AO COMBATENTE
Aquém ou Além... em Terra, na Água ou no Ar
Onde a sua amada Pátria lho requer...
Com um congénito, raro e intrépido senso
Que deram pelo nome de cumprimento do dever...
Arraigado pelo Povo, pela Bandeira, pela Pátria,
Por sua Honra e por sua Dignificação
Seja nas catacumbas das trincheiras em França, ou,
Nas insondáveis e místicas picadas d’África.
Nas veias um pleno de História deste Portugal,
De Heróis que rasgaram mares então medonhos,
E de bravos Guerreiros ousados e destemidos,
Que s’agigantaram na opulência das façanhas,
Cravando, pelo mundo, marcos de universal memória
Selados, ad eternum, pelo sangue dos nossos Mortos...
Qu’isto é tal orgulho qu’extravaza a pena do poeta
Ali… onde o azar canta, a sorte se devaneia delirante,
E as brisas empestam a doce acre da pólvora queimada
Onde as noites são infindas, os dias por demais longos
E as insónias provocam o êxtase do irreal
Onde infernizam quer a chuva quer o calor ardente
E a lama e o suor se mesclam com o sarro e os parasitas
Onde tudo definha entre laivos de pesadelo e loucura,
E o estridente som das bombardas petrifica
Onde o sibilar dos estilhaços e das balas buscam as carnes,
E em salpicos e retalhos as vidas se esvaem
Onde o pensamento mesmo que escasso bloqueia,
E o terror e a agonia dobram o aço mais duro
Onde o Apocalipse assenta arraiais Dantescos,
Com tais cenários que Maquiavel abominaria o repasto
Onde se fere, se mata, a morte baila sobre a barbárie
E as filosofias s’anulam na tragédia e no drama
Tão tremendo que só um irmão d’armas o interpreta
Nos seus medos, nos seus rasgos, no seu íntimo...
Nos seus anseios, nos seus projectos, nas suas migalhas
Está um Ser... um Sobrevivente... um Lutador,
Um Sonhador... um Senhor... um Herói...
Um Patriota... uma Excelência… Um Português...
Um Combatente!
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