sábado, 14 de julho de 2012

M501 - RANGER Lino Ribeiro do 2º Curso de 1971 - Angola - 5 - Paisagem e População



Continuação das mensagens M462, M464, M465, M485 e M496. 



RANGER Lino Ribeiro
2º Curso de 1971
Angola 1971/74 - 6

Paisagem e População 

O RANGER Lino cumpriu a sua comissão militar em Angola, 1971 a 1974, integrado na CART 3454 / BART 3861 (Companhia de Artilharia 3454 / Batalhão de Artilharia 3861), nas zonas de Zala e Quinguengue. 

Muitos dos nossos ex-militares que cumpriram o Serviço Militar na Guerra do Ultramar, fosse em que região lhe calhasse na sorte (Angola, Moçambique e Guiné), não tinham ao seu alcance os meios indispensáveis para obter fotografias, que, naquele tempo, apenas eram obtidas através de rolos de películas, posteriormente submetidas a revelação para papel em câmaras escuras e apropriadas para o efeito.

Depois porque, na maioria dos casos onde existia pelo menos um desses meios, era nas localidades próximas, que, por vezes, ficavam muito distantes, e, outras vezes, em que havendo locais próximos com essa possibilidade, não era possível efectuar as necessárias deslocações para lá fazer chegar os ditos rolos de películas fotográficas.

Assim, e porque pensamos que TODOS os testemunhos (escritos, documentais e fotográficos), que os Combatentes daquela guerra possam deixar para as novas e as vindoiras gerações é FUNDAMENTAL e um acto PATRIÓTICO, porque temos vindo a constatar ao longo dos últimos anos, que são imensas as distorções criminosas e cobardes, mentiras traiçoeiras e anti-patrióticas, e alterações sobre os FACTOS e ACONTECIMENTOS, que sendo isso mesmo FACTOS, não podem nem devem ser maltratados como o são, por escuros e nojentos motivos políticos, por ignorância e ressabiamentos pessoais de execráveis seres, ou por cobardia e traição à Pátria.

Tanto mais que não fosse, por garantia da verdade do que se passou no terreno, como pelo MÁXIMO respeito que nos merecem os feridos e AINDA MAIS os mortos em combate por Portugal. 

Uma coisa é discutir ideias e conceitos, outra MUITO DIFERENTE é distorcer e alterar os FACTOS, seja porque motivo for! 

É importante que se diga aqui, principalmente àqueles que não sabem História de Portugal (não por culpa deles mas das incompetentes e irresponsáveis políticas de ensino seguida pelos DESgovernos desta nação), que as províncias ultramarinas que Portugal mantinha Mundo-Além, não eram pedaços de terra que Salazar e Caetano arranjaram, para que os portugueses se entretessem a dar uns tiros em africanos e vice-versa. Esses pedaços de terra eram um legado ancestral que muitos portugueses duros, ousados e aventureiros foram conquistando em cerca de 500 anos de fantásticas e inigualável História, e foram sendo explorados e povoados por outros milhares de portugueses, que para lá foram emigrando, trabalhando sol a sol, formando as suas famílias e radicando os seus haveres.


Por isso caro leitor e Camarada, quando ouvir alguém dizer que a guerra era injusta lembre-se do que acabou de ler e, por favor, informe o ignorante ou maldizente, que não nada assim!

Mutos, tal como hoje, não tiveram qualquer oportunidade de trabalho e vida neste nosso cantinho europeu, e tiveram que emigrar, muitos deles com apenas  a roupa que tinham então vestida. PARTINDO DO ZERO! E, que como é do conhecimento dos que viveram esses factos e dos que, entretanto nascidos, se interessam pelo estudo destas coisas, tiveram, com o golpe de 25 de Abril de 1974, foram forçados a abandonar tudo o que lá tinham para fugir das previsíveis perseguições, saques e, tal como aconteceu em Angola e Moçambique, massacres.   

Voltando à conversa dos testemunhos, quando hoje muitos dos Combatentes querem realizar a melhor e mais conveniente catarse daquilo que passaram na guerra, sentem-se limitados às a relatos com textos muito longos e cansativos, mesmo para quem gosta quer saber o que passou então.

Uns mais operacionais que outros, contrariados ou não, do "contra" ou a favor, todos os que viajaram para África - Angola, Moçambique e Guiné -, e contribuíram como o seu esforço, sacrifícios, suor e sangue, como o seu melhor e possível contributo pessoal, dando por vezes aquilo que tinham e o que não possuíam nas suas qualidades combativas, e que tiveram que improvisar ou como por lá se dizia "desenrascarem-se", têm segundo o nosso ponto de vista a consciência tranquila de terem cumprido com a parte que a Nação (mais propriamente o poder político de então) lhes exigiu nessa altura. 

Consideramos que tão FUNDAMENTAL foi o contributo de um Homem OPERACIONAL, fosse ele de uma unidade de intervenção ou de uma das tropas especiais, como foi o daquele que na rectaguarda assegurava o movimento do tão apreciado e esperado correio, dos fornecimentos de materiais, viaturas, combustíveis, equipamentos, munições e armas, a indispensável alimentação, o eficaz apoio aéreo e marítimo, etc. 

Pelo que foi dito, é fácil deduzir que a dimensão dos álbuns de fotos de cada ex-militar é muito relativo, mas por poucas que sejam as peças, já diz o velho ditado: Grão a grão enche a galinha o papo!  

Assim, foto a foto, palavra a palavra, vamos completando o puzzle possível, daqueles que nos vão dando o que têm, como nesta mensagem em que o RANGER Lino Ribeiro, nos mostra mais alguns aspectos da paisagem e da população local nas regiões de Zala e Quinguengue, em Angola. 








Mini-guião da colecção Carlos Coutinho (2012) © Direitos reservados.
Fotos de Lino Ribeiro (2012) © Direitos reservados. 

1 comentário:

PILAO2511966 disse...

Caro Pira

Agora está correcto,mas julgo que seia de retirar o Bat 361 e Cart 354, pois não batem certos com a restante informação, e para evitar confusões.

CCoutinho