sábado, 29 de agosto de 2009

M146 - D'Aço temperado


D’aço temperado
1
Homens que o tempo levou
Construíram este país
Em Eras outrora heróicas
Que dele foram a sua raiz
2
No seu peito ostentavam
Orgulhosos... o destemor...
Frente a lutas tremendas
Fartas de sangue e de dor

3
Eram de tal garra patriótica
Que quando chamados à luta
Acorriam e cerravam fileiras
Dando medo tão briosa conduta
4
Homens deste pequeno povo
Qu’impunham enorme respeito
Sobre o resto do mundo
Sem qualquer tipo de preconceito

5
Se davam a “Palavra e Honra”
Mantinham-na a todo o custo
Ainda que lhes custasse a vida
Se disso achassem digno e justo
6
Fundidos nos moldes da vida
De material por Deus estudado
Eram os nossos antepassados
Duros como o aço temperado

7
Filhos d’exemplos ancestrais
P’ra lá da Fundação de Portugal
De lusitanos de tesas fibras
De lendas e mitos sem igual
8
Tomavam a Bíblia como guia, e…
Seu alimento espiritual
Já que preparado p'ra tudo
O corpo corria risco mortal
9
Lançaram barcos aos mares
Cruzaram os horizontes da desdita
Guiados e firmados na fé cristã
E na cruz de Cristo bendita
10
Desbravaram rios e selvas
Ostentando os símbolos lusos
Dando a saber a outras civilizações
As suas artes, culturas e usos

11
Com as mesmas mãos calejadas...
Que manejavam a espada
Davam à terra as sementes
Entre uma guerra e uma cruzada
12
Na terra... único bem de muitos
Semeavam o trigo com gosto
Rezando por boas colheitas
E regando-o com o suor do rosto

13
Pedra a pedra ergueram...
Aldeias, vilas e cidades
Eram de força e querer
Entre vastas outras qualidades
14
Doaram-nos esta Pátria...
Oito séculos de construção
D'árduo e generoso empenho...
De Trabalho, Cultura e Tradição
15
Homens rudes, porventura…
Mas não extintos de todo
Qu’alguns ainda por aí existem
Duros de “roer”... com'um godo
16
Oriundos de raças místicas
Que nos dias de hoje escasseiam
Dadas as novas filosofias de vida
Que na Era moderna s’implementam

17
Uma delas... esclarecedora...
Diz: “Mais vale um cobarde vivo...
Do que um herói morto”... tal e qual!
Agoiro dum futuro destrutivo!
18
Parco em recursos naturais
O que não tínhamos em riqueza
Tínhamos em potencial humano
Esse o segredo da nossa grandeza

Imagens: © Wikipédia, enciclopédia livre & autores desconhcidos (2009). Direitos reservados.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

M144 - RANGER GUIMARÃES, do 1º turno de 1968



O Ranger José Manuel Almeida Guimarães, do 1º turno de 1968, a residir actualmente em Alijó (Favaios), enviou-me uma imagem “scanada” dos emblemas usados no seu tempo, pois verificou que na colecção de emblemas e guiões de Operações Especiais/RANGERS, que eu apresentei no blogue em 10 de Abril de 2009, em mensagem com a referência: (M86 - Emblemas e Brazões do C.T.O.E. (Centro de Tropas de Operações Especiais/RANGERS) ex-C.I.O.E.) ex-C.I.O.E.), faltam um (ou dois) que foram usados em Lamego.



O Guimarães foi incorporado na EPI (Escola Prática de Infantaria), em Outubro de 1967, para tirar o 1º ciclo do C.O.M. (Curso de Oficiais Milicianos). Em Janeiro de 1968 foi colocado no C.I.O.E., em Lamego, para frequentar o 2º ciclo do C.O.M. da especialidade de Operações Especiais/RANGER.



Após a conclusão da especialidade foi colocado no R.I.10 - Aveiro -, na altura Centro de Instrução Básica, onde permaneceu até 30.12.1970, sempre na 1ª Companhia de Instrução, quer como instrutor, Adjunto do CMDT e mesmo como comandante da mesma.



Os emblemas que me enviou são do seu quadro de memórias e inclui todos os emblemas que ele usou:



- O emblema do braço da EPI (Escola Prática de Infantaria)

- O emblema do braço da Região Militar de Tomar (a que em determinada época pertenceu o R.I.10)

- O emblema da boina da EPI

- Os inferiores, são do R.I.10 e C.I.O.E.

- As insígnias das Operações Especiais foram as que lhe deram no final do curso e são em tecido bordado a ouro

- Finalmente o “crachat” (aprovado oficialmente em 1970).



Aqui registo os meus devidos e melhores agradecimentos ao Guimarães, esperando que em breve ele nos envie algumas das suas fotos durante os períodos de instrução, quer no C.I.O.E., quer no R.I.10.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

M143 - Continuar a Pátria - Oxigenar Portugal


A política é o motor da vida humana!

Os políticos portugueses, em geral, é que me enjoam!

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, sobre a qual não vou gastar qualquer palavra, porque cada vez mais o povo português, ao tomar conhecimento do estado de corrupção que o país atingiu descarada, abusiva e criminosamente, a todos os níveis sociais, começa a perguntar-se o que é que trouxe de bom ao país tal “golpada”, além do evidente novo “riquismo”, opulência e exorbitância de alguns políticos e seus acólitos.

Ó meus amigos, não me venham com tretas que isto se desenvolveu muito, europeizou-se, melhorou o nível de vida… blá... blá… blá…

Ide por aí à noite pelos cantos das cidades ver os “sem-abrigo”, e pelo dia fora, os desempregados e os mais desamparados e pobres, e depois falamos sobre isso, ok!

Olhai para a Justiça que temos… está de rastos, a Educação familiar e escolar… completamente destruídas, as Finanças e a Economia que se encontram no estado que todos sabemos, etc. etc.

Que é feito do aparelho produtivo nacional?

Onde estão os velhos cursos escolares industriais que tanto ensinavam da vida prática nos laboratórios, fábricas e oficinas?

Mais não é que os resultados da tomada do poder político em Portugal, no 25A74, por uma geração ressabiada e retrógrada, na generalidade com mentalidades a que chamaram “revolucionárias”, que espanta os seus mais simples críticos rotulando-os, como se tal seja o remédio para as suas incompetências, irresponsabilidades e alarvidades, da bolorenta palavra: faxistas.

Como se tal resolvesse alguma coisa.

Tornou-se assim, nos últimos 35 anos “politicamente correcto”, “bonito”, moda e “obrigatório” ser de esquerda, e quem não é dessa “ala”, por opção ou “abertura de olhos”, é despejado no “caixote faxista”, marginaliza-se, ostraciza-se e, sempre que possível, ridiculariza-se.

Para eles “esquerda” está assim resolvido e arrumado tudo o que lhes cheira a “faxismo”.

Então, brilhantemente, acharam por bem anular e destruir tudo o que pudesse representar e, ou, simbolizar a nossa querida Pátria, porque isso, e qualquer filosofia Patriótica era política do “faxismo”.

Mas então eu vou negar que sei que se cometeram erros, e bem graves alguns, no antes-25A74?

Não vou não senhor, pois seria pura mentira!

E então, Hoje?

Vive-se o culto do supérfluo, de telenovelas que nada ensinam, nem trazem de novo, do discurso estudado e oportunista, do cultivo de métodos de enriquecimento rápido sem olhar a meios nem custos, do calote ao banco e aos credores, de obras fictícias para iludir terceiros, da fuga aos impostos com intencionalidade de perdão futuro, de truques baratos para sacar uns euros aos mais incautos (política esta seguida até por grandes empresas nacionais e multinacionais)... enfim uma panóplia doentia e corrupta, sem conceitos nem presconceitos, completamente isenta de escrúpulos, parasitária, proxenetista e improdutiva que se alimenta da riqueza do Estado e dos pporventos do povinho, como abutres sedentos de poder e bem viver… sem nada fazer de útil.

Nas escolas foram varridos todas as referências à História de Portugal, ao Hino Nacional, à bandeira e outros valores Nacionais, como a Família e o Lar.

A ignorância sobre estas matérias é tão aberrante, que um dos “nossos” putos, questionado sobre quem foi D. Afonso Henriques, respondeu: “Acho que é aquele defesa esquerda do Benfica”.

Depois há aqueles que, confusos e 100% ignorantes, não por culpa própria diga-se, apaixonam-se e deliram pelos novos valores que lhes incutem as TVs, media, revistas, jornais, etc. que Pátria é a selecção de futebol nacional e o Cristiano Ronaldo…

Ainda há por aí uns tantos que dizem, despodurada e descontraidamente, que se fôssemos espanhóis é que era bom!

E mais não digo, porque não quero este blogue seja apontado como veículo anti-político.

Tudo o que disse e reafirmo, isso sim, que: “Não há meios Patriotas, ou se é de TODO… ou não se é… NADA!”

Renegar a Pátria ou maldizer a Terra (Portugal) onde se nasceu… não é digno de seres humanos e, muito menos de se intitularem portugueses. É um insulto aos nossos gloriosos antepassados (Navegadores, Exploradores, Soldados e Combatentes), aos sacrificados, estropiados e mortos em combate.

Abençoado General Português que, numa feliz tirada pessoal disse, um dia a este propósito, sobre os que renegam ou denigram Portugal:

“… NEM O OXIGÉNIO QUE RESPIRAM MERECEM!”

Continuar a Pátria

Há povos e povos por esse mundo for a
Cada um com a sua grandeza e a sua História
Mas como o nosso não há mais nenhum
Pleno de enormes Feitos e de farta Glória

I
Quisera eu uma costela de Camões
Tivesse eu uma musa a m’inspirar
E exaltaria os mais recentes Feitos
Qu’este luso povo prestou além-mar
II
Possuíra eu o dom da clarividência
Soubera eu a arte de bem filosofar
E narraria os actos de Patriotismo
Que em África ficaram por contar
III
Pudera eu ser poeta por uns momentos
Tomara eu o conhecer profundo
P’ra ditar páginas à nossa História
E espalhá-las depois por todo mundo
IV
Qu’assim é também servir a Pátria
Sendo esta uma missão permanente
Um privilégio do «Ser Português!»
Qu’este é modo de sentir transcendente
V
Que ser Patriota é ser digno herdeiro
De argutos e notáveis marinheiros
Que em naus e ventos se fizeram ao mar
Quão ousados e talentosos aventureiros
VI
É honrar a reputação dos nossos avós
Foram eles míticos e destemidos guerreiros
Foram eles os Infantes dos Descobrimentos
Foram eles intrépidos e temidos cavaleiros
VII
Legando-nos tamanho património e Terra
Geridos por Reis senhoris e imponentes
Que entre laivos de fantasia e loucura
Travaram cruzadas epopeicas sem precedentes
VIII
Construindo grão a grão vasto Império
E qu’à nossa Bandeira fiéis se jurassem
Povos doutras raças e doutros credos
E qu'ao som do Hino hirtos se perfilassem
IX
Cinco séculos de ventura africana
Nas matas culminaram em duros combates
Em Angola, Moçambique e Guiné
Onde os portugueses foram magnates
X
Perpetuando o enigma da força lusitana
Como povo de garra, valente e imortal
Que nos seus empenhos cumpre fiel
Conquistando ao mundo respeito sideral
XI
Mas os ares d'Ábril mudaram a política
Democracia, partidos e tremenda confusão
Tudo mandou, tudo geriu, tudo decidiu
Finaram o regime e reviraram a Nação
XII
Que o homem e a História julguem os factos
Dos actos decididos e das concretizações
Que assolaram Portugal de norte a sul
Se foram patrióticos ou desmedidas traições
XIII
Que continuar o nosso passado histórico
Exige sacrifício, lealdade e doação
P'lo sangue vertido ao longo dos séculos
Honrando os que morreram na sua edificação
XIV
Porque os superiores interesses da Nação
Requerem alerta e vigilância total
A denúncia d'oportunismos pessoais
E o seu imediato combate feroz e mortal
XV
Sem hesitações de qualquer espécie
Que em defesa da Pátria a ordem é matar
Qu’outra sorte a traição não merece
E até o ar que respira se lhe deve negar
XVI
A Pátria exige servir a todo instante
Zelar p'la sua integridade e independência
Retaliar o boato... qualquer ameaça, e…
Eliminar a traição sem condescendência
XVII
Serve-se a Pátria em muito empenho
P'lo Trabalho... no seu desenvolvimento
P'la Justiça... na sua democratização
P'la Educação... no seu aperfeiçoamento
XVIII
E... em casos extremos d’ameaça grave
Em defesa dos valores ideais e materiais
Recorramos às armas onde somos hábeis
Lutando com sanha até aos suspiros finais
XIX
Que a vida como bem único seja a eleita
Mas nunca á custa da nossa nacionalidade
Nem da História, da Bandeira ou do Hino
Ou tão pouco da Honra ou da Dignidade
XX
Eduquemos a juventude para a continuidade
No pensar, no sentir e no ser português
Qu'eles prosseguem a História de amanhã
Qu'eles sejam um futuro d'orgulho e altivez

...

Os homens passam mas a História prossegue
Mais rica ou mais pobre consoante o Poder
E quando o tempo passa e nela nada se regista
É porque a Paz e o Progresso estão a acontecer

M142 -LUSA GARRA


Lusa garra

Dos enigmáticos oceanos desbravados
Os portugueses outros mundos deram ver
Quanta ousadia, quanta aventura, quanta nau
Que arte, que engenho, que saber

Dos poetas como Camões s’elevaram
Os portugueses novas prosas deram ler
Quanta luta, quanta bravura, quanto herói
Que garra, que destemor, que vencer

Dos povos dos Continentes descobertos
Os portugueses novos costumes deram ser
Quanta genica, quanta força, quanta honra
Que orgulho, que História, que querer



Dos reinos dos Paraísos conquistados
Os portugueses... Portugal... deram conhecer
Quanta alma, quanta raça, quanto denodo
Que sobranceria, que domínio, que poder

Que ser português está na raíz do ser
Que ser patriota está no gene luso
E qu’o sangue derramado pela nossaTerra
Exige entrega, sentir e amar profuso

Que as gentes de hoje saibam merecer
Tal passado... tal História... tamanhos Feitos
Que prestigiam e enaltecem esta Nação
Assumindo, porque não, qualidades e defeitos

Que o Povo ora e sempre desperto esteja
Atento todo o tempo que nunca é demais
Pela vigia da Segurança Nacional
Contra traidores, cobardes e outros que tais

Que ao enxovalho e à devassidão
D’imediato se ponha cobro a bem ou mal
Eliminando os mencinados podres
Ainda que o combate seja mortal

Que o façam bradando às armas
Porque a luta é de todos nós
Aqueles que defendem o seu ser
E não são vergonha dos seus avós

Que ser Patriota requer agressividade
Como requer bravura e valentia
Estar na primeira linha de combate
Com leal firmeza e sobranceria

Manter elevado o nome de Portugal
P'ra todo o sempre pela eternidade
Que entre todos os nossos prazeres
Este seja motivo imenso de vaidade


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

M141 - CENTRO DE INSTRUÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (CIOE) - A ESCOLA PRÁTICA DA CONTRAGUERRILHA PORTUGUESA EM ÁFRICA. pelo RANGER TGEN Augusto Monteiro Valente


Augusto Monteiro Valente 

CENTRO DE INSTRUÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (CIOE) - A ESCOLA PRÁTICA DA CONTRAGUERRILHA PORTUGUESA EM ÁFRICA  

1. AS ORIGENS DO CIOE

No final da década de cinquenta a situação internacional prenunciava dificuldades graves para os então designados “territórios ultramarinos” portugueses em África. A guerra anunciava-se no horizonte. A defesa militar daqueles territórios estava entregue, na sua quase totalidade, a unidades de recrutamento local, enquadradas por alguns, poucos, oficias e sargentos da Metrópole, organizadas em regimentos ou batalhões/grupos independentes, deficientemente treinadas, mal equipadas e instruídas segundo o modelo convencional. 
A partir de então, a organização de forças militares para operações do tipo não convencional naqueles territórios (contraguerrilha) passa a constituir uma preocupação prioritária para o Governo e chefias militares. Neste contexto, surge a ideia da criação de um Centro de Instrução destinado à preparação de “unidades terrestres que, pela sua organização, apetrechamento e preparação, possam ser empregadas, sem perda de tempo, na execução das operações do tipo especial, previsíveis: operações de segurança interna, de contra-subversão e de contraguerrilha”, conforme directiva de 22 de Abril de 1959 do então ministro do Exército, brigadeiro Almeida Fernandes.
 
As características da nova unidade, bem como os programas, métodos e técnicas da instrução a ministrar são primeiramente inspirados na doutrina e experiência dos militares franceses. A guerra da Argélia, iniciada em 3 de Novembro de 1954, tornara-se o modelo da guerra subversiva e o laboratório das técnicas de contraguerrilha. Os franceses haviam começado por empregar pequenos grupos de combate constituídos por militares altamente treinados, do tipo “comandos”, apoiados na sua anterior experiência na guerra na Indochina. Assim, a mesma directiva de 22 de Abril de 1959, determina ainda que um pequeno grupo de oficiais siga para aquela colónia francesa, com a finalidade de estagiar nas unidades francesas envolvidas em operações de combate à guerrilha da Frente de Libertação Nacional e recolher ensinamentos com vista à preparação em Portugal de unidades especiais para a luta de contraguerrilha nas colónias africanas, que se admite então como certa, sendo apenas uma questão de tempo.  
Anteriormente, em 1956, uma primeira missão militar portuguesa de seis oficias do Exército, constituída pelos major Franco Pinheiro e capitães Costa Matos, José Basto Correia, Nuno de Almeida Frazão, Emiliano Quinhones de Magalhães e José Almiro Canelhas [1]  contactara já, durante cerca de um mês e meio, a Escola de Guerra Psicológica e Subversiva, na Argélia; seguira depois para França, onde os oficias que integravam a missão frequentaram o curso de Guerra Psicológica, ministrado pela Escola Superior de Guerra de Paris. Na Argélia estiveram mais tarde também, como observadores, os majores Hermes de Araújo Oliveira e Joaquim da Luz Cunha. Na nova missão de 1959 seguem, entre outros, os capitães Mário Lemos Pires, Sérgio Carvalhais, Luz Almeida e Vaz Antunes. 
Os ensinamentos recolhidos nestas várias missões servem de fundamento à introdução no Exército das novas doutrinas, tácticas e técnicas de combate de pequenas unidades em operações de contraguerrilha e à criação do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), formalizada pelo Decreto-Lei 42926, 16 de Abril de 1960.

“Considerando a necessidade imperiosa de intensificar e, até certo ponto, centralizar a instrução dos quadros e forças do Exército nas modalidades de «operações especiais»;
Usando da faculdade conferida pela 1 ª parte do n º 2 do artigo 109 º da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte:
Artigo 1 º. É criado o Centro de Instrução de Operações Especiais (C.I.O.E.), com a missão de:
a)    Instruir os quadros do Exército nas várias modalidades de «operações especiais»;
b)    Realizar estágios de subunidades, tendo em vista aperfeiçoar a sua actuação numa ou mais modalidades destas operações;
c)    Levar a efeito estudos que, de qualquer modo, possam contribuir para melhorar a eficiência das Forças Armadas, no que diz respeito à sua actuação em «operações especiais», designadamente nas de maior interesse para a defesa do território nacional.
Art. 2 º O C.I.O.E. fica aquartelado em Lamego, nas actuais instalações do regimento de infantaria n º 9.
…………………………………………………………………………...”

A cidade de Lamego é escolhida para sede da nova unidade do Exército, depois de analisadas todas as hipóteses admitidas, por se concluir que a região onde se insere reúne um conjunto de factores geográficos e demográficos que a tornam particularmente recomendada para as características do novo tipo de instrução que se pretende incrementar, designadamente: isolamento, disponibilidade de uma vasta área utilizável para exercícios de campo, rigor do clima, orografia variada e dificuldade do terreno, diversidade da cobertura vegetal, hidrografia e proximidade de rios de caudal variável, reduzida densidade populacional associada a pequenos e dispersos aglomerados humanos em locais ermos. As outras hipóteses consideradas foram Covilhã, Lagos e Guarda. O subsecretário de Estado do Exército na altura é o tenente-coronel Francisco da Costa Gomes. 
A primeira proposta fora no sentido de instalar o CIOE no Batalhão de Caçadores   N º 5 (BC 5), em Lisboa, com a designação de Centro de Instrução das Tropas de Assalto. Mas esta unidade ficará reservada para a missão de selecção, organização e preparação inicial das companhias, seguindo estas depois para Lamego para a fase da instrução complementar especial.
 
Assim nasce a única unidade militar do Exército Português, durante todo o período da guerra colonial, primariamente vocacionada para a elaboração da doutrina e para o treino de forças e graduados para operações especiais de contra-insurreição, contra-subversão ou contraguerrilha nos territórios portugueses em África. Os manuais militares passarão a designar globalmente estas operações por “operações irregulares ou não convencionais”.

2. A FORMAÇÃO DAS PRIMEIRAS COMPANHIAS DE CAÇADORES ESPECIAIS E COMPANHIAS DE COMANDOS.

Companhias de Caçadores Especiais

As Companhias de Caçadores Especiais constituem as primeiras unidades instruídas e organizadas pelo CIOE.
Vindas do BC 5, chegam a Lamego, a 27 de Abril de 1960, as primeiras tropas destinadas à frequência da instrução complementar de contraguerrilha e à formação das primeiras Companhias de Caçadores Especiais (CCE). A cidade recebe-as em festa. A 6 de Junho, terminada a instrução e envergando pela primeira vez uniformes de combate camuflado, juram bandeira e recebem as boinas castanhas, símbolo das novas tropas especiais. No dia seguinte regressam ao BC 5 e, em 10 de Junho, embarcam para Angola (CCE N º 61, 62 e 63) e Moçambique (CCE N º 64). 
Nos termos da directiva de 22 de Abril de 1959, as Companhias de Caçadores Especiais são “Unidades terrestres que pela sua organização, apetrechamento e preparação, possam ser empregues sem perda de tempo na execução de operações de tipo especial: operações de segurança interna, de contra-subversão e de contraguerrilha”.
Quando, em 16 de Março de 1961, eclode a luta armada em Angola, as CCE N º 61, 62 e 63, e uma Companhia de Polícia do Exército, são as únicas unidades de combate metropolitanas presentes naquele território. Neste mesmo ano de 1961 são ainda apressadamente instruídas no CIOE mais quatro Companhias de Caçadores Especiais (CCE N º 74, 78, 79 e 80), precisamente as últimas formadas integralmente naquele Centro, as quais de seguida embarcam rapidamente para a Guiné (CCE N º 74), Angola (CCE N º 78) e Moçambique (CCE N º 79 e 80). Nestes territórios, todas estas unidades actuam como forças de intervenção directamente subordinadas aos respectivos Comandos-Chefes.
 
Mas o alastramento da luta armada naquelas três colónias impõe uma crescente necessidade de unidades militares, obrigando à alteração do conceito de formação daquelas companhias. Por outro lado, as chefias militares são pouco favoráveis à criação de forças especiais. A solução encontrada é a generalização da preparação e treino dos Caçadores Especiais a todas as Companhias de Caçadores. O CIOE passa, então, a ser um centro de formação de graduados dos quadros permanentes (capitães e subalternos), os quais, terminados os cursos, organizam e treinam as Companhias de Caçadores Especiais nas respectivas unidades territoriais mobilizadoras. Assim se constituem, nos anos de 1961 e 1962, mais vinte e cinco CCE. [2]
De então em diante, o CIOE começa a especializar-se como escola de formação de graduados para as operações de contra-subversão, contraguerrilha ou contra-insurreição nas colónias portuguesas em África.

Companhias de Comandos

As condições excepcionalmente favoráveis para o treino de operações irregulares e a experiência entretanto recolhida levaram a que o CIOE tenha igualmente sido escolhido para nele serem também treinadas algumas Companhias de Comandos.
Os primeiros grupos de “Comandos” nascem em Angola, dando origem, em 1965, à criação do Centro de Instrução de Comandos (CIC) em Luanda [3]. Mas a crescente necessidade deste tipo de especial de forças obriga a que ao CIOE seja transitoriamente também atribuída missão de as instruir. 
Durante todo o período da guerra colonial passaram pelo CIOE um total de vinte Companhias de Comandos, doze das quais receberam nele toda a instrução complementar, e as restantes oito apenas permanecido num curto período de tempo para organização inicial [4].  Com o agravamento da guerra, e a exemplo de Angola, também Moçambique e a Guiné passam a dispor dos seus próprios Centro de Instrução de Comandos

3. OS «RANGERS»

Em 1962 o Estado-Maior do Exército decide enviar o capitão Rodolfo Bacelar Begonha frequentar o curso «Ranger» nos EUA. Depois de regressar a Portugal, o capitão Begonha recebe a missão de organizar um curso similar no CIOE. Terminada a guerra na Argélia (3 de Julho de 1962), o Vietnam é agora o laboratório militar da guerra de contraguerrilha. As afinidades das características do terreno, vegetação e população com as de Angola, Guiné e Moçambique justificam também a preferência pela experiência dos militares americanos no Vietnam.

Em 29 de Abril de 1963 inicia-se no CIOE o primeiro dos cursos de “Instrutores e Monitores de Operações Especiais (tipo ranger)”. Daqui deriva o nome de «Rangers» porque passam a ser conhecidos daí em diante os militares de “Operações Especiais”. Entretanto, outros oficiais são nomeados para frequentar nos EUA o curso de «Rangers», designadamente os capitães Fernando Augusto Gomes, Henrique de Carvalho Morais e António Dinis Delgado da Fonseca.

Os cursos de Operações Especiais mantêm-se continuamente no CIOE até ao final da guerra colonial. Até 1968, são frequentados sobretudo pelos futuros alferes e sargentos milicianos (aspirantes a oficial e cabos milicianos durante os cursos), como especialidade complementar, e, a partir do início daquele ano, por instruendos dos Cursos de Oficiais e Sargentos Milicianos (COM/CSM), como especialidade base, primeiramente apenas durante o 2 º ciclo de instrução e, posteriormente, nos dois ciclos de instrução.

A instrução privilegia o conhecimento das técnicas de “infiltração profunda, orientação, ocultação, combate e sobrevivência de pequenos grupos de combate, com vista a detectar, surpreender e destruir objectivos rebeldes” .[5] O programa contempla diversas matérias, nomeadamente: preparação psicológica, treino físico, navegação fluvial, técnicas expeditas de travessia de cursos de água, tiro instintivo e manuseamento de engenhos explosivos. A ênfase é colocada no planeamento táctico, organização e conduta de patrulhas de longo raio de acção, montagem de emboscadas e execução de golpes de mão sobre objectivos sensíveis. A preparação psicológica e o treino físico visam sobretudo o desenvolvimento da capacidade de resistência em esforços violentos e prolongados e em condições particularmente adversas. Toda a instrução é conduzida com características próximas da realidade e em condições de dureza, incomodidade, fadiga, sobressalto, imprevisibilidade, irregularidade de horário, prontidão permanente e rigorosa disciplina [6].

Os graduados habilitados com o curso de “Operações Especiais” são posteriormente atribuídos às unidades mobilizadas, em regra um oficial e um sargento por cada companhia operacional. Têm por missão a organização, a instrução e o comando de grupos especiais para a execução de acções de maior delicadeza e risco nos territórios onde vão actuar. 



Ao contrário do que acontecera com as Companhias de Caçadores Especiais e do que sucede com as Companhias de Comandos, Batalhões e Companhias de Pára-quedistas e Destacamentos de Fuzileiros, ou com as unidades regulares, os militares de Operações Especiais não formam unidades de organização fixa; actuam normalmente em grupos especiais, de efectivo reduzido e composição variável, com base em pessoal seleccionado de acordo com a missão específica a executar e as aptidões técnicas e físicas exigíveis. Alguns deles, todavia, não respeitam esta regra geral, como acontece com os Grupos Especiais formados com base em militares do recrutamento africano, conhecidos por “GEs”, particularmente adaptados à contraguerrilha pelo conhecimento que têm do meio.

A dispersão dos militares de Operações Especiais pela generalidade das companhias e batalhões operacionais em todos os territórios coloniais, a natureza delicada e, por vezes, o secretismo das acções que realizam, associadas à discrição de comportamento que lhes é exigido, tornam-nos pouco conhecidos, mesmo quando morrem em operações. As várias histórias da guerra colonial pouco falam deles. O CIOE tem procurado fazer o levantamento dos militares de Operações Especiais mortos em combate nas três frentes de guerra. Até ao momento, tem identificados 1 capitão e 1 sargento dos quadros permanentes e 30 oficiais, 28 sargentos e 1 primeiro-cabo milicianos, não contabilizando as baixas ocorridas nas CCE.

4. OUTROS CURSOS

Além da formação destes especialistas em operações de contraguerrilha, que constitui a missão primária do CIOE, a unidade ministra ainda instrução especial, de duração reduzida (simples estágios) a oficiais e sargentos milicianos destinados aos pelotões de reconhecimento e informação e de defesa imediata atribuídos aos comandos de batalhão e agrupamento mobilizados. Igualmente, a quase totalidade dos comandantes destes batalhões e agrupamentos e respectivos oficiais de operações frequenta no CIOE cursos de “contra-subversão”, também conhecidos por “contra-insurreição”.

Ao longo dos treze anos de funcionamento do curso de Operações Especiais, estima-se que tenham sido instruídos no CIOE cerca de doze mil oficiais e sargentos «Rangers», na sua grande maioria milicianos.

Em conclusão, ao longo de todo o período da guerra colonial, o CIOE afirma-se como a autêntica “Escola Prática da Contraguerrilha Portuguesa em África”.

5. EXTINÇÃO E REORGANIZAÇÃO

Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974 e do fim da guerra colonial, o CIOE é extinto em 31 de Julho de 1975, nos termos do Despacho n º 37/REO, de 14 de Julho de 1975, do Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), sendo criada nas suas instalações a Escola de Formação de Sargentos.

Em 01 de Fevereiro de 1981, nos termos do Despacho 101/REO de 22 de Janeiro de 1981, do Chefe do Estado-Maior do Exército, e no âmbito das novas missões das Forças Armadas, o CIOE é reactivado em Lamego. Para além da instrução de graduados, recebe agora também a missão de preparar forças de Operações Especiais com elevado grau de prontidão, intervenção e autonomia, visando o seu emprego prioritário em todo o tipo de acções de grande dificuldade e risco e no âmbito das Operações Não Convencionais, no quadro Nacional, da NATO ou da UE.

Em 1 de Julho de 2006, no âmbito de nova reorganização do Exército, o CIOE passa a designar-se por Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE) e a integrar a Brigada de Reacção Rápida.
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Bibliografia:

António José dos Santos Silva, “CIOE – Da Guerra do Ultramar aos Dias de Hoje”, Nova Arrancada – Sociedade Editora, SA, Lisboa, 2002.
Artigos diversos publicados na revista “Ponto de Reunião”, 1993, 1994.
Artigos diversos publicados pelo jornal “Ranger”, órgão de comunicação social da
Associação de Militares de Operações Especiais.
Documentos de arquivo do CIOE.

[1] António José dos Santos Silva, “CIOE – Da Guerra do Ultramar aos Dias de Hoje”, Nova  Arrancada – Sociedade Editora, SA, Lisboa, 2002, p. 43.
[2] Para mais pormenores, consultar a obra de António José dos Santos Silva, “CIOE – Da Guerra do Ultramar aos Dias de Hoje”, Nova Arrancada – Sociedade Editora, SA, Lisboa, 2002, p. 52.
[3]  Decreto-Lei n º 46410, Diário do Governo n º 142, 1 ª Série, de 29 de Junho de 1965.
[4]  Para mais informação ver a obra citada de António José dos Santos Silva, p. 56 e 57.
[5] Segundo texto de apoio à instrução.
[6] Idem.

Nota em 2012: Escrito em 2010, por Augusto Monteiro Valente com o pseudónimo de Carlos Dias de Sousa, para publicar a página WEB do CD25A.

M140 - RANGERS dos U.S.A. em acção: "O resgate do Soldado Ryan"


Os RANGERS norte-americanos superiormente comandados pelo Capitão John Miller, em plena e heróica acção numa história dramática e excepcional, passada durante o dia D (ver M136) e dias seguintes, na aguerrida e mortífera 2ª Guerra Mundial.
O produtor cinematográfico Steven Spielberg teve a genial ideia de refazer em filme os factos então vividos, e relatados por um dos poucos sobreviventes da operação levada a efeito para lhe salvar a vida, que é senão o homem que deu o seu nome ao título do filme - Soldado Ryan.
Uma vez que encontrei descrições fiéis e soberbas da idealização e construção do filme em Webcine e Wikipédia, reproduzo com os devidos agradecimentos as referidas descrições:

O Resgate do Soldado Ryan
(Webcine)
Sinopse: Dia 6 de Junho de 1944, o famoso "Dia D", o Capitão John Miller (Tom Hanks) tem a missão de desembarcar na praia de Omaha e livrá-la dos alemães, para que as tropas aliadas possam usá-la como ponto de entrada para a guerra. Depois de muitas mortes, John Miller consegue tomá-la, mas não sem perder quase todo o seu pelotão, do qual só lhe restaram seis soldados : Soldado Reibben (Edward Burns), Sargento Horvath (Tom Sizemore), Soldado Caparzo (Vin Diesesl), Soldado Mellish (Adam Goldberg), Soldado Jackson (Barry Pepper) e Médico Wade (Giovanni Ribisi).
Ao mesmo tempo nos EUA – Uma secretária percebe nos papéis de baixas de guerra que o sobrenome Ryan se repetia 3 vezes, logo encaminhou a papelada ao Chefe deo Estado Maior, este lendo uma carta de Abrahan Lincon diz que vai salvar o quarto membro da família, e trazê-lo de volta, mesmo sem saber se este ainda está vivo.
A missão é entregue ao Capitão John Miller, que teria como recompensa se conseguissem resgatar o Soldado James Ryan (Matt Damon), ele e o seu pelotão, ganhar o direito de retornar à casa. Para isso Capitão John Miller recruta o Cabo Upham (Jeremy Davies), pois este era um ótimo tradutor, embora sem experiência em combate.
No caminho o pelotão começa a questionar se é justo arriscar oito vidas, para salvar apenas uma, ao que o Cap. Miller diz, que se fosse preciso isso para voltar para casa, ele o faria.
De cidade em cidade o pelotão vai passando e procurando Ryan, sem muita sorte, durante o caminho, acontecem baixas, o Soldado Carpazo e o Médico Wade morrem em lutas, essas baixas levam o pelotão a brigar entre si questionando-o se é justo o preço de uma vida.

Dias depois o pelotão encontra-se com Ryan, ele estava defendendo uma ponte (coisa preciosa numa guerra), o Capitão John Miller dá-lhe a notícia de que Ryan já perdera os 3 irmãos na guerra, e que lhe foi incubida a missão de levá-lo para casa vivo. Ryan não aceita e diz que quer continuar junto dos seus camaradas.
Depois de muito se discutir, o Capitão John Miller decide que o pelotão dele vai unir-se a outro, para emboscar os alemães que se aproximavam, o único problema é que eles contavam com pouca artilharia pesada e os inimigos, que se aproximavam, pareciam vir munidos de tanques.
Então começa a corrida contra o tempo, a única vantagem que Miller e seu pelotão têm, é de estarem no meio de uma cidade em ruínas, ele decide aproveitar essa vantagem e armar armadilhas, preparando assim uma emboscada para os alemães que se aproximavam.
Depois de armadas as armadilhas e com todos a postos, Jackson dá sinais do alto da torre, eles são em 30 a 50 e ainda dois tanques, nesse momento todos se desesperam, mas nada de desistir, todos vão para os seus lugares e a batalha começa, muitos alemães tombam perante a emboscada armada por Miller.
Mas os que sobram ainda são muito e com poder de fogo mais alto, uma MD-11 aparece no meio dos alemães e faz a diferença, Miller e seus soldados começam a recuar, Jackson morre, depois Mellish morre também e Upham com medo não fez nada para ajudá-lo. Em seguida quem tomba é o sargento Horvart, recuados para o outro lado da ponte, para que essa seja explodida Miller é baleado e não consegue detonar a ponte. Um tanque vem em sua direção, ele vai ser atropelado, quando do céu surgem bombardeiros americanos que vêm em seu resgate, logo tudo é resolvido. Mas a que preço?
Prêmios:
Óscar: Vencedor dos Prêmios de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Montagem de Efeitos Sonoros.
Indicado aos Prêmios de Melhor Filme, Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem, Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora de Drama.
Globo de Ouro: Vencedor dos Prêmios de Melhor Filme em Drama e Melhor Diretor - Indicado aos Prêmios de Melhor Ator em Drama (Tom Hanks), Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro.
Grammy: Vencedor do Prêmio de Melhor Composição Instrumental feita para Cinema.
Dados recolhidos in site Webcine: http://www.webcine.com.br/filmessi/ryan.htm
O Resgate do Soldado Ryan
(Wikipédia)
O Resgate do Soldado Ryan é um filme norte-americano de 1998 da Paramount Pictures, dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Hanks no papel do capitão John Miller e Matt Damon no de soldado Ryan. Tornou-se muito falado pelas suas realistas cenas de batalha e foi inspirado numa história real.
Recebeu cinco Óscars e um Globo de Ouro. Faturou US$ 479 milhões e é uma das 50 maiores receitas de bilheteira de sempre.
A história desenrola-se durante a Segunda Guerra Mundial, começando com o desembarque das forças aliadas na Normandia no Dia D, na Praia de Omaha.

Após o ataque, descobre-se que três irmãos de Ryan morreram em combate. Ao capitão John Miller (Tom Hanks) e seus homens é designada a missão de resgatar o último filho de uma mãe destroçada, James Francis Ryan, que era parte do pelotão de paraquedistas que caiu no lugar errado, podendo estar em qualquer lugar da França. O soldado Ryan (Matt Damon) pertencia à 101ª Company do 506º Regiment.
Era um airborne, ou seja um paraquedista altamente treinado para combater, mas acima de tudo para defender pontos e objetivos estratégicos, como pontes, estradas, vilas e aldeias. A 101ª Airborne Company desempenhou um papel muito importante durante a invasão da Normandia, porque foram lançados por detrás das linhas inimigas, e conseguiram reter o avanço alemão que se dirigia para as praias. Combateram também em dezembro de 1944 nas Ardenas.
© As imagens são propriedade dos seus respectivos produtores.

domingo, 16 de agosto de 2009

M139 - Os Rangers americanos

Os Rangers americanos

A presença de Rangers americanos em território afegão foi confirmada a 20.10.2001 pelo general Richard Myers, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA.

Apenas foi divulgada até ao momento uma operação envolvendo estas forças: um ataque simultâneo a "um aeroporto no Sul do Afeganistão" e a outro objectivo "perto de Kandahar" que foi identificado como "um centro de comando e controlo taliban", "de grandes proporções", que é "um dos locais onde o mullah Omar vive". O Pentágono divulgou vídeos desta operação, alguns deles filmados através de um sistema de visão nocturna, que mostram as tropas a preparar-se para o embarque, o embarque e lançamento de pára-quedas e, depois, já no interior do complexo.

Conhecidos também pela designação de Boinas Pretas ou "Black Berets" (ainda que o Pentágono queira alargar o uso da boina preta a todo o exército, o que está a dar origem a uma onda de contestação), estes soldados orgulham-se de ser, nas suas próprias palavras, "a melhor unidade de infantaria do mundo".

O que fazem os Rangers? Em princípio, qualquer acção militar de infantaria que apresente uma particular dificuldade, aquilo a que os militares chamam "acção directa". As operações típicas incluem raids para conquistar instalações de grande importância estratégica (um aeroporto, por exemplo) através de ataques nocturnos de surpresa, acções de reconhecimento em áreas perigosas, infiltração em território inimigo (através de terra, mar ou ar), preparação de emboscadas, etc.

Os Rangers são uma unidade de infantaria ligeira, de grande mobilidade, mas que possuem limitações: a sua capacidade de fogo é relativamente limitada (nomeadamente contra blindados) e, em certas operações, precisam de fogo de apoio, que tem de ser fornecido por helicópteros de assalto ou aviões como os AC-130. Por outro lado, os soldados só transportam mantimentos para cinco dias.

As suas armas são canhões anti-tanque de 84 mm, morteiros de 60 mm, metralhadoras pesadas e ligeiras, lançadores de granadas e espingardas de precisão.

Os veículos de eleição dos Rangers são Land Rovers transformados (e eriçados de metralhadoras, à Mad Max) e motas de 250 cc.

Existe um único regimento de Rangers nos EUA (o 75th Ranger Regiment), que está dividido em três batalhões, cada um com 580 elementos, instalados em três regiões distintas (Hunter Army Airfield e Fort Benning, na Georgia; e Fort Lewis, em Washington). Cada batalhão possui três companhias, de 152 Rangers cada uma, e inclui atiradores de precisão ("snipers"). É possível que seja uma destas companhias que se encontra de momento no Afeganistão.

Os batalhões de Rangers estão preparados para partir em missão para qualquer ponto do mundo com um pré-aviso de 18 horas e uma companhia deve estar sempre de prevenção e pronta para entrar em acção no espaço de 9 horas. As missões dos Rangers tanto podem ser levadas a cabo a partir do território dos EUA, como a partir de uma base intermédia.

Os Rangers estiveram entre as primeiras forças a participar na invasão de Granada (Operação Urgent Fury), em Outubro de 1983, tendo na ocasião sido largados de pára-quedas; participaram na Operação Just Cause, no Panamá, em 1989; na Operação Desert Storm, em 1991; na Somália em 1993.

Antes de poder integrar o Regimento de Rangers dos EUA um soldado tem de se voluntariar por três vezes: da primeira vez para o Exército, da segunda vez para a Escola de Pára-Quedismo e só à terceira ganha o direito a candidatar-se aos Rangers.

Os Rangers orgulham-se da rudeza da sua formação, que dizem ser "extremamente árdua".

No sítio Internet da associação dos elementos do 75th Ranger Regiment avisa-se que "não é invulgar que ocorram mortes [durante o treino] devido à realização de exercícios com fogo real e às extremas condições ambientais usadas para reproduzir as violentas condições da guerra".