prestar homenagem aos mortos do nosso adversário nessa guerra, deixando no esquecimento aqueles que perderam a vida numa guerra que justa ou injusta, foi uma guerra em que perderam a vida alguns milhares de Militares Portugueses.

Este acto de V. Excelência foi mais uma desconsideração e humilhação para os Militares deste País e poderá V. Excelência ficar a saber que 1.300.000 Portugueses, Antigos Combatentes também não esquecerão a afronta cometida pelo Primeiro Ministro de Portugal.

José Alberto Morais da Silva
Coronel da Força Aérea na Reforma
BI. 000201B

Para conhecimento, ao Gabinete do Sr. Primeiro-Ministro do Governo de Portugal e demais iliterados deste país: 

Soldados que Morreram ao Serviço de Portugal 1954 - 1975

A foto do Sr. Coronel da Força Aérea, na situação de Reforma, José Alberto Morais da Silva, foi obtida no site dos "Especialistas da Base Aérea Nº 12 - Guiné 1965-74":  :  http://especialistasdaba12.blogspot.pt/2010/04/voo-1611-cappilav-grande-companheiro.html 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

M514 - 35ª Confraternização Anual da AOE - 29, 30 de Junho e 1 de Julho - RECICLAGEM DE TIRO (2)



Continuação das mensagens M495 e M499 


35ª Confraternização Anual da Associação de Operações Especiais 

29, 30 de Junho e 1 de Julho 

RECICLAGEM DE TIRO - AIRSOFT - 2 

 Na tarde do dia 30, a Fátima Rodrigues, deu o exemplo ao resto das senhoras presentes e abriu as hostilidades, mostrando a determinação em atingir o alvo e de que maneira o fez!

 A filha do RANGER Cândido Teixeira, seguiu o exemplo e também fez o gosto ao dedo 
 Mais senhoras se seguiram, umas com mais jeito que outras, mas a pontaria acabou por ficar afinada

Os homens demonstraram também que fazer tiro é coisa que nunca se esquece  

 Apesar de tudo, a reciclagem é sempre aconselhável a quem quer manter a forma e saber como se encontra o seu grau de pontaria
 O RANGER Abílio Rodrigues confirmou que ainda falha uns 2 a 3 %... bom para uns e razoável para outros... 

As armas, para relembrar os velhos tempos, eram todas do tipo G3