quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

M603 - CORAGEM OU O QUÊ?

 CORAGEM OU O QUÊ?

É controverso o tema da coragem. Há uns dias atrás li num dos blogues um artista qualquer dizer que andou numa guerra injusta, referindo-se à Guerra do UIltramar. Injusta? Perguntei eu... Porquê há alguma guerra justa? Muitos esquecem, ou pior nunca souberam por burrice ou desinformação, que a guerra do Ultramar não foi um conflito criado por Salazar e Caetano, que arranjaram em África uns pedaços de terra onde os portuguesinhos foram obrigados a dar uns tiritos nos pretitos e vice-versa! Diz a História de Portugal que no tempo em que os lusos eram um povo destemido, aventureiro e tinham tomates se meteram em caravelas, tal como outros países da Europa, e partiram mares desconhecidos fora à descoberta de novos povos... novos mundos... etc. É bom que mais saibam tais leigos, que se foi constituindo então, um tremendo legado - a tal ponto de grandeza que os portugueses dividiram com a Espanha o mundo ao meio. Foi o património criado em mais de 500 anos de lutas ferozes com muito sangue e mortos à mistura, que foi deixado a sucessivas gerações, com mais ou menos problemas, agravados sobremodo nos anos 60, com o rebentar de conflitos em Angola, Moçambique e Guiné. Que fazer aí? O que eu penso aqui, é que os portugueses, com maior ou menor valentia, 10 mil mortos incluídos (dos quais apenas morreram em combate cerca de 3.000 - lamentavelmente como é óbvio), conseguiram aguentar 13 anos de guerra, que deviam ter sido aproveitados para ser encontrada uma solução política para cada caso. Dizem os entendidos, que havia medo de ao negociar-se numa das frentes da guerra, Portugal corria o risco de perder o domínio dos factos e perder uma das ex-províncias ultramarinas! Não sei! Sei sim que as perdemos todas - excepto as ilhas adjacentes claro! Consequências... andamos aqui de mão entendida à esmola europeia... em queda económica profunda e sem futuro à vista... e ainda estamos no início! Pagar 800 mil milhões de euros de dívida, com 7 e 7.5 % de Juros anuais (qualquer coisa como 15 mil milhões de euros)... esqueçam Portugal! 



quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

M602 - 32ª Festa Anual 2009 da Associação de Operações Especiais

32ª Confraternização Anual - 2009 -, da A.O.E. (Associação de Operações Especiais)  

Eu venho para cá... e tu vais para lá?



Eu venho para cá... e tu vais para lá? ~

Não faz mal:

- Eu vou pelo meio...

Diz o Corticinho (à direita)



sábado, 28 de novembro de 2020

M601 - No Brasil, vejam como se forma o BOPE


Brasil - BOPE para o combate à delinquência perigosa

BOPE (Batalhão de Operações Especiais)

O Brasil, como todos os grandes países, tem os seus graves problemas com a bandidagem sem escrúpulos, muitas vezes bem organizada e quase sempre de alto grau de perigosidade.
É lixo sub-humano cada vez mais ousado e, amiudemente bem armado.
Muitas vezes com o beneplácito das leis, juízes e tribunais desta super-permissiva e indiferente democracia, apoiados por gajos de grupelhozecos que dizem falar em defesa dos direitos do homem, e que nunca falam dos deveres desse mesmo homem, movidos por interesses estranhos, tacanhos e obscuros, que se preocupam com os direitos dos bandidos e NADA ligam às martirizadas, desgraçadas e traumatizadas vítimas.
Para o combate à este tipo de energúmenos, que não tem juízo, não quer ter uma vida honesta e só gosta de viver à margem das leis, tem que haver autoridades bem treinadas, armadas e prontas para tudo.
Assim, hajam políticos governantes que apoiem e acarinhem estes Homens, nos seus momentos de intervenção.

Este vídeo foi partilhado do youtube, a quem deixamos o nosso melhor agradecimento pela coragem de nos reportar um trecho da complicada vida de uma tropa de elite que corre muitas vezes sérios riscos de vida.

Uma vénia em sua honra.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

M600 - Austrália descoberta por portugueses em 1522

 Austrália descoberta por portugueses em 1522

AUSTRÁLIA DESCOBERTA POR NAVEGADORES PORTUGUESES
Segundo a agência de notícias Reuters, foi encontrado um novo mapa que prova que não foram os ingleses nem holandeses que descobriram a Austrália... Mas antes navegadores portugueses!
Este mapa do século XVI, com referências e informação pertinente escrito em português, foi encontrado numa biblioteca de Los Angeles e prova que foram navegadores portugueses os primeiros europeus a descobrir a Austrália.
O mapa assinala com detalhe e acuidade, várias referências da costa Este Australiana, tudo relatado em português, provando que foi a frota de quatro barcos liderada pelo explorador «Cristóvão de Mendonça» quem efectivamente descobriu a Austrália no longínquo ano de 1522.
Desta forma, os factos são agora invertidos, pois foi o navegador português a fazer tão importante descoberta, cerca de 250 anos antes do Capitão James Cook a ter reclamado junto da coroa inglesa, em 1770.
Na altura a descoberta de Cristóvão de Mendonça, agora suportada por um rol de historiadores, graças aos vários descobrimentos lusos que ocorreram ao longo das costas Neozelandesa e Australiana durante o século XVI, foi mantida em segredo como forma de prevenir e impedir que outras potências europeias alcançassem e se apoderassem deste novo e fantástico pedaço de terra.
O que pode significar esta nova descoberta?
Muita coisa... Mas acima de tudo, prova que os aborígenes australianos e os portugueses têm muito em comum - uma paixão feroz pelo Oceano.
Recordemos que os aborígenes da Austrália descendem de emigrantes africanos que povoaram a Ásia há 60 mil anos, cruzando o mar utilizando canoas e toscas embarcações. Gente que demonstrou muita coragem ao enfrentar o imenso desconhecido, uma similitude com os navegadores portugueses.
Adenda: por Herminius Lusitano
O livro com o título; PARA ALÉM DO CAPRICÓRNIO da autoria de Peter Trickett, jornalista australiano e repórter de investigação especializado em temas de ciência e história que li em dois dias tão grande foi o interesse que me despertou - recomendo a leitura do mesmo - pois o autor explica de uma maneira muito simples, vários achados e danças cerimoniais que estão enraizadas nos aborígenes, que provam a passagem do Capitão Cristóvão de Mendonça que cartografou a costa da Austrália.
Nesses achados consta um canhão encontrado em local sagrado aborígene em Carronade Island, na costa de Kimberley, que é comparado a uma réplica de um canhão Português do Século XVI (o livro mostra as fotos e são mesmo idênticos). Foi encontrado também um pote de cerâmica de estilo Português (também há foto do pote) pescado do leito do oceano ao largo de Gabo Island, e datado cientificamente como sendo do ano 1.500 que provavelmente conteria vinho ou azeitonas.
Encontrados também artefactos de pesca numa praia de Fraser Island, Queensland, contendo um peso de chumbo que foi datado cientificamente como sendo de cerca de 1.500 e o chumbo
identificado como sendo originário de uma mina de Portugal ou no sul de França. Os nomes "aportuguesados" que Cristóvão Mendonça deu a vários pontos da costa, explicados e traduzidos pelo autor do livro é fascinante. Até a fisionomia de alguns aborígenes, com alguns traços europeus, são por ele explicadas.
Já em 1512, um dos barcos de uma pequena armada de António Abreu, teria navegado por aqueles mares da costa Australiana, mas disso sabe-se pouco, até porque com medo da cobiça, os nossos
Reis impunham segredo.

domingo, 22 de novembro de 2020

M599 - O “GOLPE DE MÃO” QUE PODERIA TER ACABADO COM A GUERRA NA GUINÉ

  

O “GOLPE DE MÃO” QUE PODERIA TER ACABADO COM A GUERRA NA GUINÉ

22/11/20

“Porque não foi também condecorado o capitão-

de - fragata Guilherme de Alpoim Calvão? A razão é

simples, o capitão – de – fragata Alpoim Calvão, de-

signado para assumir o comando do desembarque,

foi abatido em Conakry, na noite se 22 para 23 de

Novembro, logo no início dos combates, quando se

dirigia o assalto à sede do PAIGC. Lembramos, aliás,

que o comando supremo da operação, instalado nos

navios que ficaram ao largo de Conakry, possível –

mente o comodoro Costa e Silva à cabeça, deu ime –

diatamente ordem através de walkie-talkies para

que o corpo do capitão Calvão fosse, a todo o custo,

retirado para os navios. O registo desta conversação

radiofónica, gravada pelos serviços do PAIGC, foi a-

presentado e reconhecido como prova à comissão

de Rádio Portugal Livre informou também. Estes

são os factos. Eles são elementos irrefutáveis para a

história da vergonhosa invasão da República da

Guiné”.

Rádio Portugal Livre, emissão de 23 de Janeiro de 1971.1

Voz camarada e amiga lembrou-me que hoje perfaziam 50 anos que as Forças

Armadas Portuguesas (FA) efectuaram um “raid” sobre Conakri, capital da República da Guiné

Por este comunicado eivado de mentiras, se pode ver como era objectiva e “patriótica” a actuação da

dita “Oposição Democrática” e “Comunista”, durante as últimas campanhas de soberania travadas entre

1961 e 74, em África...

Em 10 de Dezembro de 1970, a Comissão de Reorganização da Frente Patriótica de Libertação Nacional

(também conhecida por “Bando de Argel”), a que aquela rádio pertencia, tinha feito um comunicado

soez, intitulado “Provas Irrefutáveis da agressão do colonialismo português à República Democrática da

Guiné.

– com aquele termo apenso, presumo para se diferenciar da Guiné Portuguesa mais tarde

Guiné – Bissau. Como o tempo voa!

Eram cerca da 01:40 da madrugada de um domingo (22/11/70), quando as primeiras tropas

do Exército e da Marinha (cerca de 300 homens) (a Força Aérea estava de alerta para

apoiar/retaliar, se necessário e atacar 19 objectivos no dia seguinte), a maioria constituída por

militares do recrutamento da então Província, desembarcaram na capital da ex- colónia

francesa, cujo território e governo eram a principal base de apoio do PAIGC – Partido para a

Independência da Guiné e Cabo Verde – organização política que combatia a presença política

de Portugal em África e pretendia negar a condição de portugueses, aos habitantes dos dois

territórios.

Esta operação militar, que foi a mais audaciosa em todo o conflito que enfrentámos em três

teatros de operações distintos e, eventualmente, desde que Afonso Henriques individualizou o

Condado, tinha um objectivo principal e vários secundários.

O objectivo primeiro era o de eliminar o Presidente Sekou Touré, o sanguinário ditador

comunista que dominava com mão de ferro, a população do território, e substituí-lo e aos seus

sequazes no Poder, por elementos da oposição, a FNLG, conhecida por “FRONT”. Para tal

treinámos e equipámos cerca de 200 elementos dessa organização na ilha de Soga, no

Arquipélago dos Bijagós, transportando-os para Conakri na data da operação, a fim de

cumprirem as suas tarefas.

Para o bom sucesso do golpe entendeu-se necessário destruir os aviões Mig 17, da Força

Aérea da Guiné - Conakry, que se pensava estarem estacionadas no aeroporto da cidade e a

ocupação da estação rádio local (bem como a destruição da central eléctrica, o que sucedeu).

Atacaram-se também com sucesso duas ou três unidades do Exército e da “Gendarmerie”.

Atacou-se ainda o Quartel- General do PAIGC que foi destruído, e mortos alguns elementos.

Amílcar Cabral, que também era visado, estava ausente da cidade, informação que se

desconhecia.

Cumulativamente pretendia-se destruir as sete lanchas rápidas da classe “Komar”,

fornecidas pela URSS, e que constituíam uma forte ameaça para as nossas forças e, ainda,

libertar os 26 militares portugueses que estavam prisioneiros do PAIGC, entre os quais se

encontrava o sargento António Lobato, que espiava tal pena (apesar de ter tentado fugir duas

vezes) há sete anos e meio. E que ainda não fora libertado – apesar de para tal ter sido

“subornado”- por se ter mantido fiel ao Juramento de Bandeira, que todos os militares

portugueses naturalmente faziam.

O principal objectivo da operação, que foi preparada no maior sigilo, durante meses, falhou,

pois o grupo de combate do 2o tenente Benjamim Abreu, destruiu a residência de Sekou Touré

e tudo o que mexia, mas este não se encontrava lá, adiando-se assim a justiça divina.

O mesmo já não aconteceu a umas poucas centenas de elementos da sua Guarda pessoal

que foram despachados directamente para o inferno.

O que correu pior foi a deserção de um pelotão de comandos africanos por acção, do

tenente Januário (que tinha um irmão no PAIGC e não concordara com a acção; um assunto

ainda não completamente esclarecido). Este grupo ficou em Conakri e acabou fuzilado

sumariamente.

O comandante do Grupo de combate, em que estava incluído o tenente Januário, capitão

paraquedista Lopes Morais, prosseguiu com os efectivos que lhe restavam, para o aeroporto

só para constatar que os “MIGs” não estavam lá, tendo sido removidos uns dias antes para

uma base a norte; seguiu para o local da recolha e reembarcou.

O terceiro objectivo que não foi alcançado e tal também comprometeu a jornada, foi a

tomada da rádio. O comandante do pelotão para lá destacado, tenente Jamanca, homem que

já tinha mostrado o seu valor em combate, não conseguiu por razões várias cumprir a missão

que lhe tinha sido confiada e a rádio continuou a emitir.

O destacamento encarregue de destruir as lanchas rápidas, comandado pelo 2o tenente

Rebordão de Brito, cumpriu o seu objectivo: todas as lanchas foram destruídas com uma

quantidade generosa de granadas e cerca de 15 a 20 elementos das guarnições presentes

foram abatidos.

Finalmente a prisão onde se encontravam os prisioneiros portugueses foi assaltada e

tomada, libertos todos os militares que lá estavam e postos rapidamente a salvo.

Com o nascer do sol a força portuguesa, que era transportada em duas lanchas de

desembarque grande (LDG) e quatro lanchas de fiscalização grande (LFG), levantou ferro, rumo

a Bissau. A celeridade com que o fez teve a ver, principalmente, com a possível ameaça aérea

que os MIG podiam representar.

Os elementos do “FRONT” ficaram em terra, mas não conseguiram os apoios com que

contavam e acabaram presos e mortos.

Se tal não tivesse acontecido a guerra na Guiné tinha grandes hipóteses de acelerar a

vitória portuguesa, pois tal iria limitar grandemente a capacidade do PAIGC em prosseguir a

luta, até porque o Senegal de Senghor nunca foi verdadeiramente inimigo dos portugueses.

Tinha era que ceder nas aparências e fazer em parte o jogo da OUA e da gritaria do bloco afro-

asiático (comunista) da ONU, contra Portugal.

A não concretização do principal objectivo fez o Governo de Lisboa sofrer vários ataques

políticos e diplomáticos, nada a que já não estivesse habituado, mas fez a URSS ganhar uma

base naval em Conakry, o que seguramente não foi do agrado da NATO.

A principal razão da falta de êxito nalguns dos objectivos prende-se com deficiências nos

serviços de informações, um calcanhar de Aquiles recorrente na nossa organização militar. De

facto os meios e organização/articulação, dos meios militares e da PIDE/DGS, eram muito

limitados.

Calcula-se que tenham sido causados cerca de 500 mortos nas forças de Sekou Touré,

havendo a lamentar dois mortos, dois feridos graves e dois ligeiros, nas forças nacionais, além

da perda dos homens que acompanharam o tenente Januário, um revês duro de digerir.

Mas só pela libertação dos 28 compatriotas prisioneiros, a “Mar Verde” (assim se chamou a

operação), preparada e comandada pelo então Capitão Tenente Alpoim Calvão – um militar

português da fibra de um Duarte Pacheco Pereira – já valeu a pena e se justificou. Sobretudo

pela recuperação do Sargento Piloto Lobato, um verdadeiro herói nacional, ainda hoje não

devidamente reconhecido como tal. O que é lamentável.

Algumas mentes envilecidas, defendem que a operação deve ser considerada, á luz do

Direito Internacional, como ilegal. Estão enganados (porque lhes interessa...): a operação foi

clandestina mas não ilegal, pois representa um acto de legítima defesa, perante um governo

que apoiava deliberadamente, quem nos atacava as tropas; violava a fronteira e maltratava as

populações que viviam debaixo da bandeira portuguesa, há já vários séculos.

Caramba, como gostaria de ter participado nesta operação!

Glória aos militares portugueses que, em todos os tempos souberam cumprir a sua missão

de combatentes de armas na mão!

Abaixo os poltrões.


João José Brandão Ferreira

Oficial Piloto Aviador (Ref.)

M598 - Uma declaração de guerra ao povo português (AINDA POR CIMA CÁ DENTRO DAS NOSSAS FRONTEIRAS)

Uma declaração de guerra ao povo português

(AINDA POR CIMA CÁ DENTRO DAS NOSSAS FRONTEIRAS)

ENQUANTO O ZÉ PACÓVIO ANDA ENTRETIDO PELAS TVs E DEMAIS MéRDIOS DE desCOMUNICAÇÃO inSOCIAL, COM OS FUTEBOIS, NOVELAS E PIMBALHADAS RASCAS E PAROLÓIDES, ALGUNS ENERGÚMENOS RETARDADOS E LERDINHOS, APROVEITAM-SE PARA IR DESTRUINDO AQUILO QUE UM DIA SE CHAMOU PORTUGAL.


M597 - GUERRA DO ULTRAMAR... Por Vitor Santos (Coronel Reformado)

LEIAM ATÉ AO FIM, VALE A PENA...

GUERRA DO ULTRAMAR... 



Em todo o mundo civilizado, e não só, em Países Ricos, cidadãos protagonistas dos grandes conflitos e catástrofes com eles relacionados, vencedores ou vencidos, receberam e recebem por parte dos seus Governos, tratamentos diferenciados do comum dos cidadãos, sobretudo nos capítulos sociais da assistência na doença, na educação, na velhice, e na morte, como preito de homenagem da Nação àqueles que lutaram pela Pátria, com exposição da própria vida.

UMA VERGONHA
1. Especialistas ingleses e norte-americanos estudaram comparativamente o esforço das Nações envolvidas em vários conflitos em simultâneo, principalmente no que respeita à gestão desses mesmos conflitos, nos campos da logística geral, do pessoal, das economias que os suportam e dos resultados obtidos.
Um deles, o americano John P.Cann, aquele que mais escreveu sobre o esforço de guerra português num estudo financiado pelo Kings College de Londres, chegou a várias conclusões.
Assim chegou à conclusão que em todo o Mundo só havia 2 Países que mantiveram 3 Teatros de Operações em simultâneo; a poderosa Grã-Bretanha, com frentes na Malásia (a 9.300 Kms de 1948 a 1960); no Quénia (a 5.700 Kms de 1952 a 1956); e em Chipre (a 3.000 Kms de 1954 a 1959), e o pequenino Portugal. Com frentes na Guiné(a 3.400 Kms), Angola (a 7.300 Kms) e Moçambique (a 10.300 Kms) de 1961 a 1974 (13 anos seguidos).
Estes especialistas chegaram à conclusão que Portugal, dadas as premissas económicas, as dificuldades logísticas para abastecer as 3 frentes, bem como a sua distância, a vastidão dos territórios em causa, e a enormidade das suas fronteiras, foi aquele que melhores resultados obteve.
Consideraram por ultimo, que as performances obtidas por Portugal, se devem sobretudo à capacidade de adaptação e sofrimento dos seus recursos humanos, e à sobrecarga que foi possível exigir a um grupo reduzido de quadros dos 3 Ramos das Forças Armadas, comissão atrás de comissão, com intervalos exíguos de recuperação física e psicológica. Isto são observadores internacionais a afirmá-lo, nomeadamente John P. Cann no seu livro "Contra Insurreição em África"-1961/74. O modo português de fazer a Guerra".
Conheci em Lisboa oficiais americanos com duas comissões no Vietnam. Só que ambas com 3 meses em cada comissão, intervaladas de um descanso de outros 3 meses no Hawai.
Todos os que serviram a Pátria e principalmente as gerações de Oficiais, Sargentos e Praças dos 3 Ramos das Forças Armadas.
Que serviram durante 13 anos na Guerra do Ultramar, nos 3 Teatros de Operações, só pelo facto de aguentarem este esforço sobre-humano que se reflete necessariamente em debilidades de saúde precoces, mazelas para toda a vida, invalidez total ou parcial, e morte, tudo ao serviço da Pátria, merecem o reconhecimento da Nação, que jamais lhes foi dado.
2. Em todo o mundo civilizado, e não só, em Países Ricos, cidadãos protagonistas dos grandes conflitos e catástrofes com eles relacionados, vencedores ou vencidos, receberam e recebem por parte dos seus Governos, tratamentos diferenciados do comum dos cidadãos, sobretudo nos capítulos sociais da assistência na doença, na educação, na velhice, e na morte, como preito de homenagem da Nação àqueles que lutaram pela Pátria, com exposição da própria vida.
Todos os que vestiram a farda da Grã-Bretanha, França, Rússia, Alemanha, Itália e Japão e sua descendência, têm tratamento diferenciado do comum dos cidadãos. Idem para a Polónia e Europa de Leste, bem como para os Brasileiros que constituíram o Corpo Expedicionário destacado na Europa durante a II Guerra Mundial.
Idem para os Malaios, Australianos, Filipinos, Neo-Zelandes e soldados profissionais indianos.
Nos EUA a sua poderosíssima "Veterans War" não depende de nenhum Secretário de Estado, ou Ministro, nem do Congresso, depende directamente do Presidente dos EUA, com quem despacha quinzenalmente.
Esta prerrogativa referendada por toda uma Nação, permite que todos aqueles que deram a vida pela Pátria repousem em cemitérios espalhados por todo o Mundo, duma grandiosidade, beleza e arranjos impares, ou todos aqueles que a serviram, e sua descendência, tenham assistência médica e medicamentosa para eles e família, condições especiais de acesso às Universidades e ao emprego, bolsas de estudo, e outros benefícios sociais durante toda a vida.
Esta excepção que o povo americano concedeu a este a este tipo de cidadãos é motivo de orgulho de todos os americanos. 
O tratamento privilegiado que todo o Mundo concedeu aos cidadãos que serviram a Pátria em combates onde a mesma esteve representada, é sufragado por leis normalmente votadas por unanimidade.
Também os civis que ficaram sujeitos aos bombardeamentos, quer em Inglaterra, quer em Dresden, quer em Hiroshima e Nagasaki, têm tratamento diferenciado.
Conheço de perto o Irão. Até o Irão dá tratamento autónomo e especifico aos cidadãos que combateram na recente Guerra Irão-Iraque, onde morreram 1 milhão de Iranianos. Deste caso concreto resultou um gigantesco cemitério nos arredores de Teerão com tantas campas e jazigos, que até tem um bazar.
Até Países de Africa terceiro mundista e subdesenvolvida, como o Quénia, atribuiu aos ex-maus-maus, esquemas de proteccão social diferentes dos outros cidadãos.
Em todo o Mundo menos em Portugal.
No meu Pais, os Talhões de Combatentes dos vários cemitérios, estão abandonados, as centenas de cemitérios espalhados pela Guiné, Angola, Moçambique, Índia e Timor, abandonados estão, quando não, profanados. É simplesmente confrangedor ver o estado de degradação onde se chegou. Parece que o único que está apresentável e cuidado é o monumento do Bom Sucesso -Torre de Belem, possivelmente porque está à vista e porque é limpo uma vez por ano para a cerimónia publica que lá se realiza. O cemitério de Richbourg na Flandres vimos agora na tv, nos 100 anos de LaLys limpo e apresentável Pergunta-se porem quem trata dele quem faz e paga a sua manutenção.? Até grande parte dos monumentos municipais aos Mortos da Guerra do Ultramar vão ficando abandonados.
O grande líder politico da Grã-Bretanha durante a Guerra, Wiston Churchil, disse "O carácter de uma Nação vê-se pela forma como trata os seus combatentes". Algum outro grande líder politico-militar, afirmou também que "Os homens só morrem quando a Pátria se esquece deles".
Valha-nos a constituição da direcção da Liga dos Combatentes, que possivelmente porque ainda foram contemporâneos do camarada soldado ou sargento morto na Guerra do Ultramar, tudo tem feito para recuperar alguns levantamentos de cemitérios em Africa, e procedido a algumas transladações de ossadas para Portugal. Mas tudo comparticipado pelas famílias ou por elas totalmente pagas. A Direcção da Liga tem que mendigar junto das famílias as verbas necessárias para fazer uma trasladação. É miserável não haver no Orçamento de Estado as verbas necessárias para o efeito. Já que existe esta disponibilidade dos militares, porque não é o Estado a pagar?
No meu Pais, a pouco e pouco foi-se retirando a dignidade devida aos que combateram pela Pátria, abandonando os seus mortos, e retirando as poucas "migalhas" que ainda tinham diferentes do comum dos cidadãos, a assistência médica e medicamentosa, para ele e conjugue, alinhando-os "devidamente" por baixo.
ATÉ NISTO CONSEGUIMOS SER DIFERENTES DE TODOS OS OUTROS
No meu Pais, os políticos confundem dum modo ignorante ou acintoso, militares com policias, GNR, ou outros funcionários públicos (sem desprimor para estas profissões, bem entendido).
Por ignorância ou leviandade os políticos permanentemente esquecem que o Estatuto dos militares não lhes permite, nem o direito de manifestação, nem de associação sindical, além de ser o único que obriga o cidadão a dar a vida pela Pátria.
Até na 1ª Republica, onde grassava a indisciplina generalizada, a falta de autoridade, o parlamentarismo balofo, as permanentes dificuldades financeiras e as constantes crises económicas, não foram esquecidos todos aqueles que foram mandados combater pela Pátria na 1ª Guerra Mundial (1914-18), decisão politica muito difícil, mas patriótica, pois tinha a ver com a defesa estratégica das possessões ultramarinas.
Foram escassos 18 meses o tempo que durou a Guerra para os portugueses, mas todos aqueles que foram mobilizados, e honraram Portugal, tiveram medidas de apoio social suplementares diferentes de todos os outros cidadãos portugueses, além duma recepção impar por todo o Governo da Nação em ambiente de Grande Festividade Nacional.
Naquela altura os políticos portugueses dignificaram a sua função e daqueles que combateram pela Pátria.
Foram criados Talhões de Combatentes em vários cemitérios públicos, à custa e manutenção do Estado, foram construídos monumentos grandiosos em memória dos que deram a vida pela Pátria, foi concebido um Panteão Nacional para o Soldado Desconhecido na Sala do Capitulo do Mosteiro da Batalha com Guarda de Honra permanente, 24 sobre 24 horas, foram criadas pensões especiais para os mutilados, doentes e gaseados, foram criadas condições especiais de assistência médica e medicamentosa para os militares e famílias nos Hospitais Militares, numa altura em que ainda não havia assistência social generalizada como há hoje, foi criado um Lar especifico para acolher a terceira idade destes militares em Runa (é importante relembrar que em 1918 se decidiu receber e tratar os jovens, com 20 anos em 1918, quando estes tivessem mais de 65 anos de idade), e por último foi criada a Liga dos Combatentes que de certo corporizava todo este apoio especial aos combatentes, diferente de todos os outros cidadãos, e era o seu porta-voz junto das instâncias governamentais (uma espécie de Veterans War à portuguesa).
Foi toda uma Nação, com os políticos à frente, que deu tudo o que tinha àqueles que combateram pela Pátria, apesar da situação económica desesperada e de quase bancarrota.
Na altura seguimos naturalmente o exemplo das demais nações.
Agora somos os únicos que não seguem os exemplos generalizados do tratamento diferenciado aos que serviram a Pátria em combate.
É SIMPLESMENTE UMA VERGONHA.
Haveria muito mais para dizer para chamar a atenção deste Ministro da Defesa, e deste Primeiro-Ministro, ambos possivelmente com carências de referências desta índole nos meios onde se costumam movimentar, sobretudo no que respeita à comparação dos vencimentos, regalias e mordomias dos que expuseram ou deram a vida pela Pátria e aqueles, que antes pelo contrário, sempre fugiram a essa obrigação.


Vitor Santos
Coronel Reformado
Com 4 filhos
5 Comissões de Serviço no Ultramar
10 anos de trópicos
Quase 79 anos de idade
Deficiente das Forças Armadas por doença adquirida e agravada em Campanha.
Sem acumulação de cargos
Sem Seguro de Saúde pago pelo Estado
Sem direito a Subsidio de Reinserção
Sem cartão de credito dourado sem limite de despesas
Sem filhos empregados no Estado ou Autarquias por conhecimentos pessoais
Sem direito a reformas precoces de deputado ou autarca.
Sem Pensões de Reforma acima do ordenado do PR.
Sem subsídios de deslocamento em duplicado
Sem, pelo facto de ser deputado, ter toda a família empregada no Estado ou Autarquia
Com filhos desempregados